As defesas queriam empurrar o julgamento para próximo do período eleitoral, mas cálculo mudou por causa do ritmo dos trabalhos no STF. Ministros da Corte ouvidos pelo blog avaliam também que o julgamento pode ser marcado até setembro. Réus agora creem que julgamento de Bolsonaro e outros réus do golpe termina em 2025
Os réus acusados de envolvimento na tentativa de golpe de Estado em 2022, assim como seus advogados, passaram a prever que o julgamento será concluído até setembro deste ano.
No início de 2025, a expectativa era de que o processo se estendesse até o fim do ano ou até 2026. No entanto, o ritmo acelerado imposto pela Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal mudou esse cenário.
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A matemática dos investigados é a seguinte: esta semana será marcada por depoimentos dos réus. Depois, pode haver pedido de diligências complementares — mesmo sabendo que há poucas chances de serem aceitas. Em seguida, há prazo para alegações finais do Ministério Público, do colaborador e, por último, dos réus.
Na matemática dos investigados, o processo seguirá assim:
Depoimentos dos réus acontecem nesta semana;
Em seguida, pode haver pedidos de diligências complementares (ainda que haja pouca chance de serem aceitas);
Depois , abre-se o prazo para:
Alegações finais do Ministério Público;
Alegações finais do colaborador;
E, por último, alegações finais dos réus.
“Considerando o recesso em julho, deverá pedir sessão de julgamento em agosto”, avalia um advogado.
Jair Bolsonaro, Braga Netto, Augusto Heleno, Anderson Torres, Mauro Cid, Alexandre Ramagem, Almir Garnier Santos e Paulo Sérgio Nogueira
g1
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O STF tem deixado claro — até em outros casos, como o de Collor — que não aceitará medidas que considera protelatórias no julgamento. Por isso, as defesas, cada vez mais, acreditam que o julgamento não passará de agosto ou, no mais tardar, setembro, a não ser que haja algum novo fato que exija mais investigação ou novas medidas.
Por ora, esse é o cálculo feito pelas defesas e pelos investigados nos bastidores.
Ministros do STF ouvidos pelo blog concordam que — com o ritmo da Primeira Turma — o julgamento pode ser marcado para agosto ou setembro. Há uma preocupação — como o blog revelou — de evitar que o julgamento contamine o debate eleitoral. E avaliam que o caso está mais do que redondo para um desfecho.
A mudança na previsão impacta na articulação para as eleições de 2026. A condenação de Bolsonaro à prisão enfraquece o discurso do ex-presidente de que será candidato (embora ele já esteja inelegível) e reforça o movimento que busca um nome alternativo da oposição.
Uma pesquisa Quaest divulgada na quinta-feira (5) mostrou o crescimento de nomes da direita. Tarcísio de Freitas (Republicanos), Ratinho Jr. (PSD) e Michelle Bolsonaro (PL) passaram a ter desempenho semelhante ao de Bolsonaro num eventual segundo turno com Lula, empatando com o petista. Eduardo Leite (PSD) também empataria.
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