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Secretário de Tesouro dos EUA anuncia novas intervenções para apoiar peso

por Redação
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“Ontem [quinta-feira] o Tesouro comprou pesos no ‘swap de blue chips’ e no mercado à vista”, anunciou Bessent no X.

🔎 Um “swap de blue chips” permite que um investidor compre um ativo estrangeiro, geralmente desvalorizado, e depois o venda no mercado local a um preço maior, obtendo lucro na operação.

“O Tesouro mantém uma comunicação estreita com a equipe econômica argentina”, explicou. Segundo ele, o governo também trabalha para “Tornar a Argentina Grande Novamente”, em alusão ao lema americano “Make America Great Again”, de Donald Trump.

Nesta sexta-feira, o peso argentino chegou a se desvalorizar 3,4% no início das negociações, mesmo após o anúncio do secretário de Tesouro americano. A taxa paralela também caiu mais de 1%, segundo a Bloomberg. Depois, a moeda argentina se manteve estável, cotado a 1.430 por dólar.

“O Tesouro permanece atento a todos os mercados e tem a capacidade de agir com flexibilidade e firmeza para estabilizar a Argentina”, acrescentou.

O apoio de Trump a Milei

O governo Trump tem demonstrado interesse a apoiar a Argentina. Nesta semana, os EUA prometeram até 40 bilhões de dólares (aproximadamente R$ 217 bilhões) em fundos públicos e privados para que o país consiga enfrentar as turbulências do mercado financeiro.

“Se ele perder, não seremos generosos com a Argentina. Nossos acordos estão sujeitos a quem vencer a eleição. Porque com um socialista, fazer investimentos é muito diferente”, acrescentou Trump.

Ele acrescentou que o governo está avaliando outras opções financeiras, que ainda não podem ser divulgadas. Segundo Caputo, empresas americanas teriam prometido informalmente investir bilhões de dólares em reuniões recentes.

A ajuda financeira à Argentina é considerada um movimento atípico dos EUA — especialmente sob uma administração que vinha evitando grandes intervenções no exterior. Segundo a Casa Branca, o acordo integra uma estratégia para estabilizar um aliado-chave na região.

No entanto, a decisão tem gerado críticas dentro dos próprios Estados Unidos.

Diversos democratas criticaram Trump por priorizar resgates internacionais e medidas de proteção a investidores, enquanto o governo americano permanece paralisado, em meio ao chamado “shutdown”.

Agricultores americanos também demonstraram insatisfação com a postura do republicano em relação à Argentina, lembrando que a China redirecionou suas compras de soja dos EUA para o país sul-americano neste ano.

Ainda assim, o pacote de ajuda pode proporcionar a Milei um fôlego político relevante, ajudando-o a conter a crise econômica e fortalecer sua base de apoio.

Em setembro, as eleições legislativas de Buenos Aires, a província mais populosa e politicamente influente do país, resultaram em ampla vitória dos peronistas.

O resultado da eleição provocou forte turbulência nos mercados argentinos, agravada pela denúncia de corrupção envolvendo a irmã do presidente, Karina Milei.

Sob pressão de escândalos de corrupção e da desconfiança dos mercados, o governo argentino enfrentou impasses nos últimos meses.

Em setembro, por exemplo, as eleições legislativas de Buenos Aires, a província mais populosa e politicamente influente da Argentina, acabaram em uma ampla vitória dos peronistas. O resultado ligou o alerta para as eleições deste mês, indicando que a oposição pode ganhar mais espaço no Congresso e complicar a agenda do governo Milei na segunda metade do mandato.

O resultado da eleição provovou forte turbulência nos mercados argentinos, agravada pela denúncia de corrupção envolvendo sua irmã, Karina Milei.

No dia seguinte, o S&P Merval caiu 13,23%, os títulos de 35 anos recuaram quase 8% e o peso perdeu 4,25%, sendo cotado a 1.423 por dólar. Os investidores temiam que o governo não conseguisse avançar na agenda de cortes e na reestruturação fiscal.

A volatilidade só diminuiu após o anúncio de Bessent sobre o apoio financeiro dos EUA, embora ainda persistissem dúvidas sobre a efetiva concretização das promessas.

Scott Bessent, secretário do Tesouro americano, participa de negociações comerciais com a China — Foto: Nathan Howard/File Photo/Reuters

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