Início » Tilápia vai ficar mais barata no Brasil por causa do tarifaço?

Tilápia vai ficar mais barata no Brasil por causa do tarifaço?

por Redação
tilapia-vai-ficar-mais-barata-no-brasil-por-causa-do-tarifaco?

➡️ Mas, afinal, o tarifaço vai afetar o consumidor brasileiro? Não diretamente. A sobretaxa será paga por empresas dos EUA que comprarem produtos feitos no Brasil. E, para alguns desses itens, encaixados numa lista de exceções, ela será de 10%, e não 50%.

Indiretamente, porém, pode existir um impacto no supermercado. Se os compradores americanos não quiserem pagar a mais pelos alimentos brasileiros, uma queda nas vendas para os EUA poderia afetar os produtores. Por consequência, o tarifaço reforçaria tendências já em andamento nos valores do Brasil.

Economistas e especialistas ouvidos pelo g1 apontam que, se as vendas de tilápias aos EUA forem paralisadas, deve sobrar o peixe no Brasil, fazendo os preços caírem.

Isso porque o setor depende muito das vendas para o mercado norte-americano e teria que redirecionar o produto que sobrar para o mercado interno.

Mais tilápia nos supermercados

A tilápia é o peixe brasileiro mais exportado, e o principal mercado comprador são os EUA, que são o destino de 90% do volume vendido para o exterior. É uma dependência muito maior do que a da carne e do café, que têm outros mercados importantes além dos EUA.

Com a taxa de 50% imposta pelos norte-americanos, a produção deve ser redirecionada para o consumo interno, o que tende a ampliar a oferta e pressionar os preços para baixo, segundo Francisco Medeiros, presidente da Associação Brasileira de Piscicultura (PeixeBR).

Essa projeção é reforçada pelo fato de o setor já atravessar um período de retração nas vendas no Brasil, consequência da menor procura depois da Semana Santa e da chegada do inverno, explica Matheus Do Ville Liasch, analista de mercado do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea/USP).

Apesar da expectativa de queda no curto prazo, ele acredita que o repasse ao consumidor deve ser lento e imprevisível.

“O efeito sobre os preços será gradual: primeiro o produtor reduzirá o valor, depois os frigoríficos, e, só então, varejistas e atacadistas”, afirma.

Para a indústria, contudo, o cenário é motivo de preocupação. O presidente da Associação Brasileira das Indústrias de Pescado (Abipesca), Eduardo Lobo, alerta que absorver o volume destinado aos EUA no mercado doméstico não é viável economicamente.

“O mercado interno já é abastecido com uma produção muito grande, e colocar o que era destinado à exportação nele faria o preço ficar ‘inexequível’, quebrando a cadeia produtiva”, afirma.

Além disso, Lobo prevê que, a médio e longo prazo, a taxação americana pode até encarecer o produto para os brasileiros. “A tarifa tende a frear a produção e, nesse contexto, qualquer aumento de demanda poderia elevar o preço”, conclui.

Raio X da exportação — Foto: arte g1

Qual é a diferença entre fome e insegurança alimentar

Qual é a diferença entre fome e insegurança alimentar

você pode gostar

SAIBA QUEM SOMOS

Somos um dos maiores portais de noticias de toda nossa região, estamos focados em levar as melhores noticias até você, para que fique sempre atualizado com os acontecimentos do momento.

CONTATOS

noticias recentes

as mais lidas

Jornal de Minas © Todos direitos reservados à Tv Betim Ltda®