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Tarifaço: Sudeste e do Sul lideram perdas nas exportações para os EUA

por Redação
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É o que mostra um levantamento inédito do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (FGV Ibre) sobre os impactos do tarifaço nos estados, obtido com exclusividade pela GloboNews.

Minas Gerais lidera as perdas em valores totais, com queda de US$ 236 milhões (R$ 1,2 bilhão) em exportações para o país em um ano. Em seguida, estão:

  • Santa Catarina, com baixa de US$ 95,9 milhões (R$ 515 milhões);
  • São Paulo, de US$ 94 milhões (R$ 505 milhões);
  • Rio Grande do Sul, de US$ 88,8 milhões (R$ 477 milhões);
  • Rio de Janeiro, de US$ 88,8 milhões (R$ 477 milhões);
  • e Paraná, com queda de US$ 82,4 milhões (R$ 443 milhões).

O estudo analisou as exportações brasileiras para os EUA em setembro de 2025 em relação ao mesmo mês de 2024, com base em dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços.

Os pesquisadores já tinham feito um levantamento sobre o tema em agosto. Agora, no entanto, conseguiram ter uma visão mais precisa dos impactos — já que, antes da entrada em vigor do tarifaço, em 6 de agosto, houve uma antecipação das exportações para tentar driblar a taxação.

Quando observadas as quedas percentuais nas exportações para os EUA, a lista é liderada pelo Mato Grosso e inclui quatro estados nordestinos entre os resultados mais expressivos. Veja:

  1. Mato Grosso (81%)
  2. Tocantins (74,3%)
  3. Alagoas (71,3%)
  4. Piauí (68,6%)
  5. Rio Grande do Norte (65%)
  6. Pernambuco (64,8%).

🔎 Ou seja, os estados com maiores volumes de exportação perderam mais em dólares, mesmo que a redução proporcional seja menor. Com isso, há perdas relevantes de receita, com impacto sobre atividade, emprego e arrecadação.

Ainda segundo o estudo, as quedas podem estar ligadas a uma pauta concentrada (poucos produtos e poucas empresas) e maior presença de produtos não isentos da tarifa.

Mato Grosso, por exemplo, tem carne bovina, itens de origem animal e madeira entre os principais produtos exportados. Os estados do Nordeste têm entre produtos não isentos da tarifa frutas, peixes e mel.

O estudo mostra que produtos isentos da sobretaxa ajudaram a reduzir os impactos. Em São Paulo, itens como aviões, suco de laranja e óleos leves cresceram mais de 14% em um ano. Fenômeno semelhante ocorreu na Bahia.

Para Flávio Ataliba, pesquisador do FGV Ibre, o estudo traz lições importantes, como a necessidade de diversificar produtos e parceiros para reduzir o impacto de choques como o tarifaço.

Ele destaca ainda a importância de fortalecer a internacionalização das economias regionais, com estados aumentando a participação no comércio exterior.

“Talvez o impacto do tarifaço tenha sido um pouco menor do que o imaginado, principalmente porque foi compensado, em parte, por produtos que já estavam isentos e tiveram aumento em suas exportações em estados. Isso é bom porque de alguma forma compensa os itens tarifados”, diz.

Exportações brasileiras para os EUA desabam com o tarifaço, mas vendas para outros países compensam — Foto: Jornal Nacional/ Reprodução

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