Índice
Após a sétima audiência do processo do Capítulo 11 da Lei de Falências, nos Estados Unidos, a Azul prevê apresentar em setembro o plano de reestruturação completo, com a expectativa de deixar o processo de recuperação judicial até dezembro.
Ao divulgar os dados do 2º trimestre, a Azul informou que alcançou receita operacional de R$ 4,9 bilhões, alta de 18% no comparativo com abril a junho de 2024. Um resultado impulsionado principalmente pela alta demanda registrada, entre eles a participação dos mercados internacionais.
Ao falar que a companhia fica mais leve, Rodgerson destacou como “peso” o pagamento de aluguel por aeronaves paradas, fora de operação, que davam custos à Azul sem a possibilidade de receita.
“Recuperação judicial é para tirar aquele peso do passado dos nossos ombros. Para tirar aquelas aeronaves que não estão operando, e para tornar a Azul uma empresa mais eficiente. Tirando aquela dívida que nós pegamos em 2020 e 2021, quando não tivemos nenhum aporte governamental, como outras empresas aéreas em outros locais do mundo tiveram. Nós estamos tirando aquela dívida para andar muito mais leve”, disse.
Assim, entre as ações já estabelecidas estão a devolução de aeronaves: 12 já foram concretizadas, e o número pode chegar a 30.
No entanto, a Azul projeta que a redução da frota total será menor, pois haverá chegada de novos aviões. Atualmente são 180 aeronaves, e a projeção é que após o processo de recuperação, a companhia opere com 20 a menos.
Otimizar hubs
A melhora nos resultados operacionais passa por atuar em rotas com maior demanda, o que explica, por exemplo, o encerramento de operações de voos em 14 cidades brasileiras em 2025.
Em uma apresentação para investidores, a companhia informou, no início de agosto, que o encerramento das operações nas cidades “não lucrativas” representava a eliminação de 53 rotas – veja lista abaixo.
“Com as mudanças, a companhia adaptou sua malha para a operação dos próximos meses, quando se inicia o período da alta temporada. A Azul fez um planejamento de malha com oferta de 3,6 mil voos extras e oferta de 520 mil assentos em todo o país, com destaque para operações inéditas a partir do aeroporto de Congonhas. Pela primeira vez, a Companhia converterá 45% dos voos originalmente voltados ao público corporativo em operações sazonais de lazer para atender a intensa demanda do período”, destacou a empresa, em comunicado.
Lista de cidades
Agora, a companhia afirma que irá focar em seus hubs – o principal deles é o Aeroporto Internacional de Viracopos, em Campinas (SP). Entre as principais operações também estão Confins (MG) e Recife (PE), mas a Azul informou que haverá investimentos para aumento nas operações em Porto Alegre (RS).
Recuperação judicial
A recuperação judicial da empresa, aprovada na Justiça dos Estados Unidos na primeira audiência do processo, em 29 de maio, prevê um financiamento de US$ 1,6 bilhão para eliminar a dívida.
Segundo a empresa, a intenção é manter todos os seus ativos, podendo continuar com a operação, negociar um possível adiamento de suas dívidas e, com aprovação judicial, conseguir um novo empréstimo.
“Parte desse capital será usada para comprar uma parte da dívida e parte para custear a operação da empresa durante esse período”, disse, após a primeira audiência, o vice-presidente da institucional da Azul, Fábio Campos.
No início de julho, a companhia informou ao g1 que obteve a aprovação final de todas as petições feitas durante segunda audiência que envolve a recuperação judicial.
Anúncio da suspensão em 12 cidades
Azul anuncia suspensão de operações em 12 cidades brasileiras; oito são do Nordeste
Em janeiro, quando fez o anúncio da suspensão das operações em 12 cidades, a companhia destacou que “as mudanças fazem parte do planejamento operacional, e os clientes impactados estão sendo comunicados previamente e receberão a assistência necessária, conforme prevê a resolução 400 da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac)”.
Na época, antes mesmo do processo de recuperação judicial nos EUA, a companhia citou os impactos causados pela crise global na cadeia de suprimentos e a alta no dólar, somada às questões de disponibilidade de frota e de ajustes de oferta e demanda entre as justificativas para a suspensão.
As operações no aeroporto de Caruaru (PE) também foram “readequadas” devido à baixa ocupação. Os voos passaram a ser operados por aeronaves Cessna Grand Caravan, com capacidade para nove clientes.
A companhia ressaltou que “como empresa competitiva, reavalia constantemente as operações em suas bases, como parte de um processo normal de ajuste de capacidade à demanda”. Disse ainda que “está sempre avaliando as possibilidades e necessidades de mercado e, consequentemente, mudanças fazem parte do planejamento operacional”.