Início » Cofundador da Ben & Jerry

Cofundador da Ben & Jerry

por Redação
cofundador-da-ben-&-jerry

Em uma carta aberta divulgada por Cohen nas redes sociais, Greenfield declarou que a companhia, sediada em Vermont, nos Estados Unidos, perdeu sua autonomia desde que a Unilever, com sede no Reino Unido, passou a limitar as ações de ativismo da empresa e dos cofundadores.

Jerry Greenfield declarou que não poderia mais, “em boa consciência”, trabalhar em uma empresa “silenciada”, mesmo com o acordo de fusão garantindo a preservação da missão social da marca.

“Essa independência existia em grande parte graças ao acordo único de fusão que Ben e eu negociamos com a Unilever”, escreveu ele na carta.

Um porta-voz da Magnum, divisão de sorvetes da Unilever, afirmou à agência de notícias Reuters que a empresa “discorda da visão de Greenfield” e tem buscado envolver os dois fundadores em “um diálogo construtivo para fortalecer a sólida posição da Ben & Jerry’s no mundo, baseada em valores”.

De acordo com a Magnum, Greenfield também deixou o posto de embaixador da marca.

Ben & Jerry’s versus Unilever

A renúncia do cofundador é mais um episódio da longa série de divergências entre a Ben & Jerry’s e a Unilever, iniciada em 2021, quando a fabricante de sorvetes decidiu suspender as vendas na Cisjordânia ocupada por Israel.

Em novembro de 2024, a marca chegou a processar Unilever, acusando a multinacional de silenciar suas declarações em apoio aos palestinos na guerra de Gaza. (Leia mais abaixo)

Casamento infeliz

Criada em 1978 por Cohen e Greenfield em um antigo posto de gasolina no estado americano de Vermont, a Ben & Jerry’s preservou sua missão social mesmo após ser comprada pela Unilever em 2000, por US$ 326 milhões — união que ajudaria a empresa de sorvetes a expandir sua missão social.

Mas, ultimamente, o casamento não tem sido feliz. Em 2021, a Ben & Jerry’s anunciou que não venderia mais seus produtos para assentamentos israelenses na Cisjordânia e em Jerusalém Oriental.

Em 2022, a Unilever vendeu seu negócio israelense para uma empresa local que disse que venderia a Ben & Jerry’s sob seu nome em hebraico e árabe em toda Israel e na Cisjordânia.

Já neste ano, a Unilever afirmou que planejava desmembrar seu negócio de sorvetes — incluindo a Ben & Jerry’s — até o final de 2025 como parte de uma reestruturação maior.

Agora, a saída de Greenfield acontece em meio à pressão da Ben & Jerry’s por se tornar novamente uma companhia independente, diante dos planos de abertura de capital da Magnum em novembro, após anos de conflitos sobre a posição da marca americana em relação à Gaza.

Recentemente, Ben Cohen pediu que fosse concedida “liberdade à Ben & Jerry’s” para preservar seus valores sociais, mas a solicitação foi recusada pelo novo CEO da Magnum, Peter ter Kulve.

Cohen acrescentou que a marca tentou organizar uma venda a investidores, estimada entre US$ 1,5 bilhão e US$ 2,5 bilhões, mas a proposta foi rejeitada.

Loja de sorvetes Ben & Jerry’s, em Cambridge, Massachusetts. — Foto: AP/Charles Krupa

você pode gostar

SAIBA QUEM SOMOS

Somos um dos maiores portais de noticias de toda nossa região, estamos focados em levar as melhores noticias até você, para que fique sempre atualizado com os acontecimentos do momento.

CONTATOS

noticias recentes

as mais lidas

Jornal de Minas © Todos direitos reservados à Tv Betim Ltda®