Proposta do governo inclui Pé-de-Meia no piso de Educação; analista aponta perda de bilhões de reais a outras políticas públicas do setor

Proposta do governo inclui Pé-de-Meia no piso de Educação; analista aponta perda de bilhões de reais a outras políticas públicas do setor

A decisão, que consta em Medida Provisória publicada nesta terça-feira (11), abre espaço no orçamento geral.

Ao mesmo tempo, porém, reduz os recursos disponíveis para outros programas do Ministério da Educação, dizem analistas. Só em 2025, o Pé-de-Meia deve custar R$ 12 bilhões aos cofres públicos.

Segundo o Ministério da Fazenda, a medida visa fortalecer ainda mais o chamado arcabouço fiscal, que traz um limite anual para os gastos públicos.

🔎O Pé-de-Meia oferece incentivos a estudantes do ensino médio público que fazem parte do Cadastro Único para Programas Sociais (CadÚnico). Uma das principais bandeiras sociais do governo Lula, o programa efetua pagamentos mensais de R$ 200 aos alunos que comprovar emmatrícula e frequência aos alunos do ensino médio público.

De acordo com Cleo Manhas, assessora política do Inesc (Instituto de Estudos Socioeconômicos), uma organização não governamental brasileira que realiza estudos e pesquisas sobre questões sociais, econômicas e políticas no Brasil, isso é péssimo para a educação.

“Certamente, vão cortar o equivalente em outras ações [do Ministério da Educação], porque o Pé-de-Meia tem previsão de R$ 12 bilhões [em 2025]. Então, os gastos com manutenção e desenvolvimento do ensino vão sofrer cortes, a gente precisa ficar atento para ver em quais ações vão ser cortadas”, disse a especialista do Inesc, Cleo Manhas.

Segundo ela, o Pé-de-Meia é um programa muito bom, pois incentiva os estudantes a permanecerem nas escolas, mas pontuou que há várias outras políticas públicas importantes no setor, como o ensino em tempo integral e a infraestrutura das escolas, por exemplo, “que estão há muito tempo em desequilíbrio e que precisam de mais recursos”.

“E com essa medida [inclusão do Pé-de-Meia o piso da Educação], essas ações que precisam de mais recursos não as terão e, provavelmente, outros cortes acontecerão dentro de outras ações. A gente precisa ver agora que a Medida Provisória já entra e vigor, já está valendo, o que que vai ser cortado, porque R$ 12 bilhões são 10% do piso”, declarou a assessora política do Inesc.

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