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Mesmo com constantes prejuízos, Correios registram aumento de receitas com encomendas e mensagens | G1

por Redação

De acordo com as demonstrações financeiras do 3º trimestre, que trazem a posição da empresa em 30 de setembro, os Correios registraram receita de R$ 7,2 bilhões com encomendas e R$ 3,6 bilhões com mensagens.

📉Em novembro, a empresa anunciou o resultado do 3º trimestre de 2025 onde apresentou um prejuízo de R$ 6 bilhões. Em 2024, o prejuízo no mesmo período tinha sido de R$ 2,1 bilhões.

As postagens internacionais — que eram responsáveis por mais de 20% das receitas dos Correios — registraram uma queda de quase R$ 2 bilhões em relação a 2024, alcançando R$ 1,1 bilhão.

Analisando os produtos comercializados pelos Correios, o maior aumento entre 2023 e 2025 ficou com aqueles em que a empresa classifica como “outros”, que incluem serviços de logística, marketing, malote, conveniência, venda de chip para celulares, entre outros.

Juntos, esses produtos tiveram um aumento de 13,8%, R$ 117 milhões. Entretanto, sua receita representa apenas 7,5% do total e o impacto é pouco sentido na conta final.

Já as encomendas, que são o principal produto comercializado pela empresa, também tiveram um aumento, R$ 107 milhões, mas seu impacto foi de apenas 1,5% no comparativo com 2023.

Por fim, os serviços de mensagens tiveram um aumento de 1,7% (R$ 58 milhões).

Redução do total da receita

O governo passou a cobrar imposto de importação de 20% sobre compras internacionais de até US$ 50, que até então estavam isentas para empresas. A medida ficou conhecida como “taxa das blusinhas”.

Com a criação do programa, a legislação brasileira passou a permitir que empresas de transportes façam o frete pelo Brasil de mercadorias internacionais, deixando de ser obrigatória a distribuição das encomendas junto aos Correios, como era feito até então.

E isso gerou um impacto significativo nas receitas dos Correios. De acordo com os dados apresentados nas demonstrações financeiras, houve uma redução de R$ 2,2 bilhões entre o acumulado até setembro de 2023 e 2025. O que representa 66% do que havia sido arrecadado no ano da implantação do programa.

De acordo com um levantamento dos Correios apresentado durante coletiva de imprensa desta segunda-feira (29), os Correios perderam espaço no mercado de encomendas entre 2019 e 2025. Saindo de 51% no primeiro ano do governo Bolsonaro para 22% atualmente.

“O monopólio de cartas em centros urbanos ou em locais que geravam rentabilidade passou a não ser suficiente para financiar as comunicações físicas que estão ligadas a universalização do serviço postal em locais remotos ou locais que são originalmente deficitários”, afirmou o presidente da empresa, Emmanoel Rondon.

JN tem acesso a documentos que mostram que direção dos Correios foi alertada há dois anos de que corria risco de ficar sem dinheiro — Foto: Jornal Nacional/ Reprodução

Busca por recursos

Segundo o presidente da companhia, a captação dos recursos poderá se dar por meio de aportes de verbas públicas do Tesouro Nacional ou através de um novo empréstimo. Rondon afirmou que a melhor forma de obtenção desses recursos está em análise e ainda será definida.

A ideia inicial da estatal era a tomada de um empréstimo de R$ 20 bilhões, que não foi autorizado pelo Tesouro Nacional em função da alta taxa de juros que havia sido proposta.

“O plano de reestruturação foi concebido com uma necessidade declarada de captação de recursos da ordem de R$ 20 bilhões. Então, a gente fez uma primeira rodada com bancos, recebemos oferta dos R$ 20 bilhões, mas a uma taxa que a gente entendeu que estava mais elevada”, afirmou Rondon.

Plano de reestruturação

O plano de reestruturação da empresa prevê corte de R$ 2 bilhões em gastos com pessoal, venda de imóveis e o fechamento de mil agências – atualmente os Correios têm cerca de 5 mil unidades.

A companhia vai implementar um Programa de Demissão Voluntária (PDV) e espera, em até 2 anos, reduzir em 15 mil o número total de funcionários, o que representaria um corte de 18% na folha de pagamentos.

🔎O PDV é um pacote de incentivos oferecido por uma empresa para que seus funcionários peçam demissão por vontade própria. Diferente de uma demissão comum, o PDV funciona como um acordo. Para a empresa, é uma forma de reduzir custos ou reestruturar o quadro de funcionários sem o impacto negativo de demissões em massa.

Emmanoel Rondon, que afirmou que o modelo econômico-financeiro dos Correios deixou de ser “viável”. O plano de reestruturação elaborado tem o objetivo de reverter os 12 trimestres seguidos de prejuízos.

A proposta detalhada nesta segunda visa recuperar as contas da empresa em 2026 para que possa voltar a ter lucro a partir de 2027. Para isso, os Correios esperam:

  • redução em R$ 2,1 bilhões nos custos com pessoal;
  • vender R$ 1,5 bilhão em imóveis não operacionais;
  • redução de mil pontos de venda deficitários;
  • reformulação do plano de saúde para reduzir o custo em R$ 500 milhões anuais.

Aumento de receitas

A empresa também deve buscar novas estratégias para conseguir alavancar as receitas.

A expectativa é chegar a R$ 21 bilhões em 2027. Em 2024, os Correios fecharam o ano com uma receita total de R$ 18,9 bilhões, contra R$ 19,2 bilhões em 2023 e R$ 19,8 bilhões em 2022.

A empresa ainda pretende investir R$ 4,4 bilhões entre 2027 e 2030, com um empréstimo junto ao Novo Banco de Desenvolvimento do Brics, presidido por Dilma Rousseff.

A captação terá como destinação obrigatória a “automação de centros de tratamento, renovação e descarbonização da frota, modernização da infraestrutura de TI e redesenho da malha logística”.

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