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Frio prolongado afeta produção de tomate e faz preços dispararem

por Redação
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A temperatura ideal para germinação das sementes do tomateiro, segundo a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), é de entre 15ºC e 25ºC. Para o desenvolvimento e produção, o tomateiro até suporta ampla variação de temperatura entre 10ºC e 34ºC.

Porém, nos municípios de Afonso Cláudio e Venda Nova do Imigrante, principais polos produtores de tomate no estado, as temperaturas mínimas chegaram a 9,7ºC e 6,1ºC, respectivamente, bem abaixo do que as plantas podem suportar, segundo o Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper).

Por conta disso, o tempo de colheita aumentou. Também devido às baixas temperaturas, o desenvolvimento dos frutos ficou comprometido. O resultado foi queda na produção. Com menos produto no mercado, os preços sobem.

Frio atrasa a maturação de tomate no Espírito Santo — Foto: Reprodução / TV Gazeta

O produtor rural Cássio Gobbi explicou que a colheita já é naturalmente menor no inverno. “Geralmente, os primeiros frutos começam a madurar em 70 dias. No inverno, esse período passa para 90, e a gente colhe menos vezes por semana”, analisou. Mas com o frio intenso, menos frutas se desenvolveram no tempo certo.

O produtor de tomate-cereja, Bruno Cesconetto, pontuou que a produção do fruto neste ano deve ser 35% menor do que no ano passado, que foi de cerca de 380 toneladas.

Este ano, estamos tendo um inverno com temperaturas baixas mais prolongadas. Geralmente, temos picos de frio, mas com temperaturas normais. Neste ano, as temperaturas estão baixas há mais de 90 dias, o que nos faz colher menos. Uma vez que estamos colhendo menos, a planta tem um ciclo mais longo”

— Bruno Cesconetto, produtor rural

O frio pode impactar até mesmo as vendas para o Natal, época em que aumenta a procura pelo tomate-cereja.

Bruno Cesconetto explicou que a planta, que deveria estar madurando agora, ainda vai levar mais um tempo para se desenvolver por conta do frio prolongado. Com isso, os produtores perdem uma janela de semeio para atender a essa data.

Menos oferta, maior preço

O atraso na maturação fez com que os produtores colhessem menos frutos durante o inverno. “Caiu muito a oferta, mas a demanda ainda é a mesma, o que faz os preços subirem”, ressaltou Bruno Cesconetto.

Com ciclos mais longos, plantas produzem menos tomate. Demanda alta faz preços subirem. — Foto: Reprodução / TV Gazeta

Em Vitória, o consumidor pagava R$ 58 a cada 9 kg de tomate, segundo o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese). Em junho, o preço subiu para R$ 97 para a mesma quantidade.

O aumento do preço não significa, necessariamente, maior receita para o produtor rural. “Uma vez que a gente colhe menos, o faturamento é o mesmo para o período”, argumentou Cesconetto.

Evaldo de Paula, extensionista do Incaper, explicou que o cultivo do tomate exige cuidados no manejo, por questões nutricionais, além de outros pontos que precisam ser monitorados. Uma alternativa, segundo ele, é usar a estufa, já que é “um ambiente em que é possível controlar fatores como a temperatura, ataque de pragas e doenças”.

Produtores apostam no cultivo em estufas para minimizar impactos de interferências na produção de tomate do Espírito Santo — Foto: Reprodução / TV Gazeta

Outro ponto de destaque, segundo o extensionista, é a tecnologia usada no campo, que vem sendo melhorada para a produção.

“Hoje, somos referência nacional em qualidade, tecnologia e produtividade. O tomate produzido aqui na região é muito bem aceito e distribuído por todo o estado e também no país”, acrescentou.

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