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Entre as marcas, algumas foram consideradas “café fake” por usarem elementos diferentes de café em sua composição.
Outras foram banidas por questões sanitárias ou irregularidades nas empresas fabricantes (veja mais abaixo o que as empresas disseram sobre a proibição).

‘Café fake’: saiba diferenciar café e pó sabor café na prateleira
Por que os cafés foram vetados
As proibições das marcas ocorreram por motivos diferentes.
Melissa, Pingo Preto e Oficial (junho)
Café fake apreendido — Foto: Reprodução
Segundo a Anvisa, os três produtos, conhecidos como “cafés fake”, foram banidos por:
- eles continham a toxina ocratoxina A (OTA), substância imprópria para o consumo humano;
- as embalagens informavam conter “polpa de café” e “café torrado e moído”, mas usavam ingredientes de baixa qualidade, como grãos crus ou resíduos;

Café Fake: Anvisa proíbe 3 marcas
Café Câmara, proibido pela Anvisa, falsificou selo de pureza da Abic — Foto: Reprodução
De acordo com a Anvisa, a proibição do produto ocorreu por duas irregularidades:
- o café tinha origem desconhecida e, em análise laboratorial, foram encontrados “fragmentos de corpo estranho, semelhantes a vidro” no lote 160229;
- a embalagem indicava fabricação por duas empresas em situação irregular: Sociedade Abastecedora do Comércio e da Indústria de Panificação Sacipan S/A e Lam Fonseca Produtos Alimentos Ltda.
🚫A Associação Brasileira da Indústria de Café (Abic) também disse que o selo de pureza da entidade, mostrado na embalagem do Café Câmara, era falsificado.
Fellow Criativo, da Cafellow (outubro)
Pó para preparo da café em sachê Fellow Criativo, da marca Cafellow — Foto: Divulgação
A Anvisa informou que baniu o produto, identificado como pó para preparo de café em sachê, por três motivos:
- ele contém extrato de cogumelo Agaricus Bisporus, “ingrediente não avaliado quanto à segurança de uso em alimentos”;
- a embalagem e a propaganda dizem que ele serve para ‘controle de insulina’ e ‘diminui o colesterol’. A Anvisa diz que essas alegações não foram aprovadas pela agência;
- o produto, apontado como pó para preparo de café, contém no rótulo “informações que podem causar erro e confusão em relação à natureza do produto, podendo levar o consumidor a entender que se trata de café”.

Governo federal proíbe pó para café em sachê da marca Cafellow
Cafés da marca Vibe Coffee, proibida pelo governo federal — Foto: Divulgação
Segundo a Anvisa, a proibição de todos os produtos vendidos pela Vibe Coffee, do Espírito Santo, ocorreu por:
- ausência de licença sanitária da empresa;
- ausência de regularização dos produtos (comunicado de início de fabricação);
- falhas graves de boas práticas de fabricação, como ausência de rastreabilidade, ausência de procedimentos operacionais padrão e condições inadequadas de higienização;
- irregularidades constadas em uma inspeção da Vigilância Sanitária do Espírito Santo.
O que disseram as empresas
As empresas que tiveram produtos banidos foram questionadas pelo g1 logo após a proibição.
“Reforçamos nossa total confiança na qualidade do nosso produto e agradecemos a compreensão e a confiança depositada em nossa marca”, acrescentou a empresa.
Após terem sido identificadas “algumas irregularidades estruturais e ausência de determinados Procedimentos Operacionais Padrão”, a empresa disse que suspendeu suas atividades para realizar as obras e adequações necessárias.
A Duas Marias, empresa responsável pelo Melissa, se posicionou após a ação do Ministério da Agricultura, em maio. Na ocasião, ela afirmou que o “produto não é comercializado nem rotulado como ‘café torrado e moído'” e “não utiliza exclusivamente grãos de café, mas sim uma formulação alternativa legalmente permitida”.
As marcas Pingo Preto e Oficial não responderam aos questionamentos feitos na época da proibição. A marca Câmara não foi localizada.

Afinal, café bom vai todo pra fora do Brasil?
Pureza do café
Mas ela proíbe completamente os chamados elementos estranhos, que são grãos ou sementes de outros gêneros (como milho, trigo, cevada), corantes, açúcar, caramelo e borra de café solúvel ou de infusão.
Saiba como diferenciar café do ‘fake café’ pela embalagem — Foto: Bruna Azevedo / arte g1