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Ferrari, carro de Fórmula 1, relógios e dinheiro vivo são apreendidos pela PF em operação contra fraudes no INSS

por Redação
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Polícia Federal apreende carro de Fórmula 1, no Lago Sul, em operação que mirou fraude do INSS
A Polícia Federal (PF) apreendeu nesta sexta-feira (12), no Lago Sul, em Brasília, uma Ferrari, um carro de Fórmula 1, motos, relógios de luxo e dinheiro em espécie durante operação contra fraudes no Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS).
Segundo a PF, o carro de Fórmula 1 e a Ferrari foram apreendidos na casa do empresário Fernando Cavalcanti. Ele é um dos alvos de mandados de busca e apreensão. Ao todo, foram cumpridos 13 mandados desse tipo em Brasília e em São Paulo.
Nessa mesma operação, a PF prendeu Antônio Carlos Camilo Antunes, conhecido como o “Careca do INSS”, e o empresário Maurício Camisotti. Antunes foi preso em Brasília e levado para a Superintendência da PF. Já Camisotti, foi preso em São Paulo.
PF prende “careca do INSS” por fraudes em aposentadorias
Os agentes também estiveram na casa e no escritório do advogado Nelson Willians, em São Paulo. No endereço dele, foram apreendidas dezenas de obras e itens de artes.
As ordens judiciais foram expedidas pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) André Mendonça (leia mais abaixo).
Ferrari apreendida durante operação sobre fraude no INSS.
Afonso Ferreira/TV Globo
Atuação no esquema
Segundo a investigação, o “Careca do INSS”, preso em Brasília, é apontado como o lobista que atuava como “facilitador” do esquema de desvios de aposentadorias e pensões.
A PF acredita que ele transferiu R$ 9,3 milhões para pessoas relacionadas a servidores do INSS entre 2023 e 2024.
Já Maurício Camisotti, preso em São Paulo, é apontado como sócio oculto de uma entidade e beneficiário das fraudes na Previdência.
No caso do empresário Fernando Cavalcanti — dono da Ferrari e do carro de Fórmula 1 apreendidos em Brasília — e do advogado Nelson Willians, alvo de buscas em São Paulo, a TV Globo apurou que as suspeitas da PF são de que ambos atuavam na lavagem de dinheiro de Camisotti.
Motos aprendidas na operação da Polícia Federal em Brasília.
Afonso Ferreira/TV Globo
O que dizem as defesas
A defesa do advogado Nelson Wilians afirmou que ele tem colaborado integralmente com as autoridades, que sua relação com um dos investigados é estritamente profissional e legal e que os valores transferidos dizem respeito à compra de um terreno vizinho à sua residência.
A defesa destacou ainda que a medida é de caráter investigativo e não implica culpa ou responsabilidade.
Já a defesa do empresário Maurício Camisotti afirmou que não há qualquer motivo que justifique sua prisão no âmbito da operação que investiga fraudes no INSS.
Os advogados classificaram a ação policial como arbitrária. Acrescentaram que adotar todas as medidas legais cabíveis para reverter a prisão e assegurar os direitos do cliente.
Por telefone, a defesa de Antônio Carlos Camilo Antunes afirmou à TV Globo que vai buscar a liberdade do seu cliente.
Segundo o advogado Cléber Lopes, a defesa de Antunes aguardava a intimação para que ele pudesse depor e apresentar documentos, mas que, com a prisão, o processo será antecipado.
Lopes afirmou ainda que empresa de Antunes apenas prestava serviços a associações, sem envolvimento na obtenção de dados de aposentados ou no recrutamento de pessoas. E que ele não atentou contra a instrução criminal e está comportando de maneira adequada.
O empresário Fernando dos Santos Andrade Cavalcanti afirmou, em nota, que não tem qualquer relação com a fraude investigada no INSS. Segundo ele, sua atividade não envolve contratos com o órgão ou entidades ligadas.
Cavalcanti também disse que não faz mais parte do escritório Nelson Willians Advogados. Ele declarou que todas as suas operações financeiras são lícitas e que apresentará documentos para comprovar sua inocência.
Carro de Fórmula 1 apreendido em casa do Lago Sul.
Afonso Ferreira/TV Globo
Como funcionava o esquema
Segundo a PF e a Controladoria-Geral da União (CGU), as entidades investigadas:
💰 ofereciam pagamento de propina a servidores do INSS para obter dados de beneficiários;
✍️ usavam assinaturas falsas para autorizar descontos;
💻 criavam associações de fachada, muitas vezes presididas por idosos, pessoas de baixa renda ou aposentados por incapacidade.
As associações cadastravam, sem autorização, aposentados e pensionistas do INSS e passavam a descontar mensalidades diretamente na folha de pagamento. Em muitos casos, os idosos nem sabiam que estavam sendo “associados”.
Há registros de aposentados que, no mesmo dia, foram filiados a mais de uma entidade — com erros de grafia idênticos nas fichas, apontando para fraudes.
De acordo com a PF, dirigentes e servidores do INSS recebiam vantagens indevidas para facilitar a inserção dos descontos nos contracheques dos aposentados, enquanto associações de fachada viabilizavam o desvio.
A investigação começou em 2023 na CGU, no âmbito administrativo. Em 2024, após a CGU encontrar indícios de crimes, a Polícia Federal foi acionada.
Dinheiro e relógios de luxo apreendidos durante operação sobre fraude no INSS.
Polícia Federal
CPMI do INSS
No início do mês, a Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do INSS aprovou pedido de prisão preventiva e quebra de sigilo tanto do “Careca do INSS” como de Camisoti.
🔎 O pedido foi feito à Polícia Federal, responsável pela investigação, e precisou ser aprovado pela Justiça para ser cumprido.
👉🏽 A votação foi nominal e obteve 26 votos favoráveis e nenhum contrário.
O requerimento, feito pelo relator Alfredo Gaspar (União-AL), justificou que o pedido se deve ao não pedido de prisão até o momento de nenhum dos envolvidos no esquema de desvio bilionário de aposentadorias.
Nesta sexta, após a operação da PF, o relator da CPMI afirmou que a comissão manterá o cronograma de depoimento e pedirá ao STF para ouvir os dois detidos.
🔎Interlocutores da PF, contudo, afirmaram que os pedidos de prisão de agora partiram da própria Polícia Federal e não estão relacionados com a CPMI do INSS.
Dinheiro apreendido pela PF em São Paulo.
Polícia Federal

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