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Reposição da testosterona em homens: entenda os riscos do uso abusivo

por Redação
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Reposição da testosterona em homens: entenda os riscos do uso abusivo
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O desequilíbrio hormonal típico da menopausa é muito discutido, mas fala-se pouco sobre a diminuição gradual da testosterona em homens, a partir dos 40 anos. Apesar de os homens continuarem a produzir espermatozoides até cerca de 90 anos de idade, eles perdem, em média, cerca de 1,2% de testosterona a cada ano, a partir dos 40 anos. Por isso, na faixa dos 60, os homens costumam ter cerca de 25% a menos de testosterona do que tinham antes dos 40 anos.
Esse declínio é chamado de DAEM (Distúrbio Androgênico do Envelhecimento Masculino), que leva a sintomas como cansaço, fadiga, dificuldade de ereção, irritabilidade e sudorese. A Sociedade Brasileira de Urologia não usa o termo andropausa porque esse desconforto é muito mais gradual do que o que ocorre com a mulher na menopausa.
O g1 conversou com urologistas para entender como lidar com esses sintomas, quando e como a reposição de testosterona pode ser usada.
O coordenador do Departamento de Andrologia, Reprodução e Sexualidade da Sociedade Brasileira de Urologia, Fernando Facio, destaca que os homens ainda procuram muito menos o médico do que as mulheres e que, quando o fazem, muitas vezes as consultas são agendadas por mulheres da família.
Além disso, muitas vezes eles não abordam o tema da queixa da função sexual, quando vão sozinhos à consulta. Por isso, muitos não sabem o que são os sintomas do DAEM, que podem ser confundidos até com os da depressão.
Reposição da testosterona: os riscos do uso abusivo
Somente a partir de 2005, o Brasil começou a entender que o homem com deficiência de testosterona melhora quando se trata, dentro dos critérios que a urologia compreende serem corretos, segundo Facio. Mas os urologistas só prescrevem a testosterona se o paciente tiver queixas de função sexual, como perda de libido e dificuldade de ereção, e nível de testosterona fora da faixa da normalidade.
Esses pacientes que não têm a quantidade mínima de testosterona e sintomas do DAEM são chamados de hipogonádicos.
Mas em homens com deficiência de testosterona que têm entre 45 e 50 anos de idade e ainda pretendem ter filhos, é preferível usar uma medicação chamada citrato de clomifeno, que estimula o testículo a produzir a testosterona a partir da gordura queimada. Dessa forma, o paciente melhora os níveis de testosterona sem alterar a chance de ser fértil.
O testículo é uma glândula que, quando entende que está entrando testosterona exógena (que não foi produzida pelo corpo), para de trabalhar.
“As pessoas acham que a testosterona resolve tudo, mas nós só a prescrevemos se tiver nível baixo – fora da faixa de normalidade. A atividade física e a alimentação adequadas podem retardar os sintomas do DAEM, mas ele é inevitável”, destaca Facio.
Pacientes com glóbulos vermelhos aumentados também devem evitar a reposição com testosterona.
Os riscos do uso abusivo da testosterona
As contraindicações para o uso sem necessidade e do uso abusivo da testosterona são:
Hipertrofia da musculatura cardíaca
Alteração hepática
Acne
Queda de cabelo
Infertilidade na faixa entre 40 e 55 anos de idade
Piora do câncer de próstata ou de mama em pacientes com a doença
“A testosterona não dá câncer de próstata. Mas em pacientes com câncer de próstata eu não posso dar testosterona”, explica Facio.
Como é feita a reposição de testosterona
A reposição de testosterona pode ser feita por meio de:
utilização de gel de testosterona, em que o paciente aplica o gel todos os dias
ou de forma injetável: as injeções disponíveis no Brasil são aplicadas geralmente de forma intramuscular, a cada 15 dias, em média, ou intramuscular, a cada três meses, em média.
Cerca de 20% dos homens após os 40 anos terão queda da testosterona, apontam estudos
Alguns estudos demonstram que cerca de 20% dos homens após os 40 anos terão uma queda da testosterona. Mas estudos clássicos demonstram que a queda da testosterona junto com os sintomas do hipogonadismo está presente em uma parcela de 6 a 12% dos homens entre 40 e 69 anos.
Um grande estudo europeu demonstra que cerca de 2% dos homens apresentam hipogonadismo – baixa de testosterona e sintomas do DAEM – entre 40 e 79 anos. Esse mesmo estudo mostrou que apenas a baixa dos níveis hormonais, sem os sintomas do DAEM, é encontrada em cerca de 23% dos homens após os 40 anos de idade.
‘Homem se trata e mulher faz prevenção’, diz médico
De acordo com dados do IBGE de 2023, a expectativa de vida ao nascer para as mulheres no Brasil é de 79,7 anos. Já entre os homens esse índice é de 73,1 anos.
“A gente viu que as mulheres vivem mais. Os homens morrem de cinco a seis anos antes das mulheres. E qual seria o fator que preserva essas mulheres e não preserva os homens? O homem só vai se tratar e a mulher faz prevenção. E uma das coisas que faz com que a mulher viva mais é ela melhorar seus níveis hormonais”, explica o médico.
“Muitos homens apresentam sintomas de baixa de testosterona, mas com o tempo eles vão se adaptando a esses sintomas e acabam não buscando ajuda”, acrescenta Tiago Mierzwa, membro do Departamento de Andrologia, Reprodução e Sexualidade da Sociedade Brasileira de Urologia.
‘Maturidade’: saúde dos homens após os 40 pode depender da reposição de testosterona

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