Já escrevi sobre a cartilha que a Sociedade Internacional de Menopausa lançou no ano passado. O documento, intitulado “Making Menopause Work” (“Fazendo a menopausa funcionar”), destaca que um em cada cinco integrantes da força de trabalho está entre a perimenopausa e a pós-menopausa – a menopausa, em si, é apenas o marco de um ano sem menstruar. Desse total, 20% terão sintomas graves o bastante para interferir na vida pessoal e profissional. O guia traz informações para os gestores e sobre como abordar o tema de uma forma aberta; e medidas simples que podem ser postas em prática, como horários flexíveis, ou o uso de uniformes mais frescos para suportar as ondas de calor. O melhor é que o assunto parece ter entrado no radar das empresas antenadas. Tanto que, no próximo mês, será realizada a quarta edição da premiação dos “Empregadores Amigos da Menopausa” (“Menopause Friendly Employer Awards 2025”).
Mariella Frostrup: a jornalista é a embaixadora de emprego e menopausa no Reino Unido
Divulgação
A iniciativa surgiu em 2022, no Reino Unido, e há prêmios para diferentes categorias: empregador do ano, para a organização que mais se destacou nessa área; cultura corporativa mais aberta, a que debateu e se aprofundou no assunto; ambiente amigável, para a companhia que mais promoveu mudanças práticas para apoiar as pessoas na menopausa; melhor campanha para aumentar a consciência sobre a questão; melhor equipe de engajamento e treinamento.
Em 2023, o governo britânico criou um cargo de nome meio esquisito – “Campeã de Emprego e Menopausa” – depois transformado em Embaixadora de Emprego e Menopausa. A jornalista Mariella Frostrup foi nomeada para a nova função em outubro de 2024, que tem como objetivo melhorar o ambiente de trabalho para as pessoas que enfrentam os sintomas, ajudando-as a permanecerem empregadas e a avançarem em suas carreiras. Ela é autora do livro “Cracking the menopause: while keeping yourself together” (“Desvendando a menopausa e se mantendo firme”, em tradução livre) e enfatiza: “temos que parar de ter vergonha do nosso corpo”.
Além do Reino Unido, Austrália, Nova Zelândia e, mais recentemente, os Estados Unidos adotaram o programa “Menopause Friendly” (“Amigo da Menopausa”), nos quais as empresas interessadas devem cumprir diversas etapas para conseguir um certificado que as coloca no ainda pequeno grupo de organizações que assumiram o compromisso de tornar o mundo corporativo acolhedor para quem enfrenta os desafios dessa fase. Fica a proposta para algo semelhante no Brasil.
‘O que me pegou foi a falta de libido’: Fernanda Lima abre o jogo sobre a menopausa
Jornal de Minas © Todos direitos reservados à Tv Betim Ltda®