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Preço do café sobe e dobra poder de compra em SP

por Redação
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Os preços da saca de 60 kg do café arábica operou em cerca de R$ 2.200. Os valores do café robusta fecharam em torno dos R$ 1.350 a saca. Com as cotações nesse patamar, os produtores de São Paulo precisam de 1,16 saca de arábica do tipo 6 para adquirir uma tonelada do adubo em 2025.

💰Em outubro do ano passado, era preciso 1,44 saca de café para compra de fertilizante. Desde o início dos levantamentos feitos pelo Cepea, em 2011, a média histórica indica a necessidade de 2,6 sacas de café para pagar uma tonelada de fertilizante.

“O poder de compra dos agricultores frente a importantes fertilizantes é considerado bom neste ano. Pesquisadores ressaltam que a retomada das chuvas nas regiões produtoras de café tende a viabilizar a realização de adubações nas lavouras, visando um bom desenvolvimento da safra 2025/26”, detalham.

Queda nas cotações em setembro

Após altas entre junho e agosto, os preços no mercado do café brasileiro registram queda de até 11% na segunda quinzena de setembro de 2025, segundo levantamento mais recente do Centro de Pesquisas da Esalq-USP, o Cepea, no campus da Piracicaba (SP), divulgado nesta quarta-feira (24).

  • Expectativas de chuvas e de que tarifaço seja retirado explicam movimento nos preços. Entenda, abaixo, os motivos elencados para o movimento de retração nas cotações.

📉Entre 15 e 22 de setembro, o Indicador Cepea/Esalq do café arábica no posto na capital paulista, caiu 10,2%, fechando a R$ 2.133,08 a saca de 60 quilos na última segunda-feira (22).

Para o café robusta, o Indicador Cepea/Esalq, a retirar no posto de Espírito Santo, recuou 11,1% de 15 a 22 de setembro, fechando a R$ 1.313,22 a saca de 60 quilos.

“A pressão vem da expectativa de chuvas mais expressivas nas regiões produtoras do Brasil, da realização de lucros e da liquidação de posições de compra na Bolsa de Nova York (ICE Futures), após fortes altas, além da possibilidade de que as tarifas dos Estados Unidos sobre o café sejam retiradas”, elencam fatores os pesquisadores do Cepea.

Apesar da retração nas cotações, o Centro de Estudos da Esalq-USP, indica que os preços seguem em patamares elevados.

“Ainda influenciados pela oferta restrita, pelos estoques reduzidos e pelo fato de o café brasileiro estar, até o momento, sobretaxado nos EUA”, detalham.

Café produzido no Sul de Minas Gerais — Foto: Reprodução / EPTV/Arquivo

Oferta restrita e alta de preços

Agosto

📈A colheita da safra do café, tipo robusta, se encerrou e as cotações se mantiveram em alta em agosto. De acordo com levantamento do Centro de Estudos, o indicador Cepea/Esalq para o grão registrou aumento de 43% na medição parcial do mês na praça de Espírito Santo.

☕A saca do café robusta de 60 quilos fechou em R$ 1.469,43 no último dia 25 de agosto.

Para o café arábica, as atividades de campo estão praticamente finalizadas, e as cotações também registram avanços significativos, demonstra o Centro de Pesquisas.

O Indicador Cepea/Esaq do café arábica no posto na capital paulista subiu 26,3% em agosto e a saca com 0 quilos fechou a R$ 2.287,56.

“Pesquisadores explicam que o impulso vem sobretudo do estoque bastante ajustado. Ressaltam que o término da colheita evidenciou perdas no beneficiamento e o limitado volume de produção no Brasil”, aponta o Cepea.

Além disso, o tarifaço dos Estados Unidos sobre as exportações brasileiras de café segue trazendo volatilidade ao mercado nacional, ainda conforme o Cepea.

Redirecionamento de mercados

Análise do centro de estudos da USP indicava que o Brasil poderia ser forçado a redirecionar parte da produção nacional a outros mercados.

Quem se deu bem e quem se deu mal entre as exceções do tarifaço de 50% de Trump

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“O que exige agilidade logística e estratégia comercial para mitigar os prejuízos à cadeia produtiva nacional”, aponta.

📈Alguns setores brasileiros conseguiram escapar da tarifa de 50% imposta pelos Estados Unidos, enquanto outros foram diretamente atingidos pela medida, como é caso da carne bovina, café e frutas.

Os pesquisadores do Cepea apontam ainda que preços domésticos do café têm acompanhado os movimentos das Bolsas de Nova York e Londres, com oscilações associadas à atuação especulativa de fundos.

Taxação do café brasileiro pelos EUA preocupa produtores — Foto: Reprodução EPTV

Embarques 🛳️

Em 2024, o Brasil respondeu por aproximadamente 23% do total comprado pelos EUA, em valores monetários, de acordo com estatísticas da Comissão de Comércio Internacional dos Estados Unidos (USITC, na sigla em inglês).

A Colômbia representou cerca de 17% do total das importações norte-americanas, enquanto o Vietnã contribuiu com aproximadamente 4%.

Arábica e robusta ☕

Pesquisadores lembram, ainda, que, no segmento do café arábica, em que o Brasil também lidera os embarques aos EUA, a Colômbia, principal concorrente, permanece isenta da nova tarifação.

Quanto ao robusta, o Vietnã negocia a aplicação de uma alíquota reduzida de 20%, frente aos 46% inicialmente previstos.

Mercado do café analisa possível impacto do ‘tarifaço’ de Trump para a produção no Sul de Minas — Foto: Reprodução EPTV

☕Café: o impacto no setor cafeeiro é estrutural, alerta o Cepea.

“Como os EUA não produzem café, a elevação do custo de importação compromete diretamente a viabilidade econômica da cadeia interna, que envolve torrefadoras, cafeterias, indústrias de bebidas e redes de varejo”, analisa.

“A exclusão do café do pacote tarifário é não apenas desejável, mas estratégica, tanto para a sustentabilidade da cafeicultura brasileira quanto para a estabilidade da cadeia de abastecimento norte-americana”, destaca Renato Ribeiro, pesquisador de café do Cepea.

No curto prazo, apesar de a safra 2024/25 ter assegurado boa capitalização aos produtores, a comercialização da safra 2025/26 avança lentamente, apontam pesquisadores do Cepea.

Com a queda nas cotações e a instabilidade externa, os produtores têm vendido volumes mínimos para manter o fluxo de caixa, postergando negociações maiores à espera de definições sobre o cenário tarifário.

Persistem também incertezas quanto às importações brasileiras de frutas frescas, tanto em volume quanto em origem, frente à nova conjuntura global.

📃Leia mais

Infográfico – Lista de isenções ao tarifaço de Trump — Foto: Arte/g1

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