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Depois de a bolsa bater recorde histórico na véspera, e o dólar encostar em R$ 5,37, o mercado começa o dia de olho em novos dados econômicos do Brasil e dos Estados Unidos. Também há atenção para possíveis reações do governo Trump à condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro.
▶️ Ontem, os mercados reagiram com otimismo aos dados de emprego e inflação dos EUA, que aumentaram as chances de corte de juros pelo Federal Reserve na próxima semana. Hoje, saem novos números: a confiança do consumidor em setembro e o relatório sobre oferta e demanda de commodities agrícolas.
▶️No Brasil, investidores acompanham possíveis reações dos EUA após a condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro. Ontem, o presidente Donald Trump chamou a decisão de “terrível” e disse estar “muito insatisfeito”. Já o secretário de Estado, Marco Rubio, prometeu uma resposta do governo americano.
▶️ O IBGE divulgou hoje que os serviços prestados no Brasil cresceram 0,3% em julho, como era esperado. Foi a sexta alta seguida do setor. Na comparação com julho do ano passado, o avanço foi de 2,8%, acima da previsão de 2,6%, e marca o maior nível da série histórica.
Veja a seguir como esses fatores influenciam o mercado.
Entenda o que faz o preço do dólar subir ou cair
💲Dólar
- Acumulado da semana: -0,39%;
- Acumulado do mês: -0,55%;
- Acumulado do ano: -12,75%.
📈Ibovespa
- Acumulado da semana: +0,36%;
- Acumulado do mês: +1,22%;
- Acumulado do ano: +19,01%.
Julgamento de Bolsonaro
A Primeira Turma STF formou maioria nesta quinta-feira para condenar o ex-presidente Jair Bolsonaro e outros sete réus por todos os crimes dos quais foram acusados pela Procuradoria-Geral da República na Trama Golpista.
O placar chegou a 3 votos a 1 após a ministra Cármen Lúcia acompanhar o relator, Alexandre de Moraes, e o ministro Flávio Dino. Os três votaram pela condenação de Bolsonaro, seus ex-auxiliares e militares.
Os crimes pelos quais já há maioria pela condenação de Bolsonaro de mais sete réus são:
- Golpe de Estado
- Abolição violenta do Estado Democrático de Direito
- Organização criminosa
- Dano qualificado contra patrimônio da União
- Deterioração de patrimônio tombado
No caso do réu Alexandre Ramagem, ele é o único que os ministros estão excluindo de dois crimes: dano qualificado contra o patrimônio da União e deterioração do patrimônio tombado.
- Jair Bolsonaro: ex-presidente da República
- Walter Braga Netto: general, ex-ministro de Bolsonaro e candidato a vice na chapa do ex-presidente
- Mauro Cid: tenente-coronel, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro e delator
- Almir Garnier: ex-comandante da Marinha
- Alexandre Ramagem: ex-diretor da Abin e deputado federal
- Augusto Heleno: general e ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional
- Paulo Sérgio Nogueira: general e ex-ministro da Defesa
- Anderson Torres: ex-ministro da Justiça
O mercado já via como praticamente inevitável a condenação de Bolsonaro. A preocupação, no entanto, é que a decisão possa gerar novas reações negativas do governo dos EUA, que já aplicou tarifas adicionais ao Brasil citando o julgamento do ex-presidente como justificativa.
Volume de serviços no Brasil
O volume de serviços prestados no Brasil cresceu 0,3% em julho sobre o mês anterior, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta sexta-feira. O resultado ficou em linha com o esperado por economistas.
Foi a sexta alta mensal consecutiva do setor, que segue mostrando resiliência em meio ao aperto monetário. Na comparação com julho do ano passado, os serviços cresceram 2,8%, renovando o ponto mais alto de sua série.
Economistas esperavam alta de 0,3% sobre junho e crescimento de 2,6% na comparação anual, segundo pesquisa da Reuters.
De acordo com o IBGE, três das cinco atividades dos serviços pesquisadas tiveram alta, com destaque para informação e comunicação, que avançou 1%. A atividade de profissionais, administrativos e complementares cresceu 0,4% e os serviços prestados às famílias, 0,3%.
Os transportes, por outro lado, sofreram a maior retração (-0,6%), seguidos por outros serviços (-0,2%).
Segundo o gerente da pesquisa, Rodrigo Logo, o fraco desempenho de transportes refletiu uma queda das receitas do transporte aéreo, após cinco meses seguidos de crescimento, em meio a uma alta dos preços das passagens no mês.
O Banco Central, que voltará a se reunir para deliberar sobre os juros na próxima semana, tem destacado sua preocupação com a resiliência da inflação de serviços, conforme o setor opera acima do seu potencial. A expectativa é que a autarquia mantenha a Selic em 15%.
Bolsas globais
Em Wall Street, os mercados estão estáveis nesta sexta-feira, após uma semana marcada por dados econômicos que mantiveram a expectativa de que o banco central dos EUA, o Federal Reserve, possa reduzir os juros em breve. Na véspera, os principais índices de bateram recordes, refletindo o otimismo dos investidores.
Hoje, os contratos futuros dos índices mostram leve queda: o S&P 500 recua 0,13%, o Nasdaq 100 cai 0,06% e o Dow Jones tem baixa de 0,16%.
Na Europa, mercados europeus operam com instabilidade nesta sexta-feira. A queda nas ações de empresas do setor de saúde tem pressionado os índices, enquanto investidores aguardam uma decisão importante sobre a nota de crédito da França, que será divulgada pela agência Fitch ainda hoje.
Entre os principais índices da região: em Londres, o índice Financial Times sobe 0,31%, a 9.326 pontos; em Frankfurt, o DAX cai 0,30%, a 23.632 pontos; em Paris, o CAC-40 recua 0,44%, a 7.789 pontos; em Milão, o FTSE/MIB perde 0,06%, a 42.405 pontos.
Na Ásia, os mercados fecharam com resultados mistos. As bolsas da China recuaram após alcançarem o maior nível em dez anos, enquanto o entusiasmo com avanços em inteligência artificial impulsionou os ganhos em Hong Kong. Em outras partes da região, o clima foi de otimismo.
No fechamento: em Xangai, o índice SSEC caiu 0,12%, a 3.870 pontos; o CSI300, que reúne grandes empresas de Xangai e Shenzhen, perdeu 0,57%, a 4.522 pontos; em Hong Kong, o Hang Seng subiu 1,16%, a 26.388 pontos; em Tóquio, o Nikkei avançou 0,89%, a 44.768 pontos; em Seul, o Kospi teve alta de 1,54%, a 3.395 pontos.
Dólar — Foto: Reuters/Lee Jae-Won/Foto de arquivo
*Com informações da agência de notícias Reuters