Marina Silva, ministra do Meio Ambiente
Ricardo Stuckert/PR
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e os 38 ministros que participaram de reunião de balanço de governo nesta terça-feira (26) posaram para “fotos no estilo 3×4” com um boné azul estampado com a frase “O Brasil é dos brasileiros”.
Essa frase tem sido usada por Lula em críticas ao tarifaço imposto pelo governo de Donald Trump.
A frase também vai ao encontro dos recentes movimentos de defesa da soberania capitaneados por Lula, que lançou nesta terça um novo slogan de governo: “Governo do Brasil, do lado do povo brasileiro”.
Gleisi Hoffmann, ministra da Secretaria de Relações Institucionais
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A retomada do uso do boné por Lula e ministros nesta terça-feira reforça a estratégia de comunicação do governo para enfrentar o que considera interferências indevidas dos EUA em assuntos nacionais.
Posaram para foto, inclusive, os quatro ministros indicados pelo União e PP, que foram cobrados pelo presidente Lula a defender o governo. São eles: Celso Sabino (Turismo), Waldez Goés (Integração e Desenvolvimento Regional) e Frederico Siqueira (Comunicações) e André Fufuca (Esporte).
O recado do presidente foi dado num momento em que os dois partidos formaram uma federação e se aproximam cada vez mais da oposição.
Celso Sabino, Frederico Siqueira, André Fufuca e Waldez Goés
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Líderes dizem que partidos deveriam desembarcar do governo, mas as siglas não entregam os cargos na administração federal.
Segundo três auxiliares do presidente que estavam na reunião, Lula foi enfático ao afirmar que ministros que não defendem a gestão não podem continuar no governo.
‘Batalha dos bonés’
Fernando Haddad, ministro da Fazenda
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O uso do acessório para passar recados começou em janeiro deste ano, logo após a posse do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.
Na ocasião, o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), apareceu com um boné vermelho estampado com a icônica frase “Make America Great Again” — símbolo das campanhas do republicano.
O gesto foi interpretado como um aceno à ala bolsonarista e ao conservadorismo internacional, em especial ao trumpismo, movimento político que tem forte influência entre apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
Diante do movimento de Tarcísio, o governo federal respondeu. Durante a eleição para a presidência do Senado, em 1º de fevereiro deste ano, ministros e aliados do governo Lula (PT) usaram o boné azul, com a frase “O Brasil é dos brasileiros”.
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O acessório foi idealizado pelo então ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, que contou ter recebido a sugestão de moradores da periferia da Zona Sul de São Paulo. Atualmente, Padilha é ministro da Saúde.
Três dias depois, o presidente Lula entrou na “batalha dos bonés” travada entre governistas e oposição. O uso de bonés, então, se tornou mais uma forma de passar recados políticos e reafirmar identidades dentro do cenário político.
Em julho, após o governo dos Estados Unidos anunciar uma tarifa de 50% para produtos brasileiros, o presidente Lula reacendeu a “batalha” e voltou a utilizar o boné.
Simone Tebet, ministra do Planejamento
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