A carta aberta, divulgada nesta terça-feira (2), recebeu a assinatura de quase 600 economistas, incluindo os ganhadores do Prêmio Nobel Claudia Goldin e Paul Romer.
O texto também foi assinado por Christina Romer — que presidiu o Conselho de Assessores Econômicos do presidente Barack Obama — e por Trevon Logan, professor da Universidade Estadual de Ohio e coautor de pesquisas com Cook.
Endereçada a Trump, ao Congresso e à sociedade americana, a carta defende a independência do banco central diante de “pressões políticas cotidianas”.
“Um vasto conjunto de pesquisas confirma que países com bancos centrais mais independentes alcançam melhores resultados econômicos”, diz o texto.
Trump aumenta pressão sobre Cook e Fed
De acordo com Trump, Lisa Cook teria cometido fraude hipotecária ao declarar duas residências como principais para conseguir melhores condições de financiamento.
No documento divulgado hoje, os economistas ressaltam que a legislação do Fed prevê um “critério rigoroso para proteger a autonomia da instituição” e que as declarações de Trump sobre a “possível demissão” de Cook foram acompanhadas de “acusações não comprovadas”.
“Essa proteção não é apenas uma formalidade legal, mas um mecanismo prático, desenhado para impedir que a política monetária seja usada em benefício político imediato, em detrimento do que é melhor para a economia.”
Economistas defendem Lisa Cook
Ao apoiar a diretora, os economistas destacam que, “ao longo de sua gestão, ela se pronunciou de forma pública e profissional sobre temas centrais ao mandato do Fed, como estabilidade financeira e evolução da inflação”.
“Essa postura ameaça o princípio fundamental da independência do banco central e enfraquece a confiança em uma das instituições mais importantes dos Estados Unidos. Essa confiança é a base do sistema que sustentou a vitalidade econômica americana ao longo das décadas”, conclui a carta.
Na ação, Cook acusa Trump de violar as regras do banco central e solicita que a Justiça dos EUA emita uma ordem impedindo o presidente de removê-la.
Lisa Cook, diretora do Fed. — Foto: reuters