De acordo com o comunicado oficial, as tarifas de 10% atualmente aplicadas pela China sobre produtos americanos serão mantidas durante esse período.
O governo chinês também informou que adotará ações para enfrentar barreiras não tarifárias que dificultam a entrada de produtos dos EUA no mercado local.
A trégua tarifária venceria em 12 de agosto.
Nesta segunda-feira, Trump já havia sinalizado avanços nas negociações.
“Temos lidado muito bem com a China. Como vocês provavelmente já ouviram, eles estão pagando tarifas tremendas aos Estados Unidos”, disse o presidente a jornalistas.
Donald Trump, presidente dos EUA, e Xi Jinping, presidente da China, em foto de 29 de junho de 2019 — Foto: Reuters/Kevin Lamarque
O acordo entre os dois países
- As tarifas aplicadas pelos EUA sobre importações chinesas caíram de 145% para 30%.
- As taxas impostas pela China sobre produtos americanos foram reduzidas de 125% para 10%.
“A má notícia é que a China, talvez sem surpresa para alguns, VIOLOU TOTALMENTE SEU ACORDO CONOSCO”, postou naquele momento.
Desde que anunciou o tarifaço com o objetivo de reduzir o déficit comercial dos EUA, o republicano enfrenta críticas, inclusive de aliados. O embate com o governo chinês antes das negociações agravou ainda mais a situação.
Horas depois da publicação do presidente americano, a China se manifestou por meio de um comunicado de sua embaixada em Washington.
Pediu que os EUA acabem com as “restrições discriminatórias” contra Pequim e que os dois lados “mantenham conjuntamente o consenso alcançado nas negociações de alto nível em Genebra”.
“Desde as negociações econômicas e comerciais entre a China e os EUA em Genebra, ambos os lados têm mantido comunicação sobre suas respectivas preocupações nos campos econômico e comercial em várias ocasiões bilaterais e multilaterais em vários níveis”, disse o porta-voz da embaixada, Liu Pengyu, à época.
Relembre a guerra tarifária entre China e EUA
A guerra tarifária entre as duas maiores economias do mundo se intensificou após o anúncio das tarifas prometidas por Trump, no início de abril.
A China foi um dos países tarifados — e com uma das maiores taxas, de 34%. Essa taxa se somou aos 20% que já eram cobrados em tarifas sobre os produtos chineses anteriormente.
Os EUA decidiram retaliar, e Trump deu um prazo para a China: ou o país asiático retirava as tarifas até as 12h de 8 de abril, ou seria taxado em mais 50 pontos percentuais, levando o total das tarifas a 104%.
A China não recuou e ainda afirmou que estava preparada para “revidar até o fim”.
Cumprindo a promessa, Trump confirmou a elevação das tarifas sobre os produtos chineses.
A resposta chinesa veio na manhã de 9 de abril: o governo elevou as tarifas sobre produtos americanos de 34% para 84%, acompanhando o mesmo percentual de alta dos EUA.
No mesmo dia, Trump anunciou que daria uma “pausa” no tarifaço contra os mais de 180 países, mas a China seria uma exceção.
Em 10 de abril, a Casa Branca explicou que as taxas de 125% foram somadas a outra tarifa de 20% já aplicada anteriormente sobre a China, resultando numa alíquota total de 145%.
Matéria com informações adicionais da Reuters.