12 julho , 2025
Início » IPCA: preços sobem 0,24% em junho e país estoura meta de inflação

IPCA: preços sobem 0,24% em junho e país estoura meta de inflação

por Redação
ipca:-precos-sobem-0,24%-em-junho-e-pais-estoura-meta-de-inflacao

Com o resultado, ficou confirmado que o Brasil descumpriu a meta de inflação estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). Pela nova regra da meta contínua — em vigor desde janeiro — há descumprimento quando a inflação oficial fica fora do intervalo de tolerância por seis meses consecutivos.

E foi exatamente o que ocorreu: de janeiro a junho, o IPCA acumulado em 12 meses superou o teto de 4,5%. No período encerrado em junho, a inflação somou 5,35%, bem acima do limite do sistema de metas. (veja abaixo os grupos e itens que mais contribuíram para o estouro da meta)

🔎 A meta central de inflação é de 3% ao ano, com uma banda de tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou para menos — ou seja, a inflação pode variar entre 1,5% e 4,5% sem que a meta seja considerada oficialmente descumprida.

“Com alta de 6,93% no primeiro semestre do ano, a energia elétrica residencial tem pesado no bolso das famílias, registrando o principal impacto positivo individual (0,27 p.p.) no resultado acumulado de 2025. Esta variação é a maior para um primeiro semestre desde 2018, quando foi de 8,02%”, destaca Fernando Gonçalves, gerente do IPCA.

O especialista destaca que a trajetória da energia em 2025: “no início do ano, com o bônus de Itaipu, houve queda em janeiro, reversão em fevereiro e, depois, bandeira verde. No mês passado, entrou em vigor a bandeira amarela e, agora, a vermelha”, explica.

Veja o resultado dos grupos do IPCA em maio

Oito dos nove grupos pesquisados pelo IBGE apresentaram alta:

  • Habitação: 0,99%
  • Artigos de residência: 0,08%;
  • Vestuário: 0,75%;
  • Transportes: 0,27%;
  • Saúde e cuidados pessoais: 0,07%;
  • Despesas pessoais: 0,23%;
  • Educação: 0,00%;
  • Comunicação: 0,11%.

Apenas um item dos grupos pesquisados teve queda:

  • Alimentação e bebidas: -0,18%

O que contribuiu para o estouro da meta

Segundo Fernando Gonçalves, ao longo desse período houve aumento na alimentação e bebidas, educação e transporte (incluindo a gasolina) – o que justifica o acumulado em 12 meses ter ultrapassado o teto.

O grupo Alimentação e bebidas teve a maior variação em 12 meses, e a maior peso no índice geral (1,44 p.p.).

Veja a variação dos grupos em 12 meses:

  • Alimentação e bebidas: 6,66%
  • Educação: 6,21%
  • Despesas pessoais: 5,81%
  • Habitação: 5,30%
  • Saúde e cuidados pessoais: 5,16%
  • Transportes: 5,11%
  • Vestuário: 4,68%
  • Artigos de residência: 2,66%
  • Comunicação: 2,16%

Dentre os 377 subitens do IPCA, as carnes tiveram a maior contribuição para o resultado final.

Veja os que mais contribuíram para a alta em 12 meses:

  • Carnes: 0,55 p.p. (variação de 23,63%)
  • Gasolina: 0,34 p.p. (variação de 6,60%)
  • Café: 0,32 p.p. (variação de 77,88%)
  • Cursos regulares: 0,29 p.p. (variação de 6,50%)
  • Plano de saúde: 0,28 p.p. (variação de 7,03%)

Conta de luz pesou na inflação do mês

  • 🌤️Segundo a Aneel, a medida foi adotada diante da queda no volume de chuvas e da diminuição da geração de energia por hidrelétricas, conforme projeções do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS). Para compensar a baixa nas afluências, será necessário acionar usinas termoelétricas, que têm custo de produção mais elevado.

A energia elétrica residencial (2,96%) foi o subitem com o maior impacto individual no índice do mês (0,12 p.p.). Foram registrados, também, reajustes em Belo Horizonte, Porto Alegre, Curitiba e Rio de Janeiro.

No ano, energia elétrica residencial acumula uma alta de 6,93%, destacando-se como o principal impacto individual (0,27 p.p.) no resultado acumulado do IPCA (2,99%). Esta variação (6,93%) é a maior para um primeiro semestre desde 2018 quando o acumulado foi de 8,02%.

O grupo Habitação (0.99%) foi, ainda, influenciado pela alta na taxa de água e esgoto (0,59%). No mês, o grupo contribuiu com 0,15 p.p. para o índice geral.

Nova Tarifa Social vai dar descontos de até 100% na conta de luz de cearenses — Foto: TV Verdes Mares/Reprodução

Queda nos alimentos

Por outro lado, o grupo Alimentação e bebidas registrou a primeira queda (-0,18%) em 9 meses, contribuindo com -0,04 p.p. na taxa geral. Em maio, o grupo teve uma alta de 0,17%.

Segundo o IBGE, a queda foi influenciado pela alimentação no domicílio, que saiu de 0,02% em maio para -0,43% em junho, com quedas no ovo de galinha (-6,58%), arroz (-3,23%) e frutas (-2,22%). Em alta, se destaca o tomate (3,25%).

Já a alimentação fora do domicílio desacelerou para 0,46% em junho, frente ao 0,58% de maio. O lanche passou de 0,51% em maio para 0,58% em junho, e a refeição, por sua vez, saiu de 0,64% em maio para 0,41% em junho.

A queda na alimentação e bebidas se reflete no índice de difusão do mês de junho, ou seja, no percentual de subitens que tiveram resultado positivo, que passou de 60% em maio para 54% em junho.

Entre os alimentícios, o índice caiu de 60% para 46% e entre os não alimentícios, manteve-se a taxa de 60%. O IBGE atribui a queda ao aumento na produção da safra.

“Foi o menor índice de difusão desde julho de 2024 (47%), quando o grupo Alimentação também apresentou uma redução em sua taxa (-1,00%)”, observa o gerente. “Se tirássemos os alimentos do cálculo do IPCA, a inflação do mês seria de 0,36%. E se tirássemos a energia elétrica, ficaria em 0,13%”, conclui Fernando Gonçalves.

O Transportes também teve contribuição positiva relevante no mês (0,05 p.p), aumentando 0,27% após recuo de 0,37% em maio.

Mesmo com a queda dos combustíveis (-0,42%), as variações no transporte por aplicativo (13,77%) e no conserto de automóvel (1,03%) impulsionaram a alta.

No Vestuário (0,75%), que contribuiu com 0,04 p.p. em junho, destacam-se as altas na roupa masculina (1,03%), nos calçados e acessórios (0,92%) e na roupa feminina (0,44%).

INPC fica em 0,23%

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), utilizado como referência para reajustes do salário mínimo e que calcula a inflação para famílias de renda mais baixa, registrou uma alta de 0,23% em junho. Em maio, o índice havia subido 0,35%.

Com isso, o INPC acumulou uma alta de 5,18% nos 12 meses até maio de 2025.

você pode gostar

SAIBA QUEM SOMOS

Somos um dos maiores portais de noticias de toda nossa região, estamos focados em levar as melhores noticias até você, para que fique sempre atualizado com os acontecimentos do momento.

CONTATOS

noticias recentes

as mais lidas

Jornal de Minas © Todos direitos reservados à Tv Betim Ltda®