Em seu discurso, Bolsonaro não se colocou como candidato à presidência da República — ele está inelegível por decisão do TSE — mas pediu votos para seus deputados e senadores. Por duas vezes, pediu que dessem a ele “50% da Câmara e 50% do Senado “.
Falando das cadeiras do Congresso, Bolsonaro afirmou que “quem assumir a liderança, vai mandar mais que o presidente do país”.
Citou que, dessa forma, seria possível escolher “nosso” presidente da Câmara e do Senado, presidentes de comissões, diretores de agências reguladoras e até presidente e diretores do Banco a Central.
Bolsonaro estava ladeado por quatro governadores e parlamentares, todos de olho nas eleições de 2026.
Foto usada na contagem de pessoas no convocado por Jair Bolsonaro na Avenida Paulista neste domingo (29) — Foto: Reprodução/Monitor do Debate Político no Meio Digital & More in Common
Indefinição na disputa eleitoral
A fala de Bolsonaro se insere no contexto de uma possível condenação do STF por golpe de Estado que o afaste ainda mais da política eleitoral, em que ele é considerado uma carta fora do baralho para cargos eletivos.
Há ainda pressões de partidos aliados para que Bolsonaro escolha um nome para apoiar à presidência em 2026, o que significa reconhecer que seu nome não estará nas urnas.
O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, preferido de aliados do ex-presidente, participou do evento com um discurso em defesa do governo Bolsonaro, de quem foi ministro. Tarcísio também recheou sua fala de ataques à gestão Lula.
Bolsonaro resiste a passar o bastão, além de querer conduzir o processo de escolha de candidatos do PL nos Estados.
Mas o ex-presidente deixou claro que sua prioridade segue sendo a força do nome Bolsonaro. Ele encerrou sua participação no evento abraçando seus três filhos políticos presentes ao evento — Jair Renan, o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) e o vereador Carlos Bolsonaro (PL-RJ). Para o ex-presidente, os únicos apoios garantidos são aos filhos.