Início » Mulher fatura R$ 15 mil por mês ao vender rapadura

Mulher fatura R$ 15 mil por mês ao vender rapadura

por Redação
mulher-fatura-r$-15-mil-por-mes-ao-vender-rapadura

A receita, ensinada pela avó, virou o carro-chefe de um negócio que hoje fatura R$ 15 mil por mês. (Assista à reportagem no vídeo acima)

Criada entre plantações e panelas, Melissa uniu memória afetiva, criatividade e técnicas de gastronomia para desenvolver o doce, feito com ingredientes regionais e muito cuidado.

O que começou com panelas queimadas na infância virou uma fábrica artesanal, que também produz chocolates veganos, compotas e gelatos sem glúten nem lactose.

A empreendedora cresceu em Ouro Preto do Oeste, cidade com cerca de 37 mil habitantes. Filha de agricultores, sempre teve o cacau por perto.

Melissa até pensou em seguir carreira na saúde, mas foi a paixão pela cozinha que falou mais alto. Ao conhecer o curso de gastronomia no interior de São Paulo, decidiu mudar os planos.

“Quando vi o pessoal de jaleco de chef, falei: é isso que eu quero pra minha vida”, conta.

A volta para casa trouxe a chance de criar pratos com a cara da região. Um dos primeiros foi o “Piracau”: filé de pirarucu com mousse de chocolate e farofa de castanha. Mas Melissa queria mais. Começou a testar receitas de sobremesa e teve a ideia de fazer uma rapadura com sabor de cacau.

O processo foi difícil. O ponto do doce não dava certo. Até que sua avó, mineira de Belo Horizonte, decidiu viajar até Rondônia para ensinar o segredo.

“Ela pegou o tacho, bateu e me mostrou o ponto certo. E aí nasceu a rapadura de cacau.”

O cacau usado na produção vem, em boa parte, do quintal da própria família. Depois de colhido, o fruto é aberto à mão; a amêndoa, fermentada, seca e moída. Só então vira chocolate. Misturada ao açúcar mascavo, dá origem ao doce que conquistou os clientes.

Melissa começou o negócio com R$ 20 mil. Aprendeu a torrar, processar, formular. Produzia, embalava e vendia sozinha. Também buscou capacitação em um curso na Bahia para dominar a arte do chocolate.

Hoje, a produção é feita com o apoio de duas funcionárias e uma rede de fornecedoras. Entre elas, mulheres como Selma, que cultiva 1.200 pés de cacau sem agrotóxicos.

“Ter essa parceria com outra mulher que valoriza o nosso trabalho é muito importante”, diz Selma.

Rapadura ganhou sabor de cacau e caiu no gosto do público — Foto: Cacau Raiz/ Divulgação

O cuidado vai além do produto. A fábrica de Melissa usa embalagens biodegradáveis que podem ser reaproveitadas para mudas de reflorestamento.

A produção é agroecológica, e a preocupação com o solo, a água e a floresta está no centro de tudo.

Hoje, a estrutura conta com cerca de R$ 150 mil em equipamentos e capacidade para produzir até 300 quilos de rapadura por mês.

Os produtos são vendidos em um trailer montado na beira da rodovia, a mesma onde os pais da empreendedora já mantiveram um restaurante.

Além das vendas locais, Melissa aposta nas redes sociais e em feiras para divulgar o negócio. Em breve, pretende levar seus produtos para o Chile e o Peru.

“Eu amo o que eu faço. Levo amor para as pessoas através do alimento e da nossa história. E quero que minha rapadura e meus chocolates cheguem ao mundo inteiro”, diz.

você pode gostar

SAIBA QUEM SOMOS

Somos um dos maiores portais de noticias de toda nossa região, estamos focados em levar as melhores noticias até você, para que fique sempre atualizado com os acontecimentos do momento.

CONTATOS

noticias recentes

as mais lidas

Jornal de Minas © Todos direitos reservados à Tv Betim Ltda®