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Você tem a força da sua idade? Teste da cadeira ajuda a descobrir

por Redação
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Você tem força, resistência, mobilidade e flexibilidade adequadas para a sua faixa etária?
Um teste rápido, que pode ser feito em casa com o auxílio de uma cadeira, ajuda a indicar se uma pessoa tem força muscular dos membros inferiores adequada para a idade. Os resultados também avaliam a mobilidade, o equilíbrio, o risco de quedas, a coordenação motora e a mobilidade funcional.
O teste é um protocolo validado em geriatria para indicar o risco de fragilidade e perda de massa muscular. O chamado “teste de se sentar e se levantar da cadeira” é usado por médicos e fisioterapeutas também como parte do diagnóstico da sarcopenia, doença caracterizada pela perda progressiva de massa e função muscular.
Além de ser usado como forma de avaliação, ele também pode fazer parte do tratamento, explica Isabela Azevedo Trindade, presidente do Departamento de Gerontologia da SBGG.
O indivíduo deve manter os braços cruzados sobre os ombros e se levantar e se sentar. Ao se sentar, é preciso manter 90 graus de flexão de joelho, de quadril e de tornozelo.
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Não pode ser considerada repetição se você apenas encostar na cadeira. É preciso se sentar firmemente entre cada repetição, sem a necessidade de encostar as costas no encosto.
O teste pode ser avaliado de duas formas:
Sentar e levantar da cadeira 5 vezes: peça para outra pessoa cronometrar o tempo, que precisa ser inferior a 15 segundos, de acordo com o manual da Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia (SBGG). Um tempo acima de 15 segundos já indica perda de força muscular.
Sentar e levantar da cadeira por 30 segundos: peça para outra pessoa cronometrar o tempo e registrar o número de repetições realizadas (é preciso começar sentado). Este teste costuma ser usado também em outras faixas etárias, além de idosos.
Valores de referência para a população em geral* (sem Alzheimer, AVC, osteoartrite, doença pulmonar obstrutiva crônica ou outra condição neurológica):

Teste de sentar e levantar da cadeira avalia o risco de quedas e a força de membros inferiores
arte g1

Pontuação abaixo dos valores de referência significa maior risco de quedas e menor força nas pernas, podendo sugerir algum problema de controle postural e na capacidade do corpo de perceber a posição e o movimento das articulações.
Fonte: Tonet E. et al. Aging Clinical and Experimental Research (2023) 35:1107–1115 e American College of Sports Medicine (ACSM)
“Retrato simples da saúde funcional”, diz fisioterapeuta
A presidente do Departamento de Gerontologia da SBGG, Isabela Azevedo Trindade, explica que este teste é um indicador funcional e uma espécie de retrato do idoso naquele momento.
“É um teste muito simples, rápido, barato, sem custo e muito usado na geriatria, na gerontologia e na fisioterapia. Ele não mostra só a força dos membros inferiores, mas mostra também a capacidade do idoso de manter-se independente e ativo no dia a dia.
Ao ser usado como parte do tratamento, o paciente melhora a resistência da força dos membros inferiores, sendo possível avaliar e comparar a evolução.
“O mais importante é a gente considerar o movimento e a mobilidade. O melhor remédio é movimentar-se. Quanto mais a pessoa se mantém ativa, mais fácil ela irá sentar e levantar e mais tempo terá de autonomia”, diz Trindade.
A fisioterapeuta já atendeu uma paciente de 75 anos que tinha muita dificuldade de aceitar as limitações e o teste de se sentar e se levantar da cadeira foi essencial para ela visualizar essa dificuldade. A paciente não conseguia entender que estava com declínio de marcha, de massa muscular e tinha muita dificuldade em aderir à fisioterapia.
“Esse teste foi importante para que ela visualizasse a dificuldade que ela realmente tinha e para que ela tivesse uma melhor adesão ao tratamento de fisioterapia. Com isso, ela teve uma melhora muito significativa e voltou a ter independência com o treinamento”, destaca.
Sarcopenia afeta milhões de idosos no mundo
A sarcopenia, doença muscular progressiva reconhecida pela Organização Mundial da Saúde desde 2016, afeta milhões de idosos no mundo e já é considerada um dos novos “gigantes da geriatria”. O problema se caracteriza pela perda de massa, força e função muscular e está associado ao aumento do risco de quedas, fragilidade, incapacidade e até morte em pessoas mais velhas.
A dificuldade para levantar da cadeira é um dos indicativos de suspeita clínica da sarcopenia, assim como perda de peso, quedas, lentificação da marcha, fraqueza muscular e dificuldade para subir escadas.
Segundo o manual de recomendações da Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia (SBGG), a prevalência de sarcopenia varia conforme idade, sexo e condição clínica:
entre 5% e 13% em pessoas de 60 a 70 anos;
entre 11% e 50% em idosos acima dos 80 anos;
15,4% dos idosos em São Paulo, segundo o estudo SABE;
10,8% no Rio de Janeiro, de acordo com o estudo FIBRA;
até 51% em homens institucionalizados e 31% em mulheres.
Apesar desses números, o diagnóstico raramente é registrado em prontuários médicos. Uma pesquisa da própria SBGG mostrou que 30% dos médicos não especialistas em geriatria não sabem identificar a doença.
O que causa a sarcopenia
A condição pode ser primária, ligada ao envelhecimento natural, ou secundária, quando provocada por outros fatores. Entre as causas estão:
baixa ingestão de proteínas e calorias;
deficiências de micronutrientes;
hospitalizações e uso de medicamentos;
doenças cardíacas, respiratórias, oncológicas, neurológicas, renais e osteoarticulares;
sedentarismo, imobilidade e repouso prolongado no leito.

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