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‘Minha melhor amiga me prometeu aos 15 anos que teria meu bebê e agora sou mãe graças a ela’

por Redação
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Daisy (dir.) deu à luz a bebê de Georgia, Ottilie, em outubro
Georgia Barrington
Georgia Barrington acabou de ser mãe. Mas não foi ela quem deu à luz sua filha.
Este momento, na verdade, pertenceu à sua melhor amiga, Daisy Hope. Ela carregou o bebê para ela na gravidez, após uma promessa feita quando elas eram adolescentes.
As duas mulheres eram inseparáveis a vida inteira. Elas cresceram juntas porque seus pais são melhores amigos e se definem como “irmãs de alma”.
A proximidade na infância se tornaria a base de um ato de generosidade que mudaria a vida das duas amigas.
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Aos 15 anos de idade, Barrington soube de algo que nenhuma jovem esperaria ouvir. Ela nasceu sem útero e nunca poderia engravidar.
Ela foi diagnosticada com a síndrome de Mayer-Rokitansky-Küster-Hauser (MRKH), que afeta uma a cada 5 mil mulheres. Foi como se o seu futuro fosse reescrito em um único momento.
“Foi devastador, meu mundo caiu totalmente em pedaços”, relembra ela.
“Cresci a vida inteira pensando que seria mãe e aquilo me foi tirado. Todos os meus sonhos desapareceram.”
Naquela época, Hope não era particularmente maternal. Ela se lembra claramente do diagnóstico e de como pareceu “injusto” que sua amiga, que sempre quis ter uma criança, não poderia engravidar.
“Eu quis que ela se sentisse bem e, para dar um pouco de esperança, mostrando que aquilo não era o fim do mundo, eu disse que carregaria um bebê para ela algum dia”, contou ela ao podcast da BBC Ready to Talk with Emma Barnett.
“Acho que eu não compreendia o que estava dizendo, mas sempre soube que isso era algo que eu iria fazer para Georgia.”
Georgia e Daisy (dir.) cresceram juntas e são melhores amigas desde a infância
Georgia Barrington
Mais de uma década depois, Daisy cumpriu a promessa e, em 2023, as duas mulheres começaram o processo de fertilização in vitro.
Georgia estudou para ser parteira, mergulhando naquele mundo do qual ela receava nunca conseguir fazer parte.
“Certa vez, me perguntaram se esta seria a profissão certa para mim”, ela conta. “Mas, na verdade, aquilo me ajudou a me curar. No fundo, eu sabia que teria um filho, de uma forma ou de outra.”
Anos depois, Daisy teve sua primeira filha, com Georgia como parteira. Ser mãe fortaleceu sua convicção para cumprir a promessa feita à amiga.
“O amor que senti pela minha bebê era incrível e achei que todos deveriam ter direito àquele sentimento”, ela conta.
Daisy reconhece que, no princípio, foi “um pouco ingênua”. Ela teve uma gravidez tranquila com sua filha e, por isso, imaginou que “tudo sairia novamente sem percalços”.
Daisy (dir.) conta que sempre soube que carregaria o bebê de Georgia na gravidez
Georgia Barrington
‘A esperança desapareceu’
Daisy ficou grávida com o primeiro embrião. Tudo parecia progredir normalmente e as duas mulheres começaram a acreditar que o futuro que elas imaginaram, finalmente, estava se tornando realidade.
Mas um exame de imagem após sete semanas mostrou um útero vazio.
Georgia relembra o momento em que a enfermeira disse que não conseguia ver nada na imagem.,
“Tive aquela sensação de afundar e toda a esperança simplesmente desapareceu”, ela conta.
Uma semana depois, ficou confirmado que o embrião não havia gerado um bebê. “Acho que foi tudo minha culpa”, lamenta Daisy.
Para ela, o luto foi insuportável. Seu sentimento era de ter decepcionado a amiga, enquanto Georgia enfrentava a percepção de que até a sua tentativa mais promissora havia fracassado.
Mas elas tentaram novamente e, na segunda vez, algo parecia estar diferente.
“Quando descobri que estava grávida outra vez, pensei que o mundo não poderia ser tão cruel duas vezes”, relembra Daisy.
Seis semanas depois, a dupla estava sentada em um quarto no hospital em suspense, quando um leve batimento cardíaco apareceu na tela. Mas, naquele mesmo dia, Daisy começou a apresentar forte sangramento.
“Achei que tudo estivesse acontecendo de novo e fiquei apavorada”, relembra ela.
Ela sangrou por seis horas e estava certa de que havia perdido o bebê. Mas, quando os médicos a examinaram, o batimento cardíaco ainda estava presente e a gravidez prosseguiu até o final.
Daisy entrou em trabalho de parto um pouco antes do esperado e, alguns meses atrás, deu à luz uma menina.
Georgia ficou tão emocionada na hora do parto que se esqueceu de verificar o sexo da bebê. “Assim que vi a cabeça dela, simplesmente me perdi e começamos todas a chorar juntas.”
Ela conta que ainda não acredita que realmente teve uma filha — e que gostaria de “pegar aquele momento e entregar para mim mesma, quando tinha 15 anos de idade e estava sentada naquele consultório”.
Quando Georgia comenta sua “sorte e gratidão”, Daisy afirma que sempre soube que poderia ajudar sua melhor amiga da melhor forma possível.
“Temos essa conexão que ninguém nunca terá com seus amigos, por termos passado por algo tão pessoal.”

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