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Lula diz que França, sozinha, não conseguirá barrar acordo UE-Mercosul | G1

por Redação
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Em entrevista a jornalistas após reunião da cúpula do Mercosul, em Foz do Iguaçu, Lula disse ter conversado com a presidente da Comissão Europeia, Úrsula Von Der Leyen. Segundo ele, a líder declarou estar pronta para assinar o tratado já no início de janeiro.

“Se ela estiver pronta para assinar e faltar só a França, segundo a Úrsula Von Der Leyen e o Antonio Costa, não haverá possibilidade de a França, sozinha, não permitir o acordo”, disse o presidente.

“O acordo será firmado e eu espero que seja assinado no primeiro mês da presidência do Paraguai, pelo companheiro Santiago Peña”, acrescentou.

Cúpula do Mercosul. Da esquerda para a direita: o presidente do Panamá, José Raúl Mulino; o presidente da Argentina, Javier Milei; o presidente do Paraguai, Santiago Peña; o presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva; o presidente do Uruguai, Yamandú Orsi; e o ministro das Relações Exteriores da Bolívia, Fernando Aramayo. Foz do Iguaçu (PR), no Brasil, em 20 de dezembro de 2025. — Foto: EVARISTO SA/AFP

  • 🔍 De forma geral, o acordo comercial prevê a redução ou eliminação gradual de tarifas de importação e exportação, além de regras comuns para temas como comércio de bens industriais e agrícolas, investimentos e padrões regulatórios. O texto é negociado há 25 anos.

Lula afirmou que a posição contrária da França ao tratado não é novidade. Disse ainda que o entrave mais recente surgiu após manifestação da primeira-ministra da Itália, Giorgia Meloni.

“Meloni dizia que a distribuição de verbas para a agricultura na União Europeia estava prejudicando a Itália e que, então, ela estava com problemas com os produtores agrícolas, de modo que não poderia assinar o acordo neste momento”, relatou o presidente.

Segundo fontes ouvidas pela agência de notícias AFP, com isso, a conclusão do acordo deverá ocorrer no dia 12, no Paraguai. Ursula von der Leyen afirmou que se trata de um breve adiamento e disse estar confiante de que há maioria suficiente para a assinatura do pacto.

Veja abaixo os fatores que influenciaram a decisão de adiamento.

Ursula Von der Leyen em 20 de março de 2025 — Foto: Reuters/Yves Herman/File Photo

Oposição da França

“Quero dizer aos nossos agricultores, que expressam a posição francesa desde o início, que consideramos que as contas não fecham e que este acordo não pode ser assinado”, declarou Macron. A afirmação foi feita à imprensa antes de uma das reuniões de cúpula da União Europeia.

Ele antecipou que a França se oporá a qualquer “tentativa de forçar” a adoção do pacto comercial com o bloco sul-americano.

  • 👉 Entre agricultores franceses, o acordo com o Mercosul é amplamente visto como uma ameaça, diante do receio de concorrência com produtos latino-americanos mais baratos e produzidos sob padrões ambientais distintos dos europeus.

Itália mantém incerteza

“O governo italiano está pronto para assinar o acordo assim que forem dadas as respostas necessárias aos agricultores, o que depende das decisões da Comissão Europeia e pode ser resolvido rapidamente”, declarou.

Alemanha e Espanha apoiam acordo

Merz disse que Alemanha um dos países ‘mais bonitos do mundo’ e nenhum jornalista queria ficar em Belém — Foto: AFP

Alemanha, Espanha e países nórdicos avaliam que o tratado pode ajudar a compensar os efeitos das tarifas impostas pelos Estados Unidos a produtos europeus e reduzir a dependência em relação à China, ao ampliar o acesso a minerais e novos mercados.

“Se a União Europeia quiser manter credibilidade na política comercial global, decisões precisam ser tomadas agora”, declarou o chanceler alemão.

Como funciona a aprovação e o que está em jogo

O processo é discutido no Conselho Europeu, instância responsável por autorizar formalmente a Comissão Europeia a ratificar o acordo.

Diferentemente do que ocorre no Legislativo, onde basta maioria simples, o Conselho exige maioria qualificada: o apoio de ao menos 15 dos 27 países do bloco, que representem 65% da população da União Europeia.

É justamente nessa etapa que se concentra o principal risco político de o acordo não avançar.

Embora o debate público esteja concentrado no agronegócio — principal foco da resistência europeia — o acordo entre Mercosul e União Europeia é mais amplo e vai além do comércio de produtos agrícolas.

O tratado também abrange temas como indústria, serviços, investimentos, propriedade intelectual e insumos produtivos, o que ajuda a explicar o apoio de diferentes setores econômicos do bloco europeu.

A expectativa era que, caso o acordo avançasse no Conselho, Ursula von der Leyen viajasse ao Brasil no fim desta semana para ratificá-lo — o que não deve mais ocorrer neste ano.

Lula na cúpula do Mercosul, em Foz do Iguaçu, no Paraná, em 20 de dezembro de 2025. — Foto: EVARISTO SA / AFP

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