Início » Tesla pede que Suprema Corte restabeleça pagamento de US$ 56 bilhões de Musk

Tesla pede que Suprema Corte restabeleça pagamento de US$ 56 bilhões de Musk

por Redação

A Tesla também recorreu da decisão do tribunal de primeira instância que considerou inválida a votação dos acionistas que buscava restaurar o pacote de remuneração.

“Esse foi o voto mais bem informado de acionistas na história de Delaware”, afirmou Jeffrey Wall, advogado da Tesla. “Reafirmar esse resultado encerraria o caso.”

Veja os vídeos em alta no g1:

Veja os vídeos que estão em alta no g1

Veja os vídeos que estão em alta no g1

O desfecho do caso pode ter impactos significativos para o Estado de Delaware, sua influente legislação corporativa e a Corte de Chancelaria — antes um foro preferido para disputas comerciais, mas recentemente criticado por suposta hostilidade a grandes empresários.

A decisão da Corte de Chancelaria que anulou a remuneração de Musk se tornou um símbolo para os críticos do sistema de Delaware.

A chanceler Kathaleen McCormick concluiu que o conselho da Tesla não era independente de Musk ao aprovar o pacote de remuneração em 2018 e que os acionistas careciam de informações essenciais ao votarem favoravelmente. Por isso, aplicou um critério jurídico mais rigoroso e classificou a remuneração como injusta para os investidores.

Musk não compareceu à audiência, realizada em um tribunal especial para acomodar as 65 pessoas presentes, a maioria delas advogados.

Os réus — atuais e ex-diretores da Tesla — negaram qualquer irregularidade e afirmaram que McCormick interpretou de forma equivocada os fatos e a legislação.

Empresas trocam de domicílio legal

Em Dover, Delaware, a Tesla argumentou que os cinco juízes da corte superior tinham três opções para reverter a decisão do tribunal inferior.

Uma possibilidade seria concluir que Musk, dono de 21,9% das ações da Tesla em 2018, não controlava as negociações salariais e que os acionistas estavam plenamente informados ao aprová-las.

Outra opção seria considerar que a anulação do pagamento foi inadequada, pois não revogava o trabalho de Musk nem os ganhos obtidos pelos acionistas. Também poderiam entender que a votação do ano passado mostrou a vontade dos acionistas de manter o acordo, mesmo com falhas legais.

“Em 2024, os acionistas sabiam exatamente o que estavam aprovando”, afirmou Wall.

Depois da decisão sobre a remuneração de Musk, empresas como Tesla, Dropbox e a gestora Andreessen Horowitz transferiram seus domicílios legais para o Texas ou Nevada, estados cujos tribunais tendem a ser mais favoráveis aos diretores.

O movimento, apelidado de “Dexit”, levou parlamentares de Delaware a reformular a legislação societária do estado.

Mesmo que Musk perca a apelação, ainda receberá dezenas de bilhões de dólares em ações da Tesla. Em agosto, a empresa concordou com um plano de substituição caso o de 2018 não fosse restabelecido, o que pode gerar mais de US$ 25 bilhões em encargos contábeis.

Segundo a Tesla, o novo pacote visa manter Musk engajado na transição da empresa para a robótica e a direção autônoma. O bilionário chegou a mencionar, no início do ano, que pretendia formar um novo partido político nos Estados Unidos.

Atualmente incorporada no Texas, a Tesla está em um estado onde é muito mais difícil para acionistas contestarem decisões do conselho.

Tesla propõe novo plano de remuneração

Os juízes também avaliam a apelação sobre a remuneração e a taxa legal de US$ 345 milhões que McCormick determinou que a Tesla pagasse aos advogados de Richard Tornetta — acionista que possuía apenas nove ações quando moveu o processo para barrar o acordo. A decisão final pode levar meses.

Em 2018, a Tesla estimou que o plano de opções valeria US$ 56 bilhões se as metas operacionais e financeiras fossem cumpridas — o que acabou ocorrendo.

Com a valorização das ações, as opções hoje somam cerca de US$ 120 bilhões — a maior remuneração executiva da história. Musk segue como o homem mais rico do mundo, com fortuna estimada em US$ 480 bilhões, segundo a Forbes.

Os diretores alegaram que a chanceler deveria ter aplicado o padrão de “juízo empresarial”, que protege executivos de reavaliações judiciais sobre decisões de gestão.

Os diretores afirmaram que ela deveria ter analisado o pacote de remuneração de acordo com o padrão de “juízo empresarial”, que protege os diretores de uma segunda avaliação pelos tribunais.

Os diretores sustentam há anos que o pacote atingiu seu objetivo: atrair e reter Musk, que transformou a Tesla de uma startup em uma das empresas mais valiosas do mundo.

Elon Musk em foto de setembro de 2025 — Foto: AP Photo/Julia Demaree Nikhinson

você pode gostar

SAIBA QUEM SOMOS

Somos um dos maiores portais de noticias de toda nossa região, estamos focados em levar as melhores noticias até você, para que fique sempre atualizado com os acontecimentos do momento.

CONTATOS

noticias recentes

as mais lidas

Jornal de Minas © Todos direitos reservados à Tv Betim Ltda®