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É #FAKE que Nestlé vai demitir 16 mil pessoas no Brasil; anúncio de demissões atinge o mundo todo
A publicação engana ao atribuir ao governo Lula a culpa pelas demissões anunciadas pela Nestlé. A empresa informou que os cortes ocorrerão em todos os países onde atua, incluindo o Brasil, como parte de uma estratégia global para reduzir custos e economizar R$ 20,3 bilhões até 2027.
Demissões da Nestlé não têm relação com contexto nacional — Foto: g1
Circula nas redes sociais uma publicação que culpa o governo brasileiro por 16 mil demissões anunciadas pela Nestlé. É #FAKE.
🛑 O que diz a publicação?
- Publicada no dia 17 de outubro de 2025 no X, onde já teve mais de 53 mil visualizações, a publicação exibe uma imagem de um prédio da Nestlé com o seguinte título: “Nestlé anuncia demissões em massa: 16 mil vão perder seus empregos”.
- O texto faz referência ao corte de 16 mil empregos, anunciado pela companhia suíça no último dia 16 de outubro, como parte de um processo de reestruturação de custos (veja mais abaixo).
- Junto à imagem, o usuário que publicou o post viral busca responsabilizar, de maneira enganosa, o governo brasileiro pelo anúncio das demissões: “O PT é pior que uma pandemia. Faz o L!”.
⚠️ Por que isso é mentira?
Ao Fato ou Fake, a Nestlé explica que o corte de empregos atingirá todos os mercados que a empresa atua, não apenas o Brasil: “As mudanças incluem uma redução planejada de aproximadamente 16.000 funcionários em todo o mundo nos próximos dois anos (…) O impacto será diferente em cada mercado, e cada operação elaborará seu próprio plano. Ainda não há informações detalhadas para nenhum mercado, incluindo o Brasil”.
- No comunicado oficial de imprensa divulgado pela Nestlé no último dia 16 de outubro, o CEO Philipp Navratil, que assumiu o comando em setembro deste ano, defende o corte dos 16 mil postos de trabalho como uma das estratégias que serão adotadas pela companhia para “acelerar a tendência de crescimento”:
“O mundo está mudando e a Nestlé precisa se adaptar com mais agilidade, o que exigirá decisões difíceis, porém necessárias, para reduzir o quadro de funcionários”, afirmou o CEO.
- A Nestlé afirma que as medidas de corte de gastos devem gerar uma economia de cerca de R$ 20 bilhões até 2027 (3,7 bilhões de francos suíços nos próximos dois anos), o dobro da estimativa prevista no plano original.
- O anúncio do corte no quadro de funcionários repercutiu em jornais de todo o mundo. O britânico “Financial Times” diz que as medidas defendidas pelo novo comando pretendem restaurar a confiança dos investidores na companhia, através do controle da dívida da companhia, que duplicou de tamanho desde 2020. “Entre as sugestões [consideradas] estão vender o negócio de confeitaria, ou as marcas de alimentos congelados, ou reduzir a participação de 20,1% da empresa no grupo francês de beleza L’Oréal”, informa o jornal britânico.
- Já o norte-americano “New York Times” destacou que os cortes ocorrem em meio a um contexto de estagnação para a companhia, definido pela queda da demanda na China, e o aumento das tarifas de importação anunciadas pelo governo Trump sobre produtos suíços:
“As tarifas de importação impostas pelo presidente Trump — incluindo uma tarifa de 39% sobre produtos suíços — trouxeram desafios adicionais [à Nestlé]. Os Estados Unidos são o maior mercado da Nestlé”, diz.
Demissões da Nestlé não têm relação com contexto nacional — Foto: g1
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