Trump aumenta para 80 mil toneladas cota de importação de carne bovina da Argentina com imposto reduzido

Trump aumenta para 80 mil toneladas cota de importação de carne bovina da Argentina com imposto reduzido

Com o aumento, 80 mil toneladas de carne da Argentina vão entrar nos EUA pagando menos imposto. A cota, até então, era de 20 mil toneladas.

A medida tem o objetivo de reduzir os preços da carne bovina nos EUA, que atingiram níveis recordes devido a uma diminuição do rebanho bovino do país e à forte demanda dos consumidores.

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O presidente da Câmara da Indústria da Carne da Argentina (CICCRA) comemorou a decisão dos EUA.

“É uma boa notícia para o setor. A carne bovina argentina é altamente valorizada nos Estados Unidos e tem ótima reputação. A Argentina está reconstruindo sua cadeia de distribuição nos Estados Unidos”, disse Miguel Schiariti, presidente da CICCRA, à Reuters.

Schiariti explicou que a Argentina exporta para os EUA tanto cortes nobres como carne para a indústria de hambúrgueres.

Em 2024, os Estados Unidos importaram cerca de 33 mil toneladas de carne bovina argentina, o que representou 2% do total de importações, segundo dados do governo.

A Reuters contatou o Ministério da Agricultura argentino, mas o ministério indicou que não comentaria neste momento.

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Medida irrita criadores de gado dos EUA

O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) anunciou na quarta-feira um plano para expandir o rebanho bovino doméstico e apoiar os criadores de gado americanos.

A secretária de Agricultura, Brooke Rollins, declarou ao programa “Mornings with Maria”, da Fox Business Network, que o governo estava trabalhando para apoiar tanto os consumidores de carne quanto os pecuaristas.

Mas o aumento das importações irritou os criadores de gado dos EUA, que em sua maioria apoiaram Trump durante a campanha presidencial.

Eles afirmaram que o governo deveria apoiar os produtores norte-americanos e que o aumento das importações ameaça seus meios de subsistência.

Um dos incomôdos dos produtores americanos é que eles perderam espaço para os argentinos nas vendas de soja para a China.

“Um acordo dessa magnitude com a Argentina minaria os próprios alicerces da nossa indústria de gado”, disse Justin Tupper, produtor de gado da Dakota do Sul e presidente da Associação de Pecuaristas dos Estados Unidos.

Rollins declarou à Fox Business: “Há frustração dos dois lados. E estive com o presidente ontem, e ele está muito, muito frustrado por tudo o que fez para reduzir impostos, baixar custos.”

Economistas disseram que a estratégia do governo, provavelmente, não terá muito efeito em reduzir os preços rapidamente.

O rebanho bovino dos EUA caiu para o menor nível em décadas após uma seca que devastou as pastagens e elevou os custos de alimentação, forçando os pecuaristas a reduzir seus rebanhos.

Parlamentares de estados rurais estão preocupados

O líder da maioria no Senado, John Thune, da Dakota do Sul, republicano, disse a repórteres nesta quinta-feira que está preocupado com a política da Casa Branca sobre a carne argentina e espera influenciar sua implementação.

“Estamos acompanhando isso de perto e temos mantido contato com a Casa Branca, o Departamento de Agricultura e o representante comercial dos EUA sobre toda essa questão, tentando entender para onde isso está indo”, disse Thune.

O também republicano Adrian Smith, deputado por Nebraska, disse em um comunicado na quarta-feira que também estava preocupado com as importações.

“Políticas e declarações que influenciam indevidamente e enfraquecem o mercado doméstico de gado ameaçam nossa segurança alimentar e não são úteis”, afirmou Smith.

Nebraska é um dos principais estados de produção pecuária.

A porta-voz da Casa Branca, Anna Kelly, disse que Trump havia prometido proteger os pecuaristas e oferecer alívio econômico para os americanos comuns.

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