Para líder do PT na Câmara, decisão é uma ‘provocação infantil’. Representantes do governo saíram em defesa do decreto nas redes sociais após anúncio no Legislativo. Coronel Chrisóstomo vai para mais um mandato como deputado federal
Reprodução/Câmara
O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), oficializou nesta quarta-feira (25) a escolha do deputado Coronel Chrisóstomo (PL-RO) como relator da proposta que derruba decretos do governo Lula (PT) de aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF).
Incluída de última hora na pauta de votações da Casa, o projeto poderá ser votado ainda nesta quarta.
A decisão de Motta, anunciada em uma rede social no fim da noite de terça (24), atende a pedidos da oposição e de parlamentares de centro, descontentes com rumos da equipe econômica e com a demora na execução de emendas.
🔎A proposta, que poderá ser discutida pela Casa nesta tarde, prevê a suspensão dos efeitos de uma norma editada por Lula em junho para corrigir a alta anterior do IOF, também publicada pelo Planalto em maio.
Câmara aprova urgência de projeto que suspende decreto do IOF
Segundo lideranças partidárias da Câmara, em seu relatório, Chrisóstomo deverá propor uma nova versão do texto para derrubar todos os decretos editados pelo governo, entre maio e junho, para aumentar as tarifas do IOF em operações de créditos, compra de moeda estrangeira, entre outras situações.
Reação do governo
A escolha de Chrisóstomo para relatar a proposta não foi bem-recebida dentro da base governista. O líder do PT na Câmara, deputado Lindbergh Farias (RJ), chegou a dizer que a decisão significa que “não tem espaço nenhum para qualquer tipo de diálogo”.
“Eu acho que é um grave erro ter pautado isso. Colocar o coronel Crisóstomo como relator parece uma provocação meio infantil. Um tema tão importante. Eu estou sendo duro aqui nas palavras porque não nos resta outra alternativa”, destacou Lindbergh.
Deputado Lindbergh Farias (PT-RJ) vai assumir a liderança do PT em fevereiro.
Bruno Spada/Câmara dos Deputados
Ao longo de toda a manhã desta quarta, parlamentares aliados ao Planalto acusaram Hugo Motta de não ter comunicado a mudança na agenda de votações.
O anúncio, classificado nos bastidores como uma “surpresa”, levou a uma série de reações públicas de ministros do governo Lula em defesa dos decretos.
Para parlamentares governistas, a escolha de Chrisóstomo é um claro aceno de Motta à oposição. Agora oficializado relator da proposta, o deputado também foi autor de um pedido de criação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para apurar desvios e fraudes na Previdência Social.
O líder do PL na Câmara, Sóstenes Cavalcante (RJ), comemorou a escolha do correligionário para a relatoria do projeto que pode derrubar a alta do IOF.
“O governo tentou atrasar a pauta do IOF, mas a urgência falou por si só. A relatoria está nas mãos do Partido Liberal, com o deputado Coronel Chrisóstomo, que representa a luta por justiça fiscal e alívio para o povo brasileiro”, disse.
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