Início » Relembre o início da investigação que levou ao indiciamento de Bolsonaro e o filho Eduardo

Relembre o início da investigação que levou ao indiciamento de Bolsonaro e o filho Eduardo

por Redação
relembre-o-inicio-da-investigacao-que-levou-ao-indiciamento-de-bolsonaro-e-o-filho-eduardo

A Polícia Federal (PF) indiciou o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e o filho dele, o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), no âmbito de uma investigação que aberta em maio deste ano, a pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR).
A apuração teve como alvo inicial o filho do ex-presidente, parlamentar licenciado que estaria atuando contra autoridades brasileiras nos Estados Unidos.
Em julho, o inquérito passou a incluir Bolsonaro. Em agosto, alcançou Silas Malafaia, que é alvo de buscas.
O ex-presidente Jair Bolsonaro e o filho Eduardo Bolsonaro foram indiciados pela Polícia Federal
O que dizia o pedido de abertura de inquérito
O pedido foi feito pela Procuradoria-Geral da República (PGR), que concluiu pela necessidade de investigar a atuação do deputado licenciado Eduardo Bolsonaro nos Estados Unidos contra autoridades brasileiras.
Nesse contexto, a PGR citou postagens em redes sociais e entrevistas a veículos de imprensa dadas por Eduardo Bolsonaro.
Segundo a Procuradoria, desde o ano passado o deputado vem “reiteradamente e publicamente afirmando que está se dedicando a conseguir do governo dos Estados Unidos a imposição de sanções contra integrantes do Supremo Tribunal Federal”.
No documento, a PGR destacou o tom intimidatório das declarações de Eduardo Bolsonaro contra agentes públicos.
“Há um manifesto tom intimidatório para os que atuam como agentes públicos, de investigação e de acusação, bem como para os julgadores na Ação Penal, percebendo-se o propósito de providência imprópria contra o que o sr. Eduardo Bolsonaro parece crer ser uma provável condenação”, diz o documento da Procuradoria.
Outro trecho mencionou a tentativa de interferência no andamento do processo envolvendo o ex-presidente Jair Bolsonaro.
“As evidências conduzem à ilação de que a busca por sanções internacionais a membros do Poder Judiciário visa a interferir sobre o andamento regular dos procedimentos de ordem criminal, inclusive ação penal, em curso contra o sr. Jair Bolsonaro e aliados”, prossegue outro trecho.
Prorrogação
No dia 7 de julho, a apuração foi prorrogada por mais 60 dias, por decisão do magistrado, considerando a “a necessidade de prosseguimento das investigações, com a realização de diligências ainda pendentes”.
Interferência nas investigações
Ainda no começo de julho, Moraes já tinha identificado que o deputado licenciado continuava tentando interferir nas investigações contra o pai, o ex-presidente Jair Bolsonaro.
De acordo com o ministro, no dia 29 de junho, Eduardo Bolsonaro publicou uma mensagem na rede social X (antigo Twitter), que, segundo Moraes, configura nova tentativa de embaraço à apuração que envolve Jair Bolsonaro.
Na postagem, Eduardo mostra um ato com Jair Bolsonaro, no qual o ex-presidente diz: “Faça o Brasil grande novamente”, em referência ao slogan do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, “Make America great again”.
Eduardo se licenciou do mandato para se mudar para os EUA. Ele é tido como um interlocutor da família com o governo Trump
Na postagem, Eduardo ressalta a fala de que Moraes precisa sofrer sanções dos EUA, senão o país vai passar pelo mesmo que o Brasil. Ele e o pai alegam que há perseguição ao ex-presidente no processo de tentativa de golpe de Estado.
O ministro determinou a adição da postagem e do vídeo associado aos autos, além do envio do material à Procuradoria-Geral da República (PGR) para manifestação.
“No dia 29/6/2025, o investigado Eduardo Nantes Bolsonaro realizou postagem na rede social X […] Verifica-se que o investigado permanece praticando condutas com o objetivo de interferir e embaraçar o regular andamento da AP 2.668/DF, que já se encontra em fase de apresentação de alegações finais pelas partes”, escreveu o magistrado.
Reações após tarifaço
Depois do anúncio do aumento de tarifas determinado pelo presidente Donald Trump contra o Brasil, Eduardo Bolsonaro também voltou a ser alvo de pedidos de investigação e de medidas cautelares. As solicitações foram feitas por deputados alinhados ao governo.
Medidas cautelares contra Bolsonaro
Em um desdobramento da investigação contra Eduardo Bolsonaro, a Polícia Federal solicitou a aplicação de medidas restritivas contra o ex-presidente Jair Bolsonaro. Segundo a PF, as providências eram necessárias porque o político do PL passou a atuar junto com o filho nas ações ilegais.
O pedido teve aval da Procuradoria-Geral da República e as obrigações foram impostas ao político do PL no dia 18 de julho, a partir de decisão do ministro Alexandre de Moraes.
Desde então, Bolsonaro era obrigado a: usar tornozeleira eletrônica, fazer recolhimento domiciliar à noite e nos fins de semana, manter distância de embaixadas e consulados. E era proibido de se comunicar com outros investigados, usar redes sociais, mesmo de forma indireta, ter contato com embaixadores e autoridades estrangeiras.
Para os investigadores, o ex-presidente teria atuado em conjunto com o filho nas ações contra autoridades brasileiras via governo americano. Segundo Moraes, a conduta configuraria crimes como coação no curso do processo, obstrução de investigação contra organização criminosa e atentado à soberania nacional.
Descumprimento e prisão domiciliar em agosto
No dia 4 de agosto, Moraes determinou a prisão domiciliar de Bolsonaro. O ministro pontuou que o ex-presidente descumpriu uma das obrigações impostas a ele: a proibição do uso de redes sociais, mesmo que de forma indireta. Por isso, considerou necessária a determinação de prisão domiciliar.
“A participação dissimulada de Jair Messias Bolsonaro, preparando material pré-fabricado para divulgação nas manifestações e redes sociais, demonstrou claramente que manteve a conduta ilícita de tentar coagir o Supremo Tribunal Federal e obstruir a Justiça, em flagrante desrespeito as medidas cautelares anteriormente impostas”, afirmou Moraes.
“Os apoiadores políticos de Jair Messias Bolsonaro e seus filhos, deliberadamente, utilizaram as falas e a participação – ainda que por telefone e pelas redes sociais -, do réu para a propagação de ataques e impulsionamento dos manifestantes com a nítida intenção de pressionar e coagir esta Corte Suprema”, completou.

você pode gostar

SAIBA QUEM SOMOS

Somos um dos maiores portais de noticias de toda nossa região, estamos focados em levar as melhores noticias até você, para que fique sempre atualizado com os acontecimentos do momento.

CONTATOS

noticias recentes

as mais lidas

Jornal de Minas © Todos direitos reservados à Tv Betim Ltda®