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PGR denuncia casal que arrecadou R$ 1 milhão via PIX para manter acampamentos golpistas até o 8 de janeiro

por Redação
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A Procuradoria-Geral da República (PGR) denunciou um homem e uma mulher sob a acusação de terem arrecadado R$ 1 milhão, via PIX, para alimentar manifestantes radicais que acamparam em frente ao quartel-general do Exército em Brasília, no final de 2022.
Do discurso ao terrorismo: dois meses dentro do acampamento bolsonarista em Brasília
O objetivo do grupo era reverter o resultado da eleição após a derrota de Jair Bolsonaro (PL).
“A dinâmica do casal consistia na arrecadação de recursos, por meio de chave PIX, vinculada à conta bancária de Eloisa da Costa Leite, para posterior repasse dos valores a Rubem Abdalla Barroso Júnior. Parte da quantia angariada foi destinada para incitar a prática de atos antidemocráticos mediante o fornecimento de alimentos aos frequentadores do QGEx [quartel-general]”, afirmou na denúncia o procurador-geral, Paulo Gonet.
Para a PGR, os denunciados cometeram os crimes de associação criminosa — que tem pena prevista de 1 a 3 anos de prisão — e de incitação ao crime, por incitarem animosidade das Forças Armadas contra os poderes constitucionais — com pena de 3 a 6 meses de detenção.
🔎Ainda segundo a PGR, no caso deles é possível firmarem um Acordo de Não Persecução Penal (ANPP), uma vez que a pena mínima para os crimes apontados é inferior a 4 anos de prisão. Para isso, Eloisa e Rubem precisam confessar os delitos e se comprometer a cumprir uma série de condições estipuladas pela Justiça.
A denúncia foi apresentada pela PGR ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), em 9 de julho de 2025. O caso foi noticiado primeiramente pelo jornal “Folha de São Paulo”. O g1 também obteve a denúncia. Os acusados não têm advogado constituído no processo e não foram localizados pela reportagem.
Acampamento bolsonarista no Quartel-General do Exército em Brasília, em novembro de 2022
TV Globo/Reprodução
Caminho do dinheiro
A investigação da Polícia Federal apontou que Rubem era “proprietário/responsável por uma tenda de alimentação coletiva instalada em frente ao Quartel-General do Exército em Brasília, conhecida como ‘Barraca do Abdalla'”, que era administrada por ele e Eloisa.
Nessa tenda “havia a exibição de faixas e cartazes solicitando doação de dinheiro a fim de custear a compra de alimentos para os frequentadores” do acampamento golpista.
Após quebra de sigilo bancário, a PF identificou que, de novembro de 2022 a janeiro de 2023, Eloisa recebeu R$ 1,06 milhão em sua conta e gastou R$ 738,6 mil. Além disso, ela recebeu valores de outros investigados pelos atos antidemocráticos.
Nos dias 7 de novembro de 2022 e 2 de janeiro de 2023, segundo a investigação, ela fez duas transferências de R$ 1.000 para uma empresa “apontada pela PF como fornecedora de estruturas para manutenção do acampamento”, por exemplo. Também foram identificados repasses para empresas de alimentação e para pessoas comprarem mantimentos.
Segundo a denúncia, Eloisa ainda transferiu R$ 185 mil para Rubem, que, por sua vez, transferiu quase R$ 40 mil para duas empresas que dariam estrutura para os acampados. A investigação não diz quanto efetivamente o casal gastou com comida para os acampados.
Saques em dinheiro
Depois dos atos violentos do 8 de janeiro, ainda segundo a PGR, Rubem fez 17 saques em dinheiro vivo, no total de R$ 19,3 mil, “de forma fracionada, sugerindo a tentativa de burla dos limites regulatórios dos órgãos de controle”.
Em 11 de janeiro de 2023, ele enviou R$ 50 mil para um militar, “sugerindo que parte do dinheiro arrecadado a partir de doações no acampamento também foi utilizada para suprir interesses particulares dos denunciados”.
A PGR, no entanto, não conseguiu comprovar o motivo desse repasse e esse militar ficou fora da denúncia oferecida ao STF.
Além de identificar as movimentações financeiras, a PF apontou que Rubem fez uma live, em 4 de janeiro de 2023, “convocando seus seguidores a irem à Capital Federal participar da mobilização golpista, mencionando que o ‘QG’ seria apenas um ponto de encontro para a ‘marcha da liberdade’, em referência aos atos antidemocráticos”.
“Reúna seus guerreiros, paguem o ônibus, faça esse esforço, chamem os empresários, o agronegócio, mas migrem para Brasília, o ponto de encontro é o QG. Vai poder montar estrutura sim”, disse o denunciado na live, segundo a transcrição feita pelos investigadores.

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