Início » Congresso aprova diretrizes do Orçamento de 2026 e inclui prazo para pagamento de emendas | G1

Congresso aprova diretrizes do Orçamento de 2026 e inclui prazo para pagamento de emendas | G1

por Redação

Além de estabelecer instruções para execução e elaboração do Orçamento do próximo ano, o texto determina que mais da metade das emendas parlamentares terá de ser paga pelo governo até o final do primeiro semestre.

A regra vai abranger indicações feitas por parlamentares em duas modalidades de emendas: individuais e de bancadas. Essas categorias têm pagamento obrigatório pelo governo, mas o fluxo de desembolso varia.

O Executivo terá de quitar 65% do total indicado por parlamentares nessas modalidades para as áreas da saúde e da assistência social — que representarão a maior parte dos recursos indicados por deputados e senadores em 2026.

A determinação também valerá para as transferências especiais, popularmente conhecidas como “emendas PIX” e investigadas pelo Supremo Tribunal Federal (STF).

A medida atende a um pleito de congressistas que, em ano eleitoral, querem que os valores cheguem aos seus redutos antes das disputas locais. A proposta ainda terá de ser sancionada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

O relator da LDO, deputado Gervásio Maia (PSB-PB), afirmou que o percentual e o prazo de pagamento das emendas foram negociados com o Palácio do Planalto.

  • O Planalto projeta que, em 2026, haverá uma reserva de R$ 40,8 bilhões para emendas parlamentares.
  • Enviado junto da proposta de Orçamento ao Congresso, o montante ainda não contempla as emendas de comissão, que devem ser incluídas pelos parlamentares ao longo das negociações.

Pela Constituição, metade do total de emendas individuais, que têm o maior valor, devem ser obrigatoriamente destinadas para a saúde. Na prática, se o calendário de pagamento for sancionado por Lula, a maior fatia das indicações parlamentares será paga antes das eleições.

Metas e exceção para gastos com estatais

A LDO aprovada pelo Congresso também define a meta fiscal do próximo ano. O texto prevê que o objetivo central será alcançar um superávit (saldo positivo nas contas) de cerca de R$ 34,3 bilhões.

A meta será considerada cumprida, no entanto, se o governo fechar as contas dentro dos intervalos de tolerância — superior: superávit de R$ 68,5 bilhões; ou inferior: déficit zero (equilíbrio entre despesas e receitas, sem resultado negativo ou positivo).

Antes da votação desta quinta, Gervásio Maia atendeu a um pedido do governo e retirou do cálculo da meta fiscal gastos do governo — limitados a até R$ 10 bilhões — com planos de reestruturação financeira de estatais. Parlamentares afirmam que a medida atenderá ao esforço do Planalto para socorrer os Correios.

  • Também nesta quinta, o relator incluiu um trecho que impede que sejam ampliados benefícios tributários em 2026.
  • O dispositivo proíbe a criação de novas despesas obrigatórias e de fundos para financiamento de políticas públicas.

O texto também definiu explicitamente que o governo estará autorizado a congelar um volume menor de gastos para alcançar a meta fiscal do próximo ano.

O projeto estabelece que o Planalto poderá adotar o piso da meta fiscal (déficit zero) como referência para o congelamento de despesas ao longo de 2026.

Em setembro, no seu primeiro parecer, Gervásio Maia chegou a propor — contrariando o governo — que a referência para o próximo ano deveria ser o centro da meta (superávit de R$ 34,3 bi). À época, o texto contemplava uma decisão do Tribunal de Contas da União (TCU).

A equipe econômica do governo Lula chegou a avaliar que a mudança defendida pelo TCU e prevista na LDO de 2026 poderia levar a um “colapso” da máquina pública, obrigando o Executivo a congelar um volume muito maior de despesas para cumprir as regras fiscais.

Lula e Haddad durante lançamento do Plano Safra no Planalto, em 1º de julho de 2025 — Foto: Reuters/Adriano Machado

Fundo partidário

O Congresso também aprovou uma mudança no cálculo de correção dos valores que serão destinados ao fundo partidário — verbas repassadas mensalmente aos partidos para pagar despesas relacionadas ao funcionamento das siglas.

O governo havia proposto, no Orçamento de 2026 (ainda a ser analisado pelo Congresso), que seriam destinados R$ 1,43 bilhão para o fundo.

Cálculos preliminares de consultores do Orçamento ouvidos pelo g1 apontam que a mudança deve ampliar o fundo em cerca de R$ 150 milhões. O valor exato será conhecido com a análise orçamentária do próximo ano.

O texto original do Planalto sugeria que, em 2026, fosse utilizado como referência o montante aprovado em 2023, com uma correção de até 2,5% acima da inflação do período — as regras do arcabouço fiscal.

Os parlamentares decidiram aprovar, no entanto, uma mudança no valor de referência. Pelo texto, terá de ser utilizado o valor aprovado em 2016 (R$ 819,13 milhões), com correção de até 2,5% acima da inflação do período.

O projeto também prevê que valores relacionados aos fundos partidário e eleitoral não poderão ser contingenciados. Em setembro, a comissão mista do Congresso elevou os recursos do fundo público para financiamento de campanha para R$ 4,9 bilhões em 2026.

você pode gostar

SAIBA QUEM SOMOS

Somos um dos maiores portais de noticias de toda nossa região, estamos focados em levar as melhores noticias até você, para que fique sempre atualizado com os acontecimentos do momento.

CONTATOS

noticias recentes

as mais lidas

Jornal de Minas © Todos direitos reservados à Tv Betim Ltda®