INSS aposenta ex-ministro e presidente do órgão, Ahmed Mohmad Oliveira, ouvido por CPMI

O Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS) aposentou em 6 de outubro o ex-ministro da Previdência, Ahmed Mohmad Oliveira Andrade, que à época se chamava José Carlos Oliveira.
A concessão da aposentadoria foi publicada no “Diário Oficial da União” desta terça-feira (28). Além do cargo de ministro, Oliveira ainda foi presidente do INSS, durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
O ex-ministro foi ouvido pela Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que investiga desvios em aposentadorias do INSS e foi citado em inquéritos da Polícia Federal.
De acordo com a portaria, Oliveira foi aposentado no topo da sua carreira no serviço público, dentro da faixa salarial pertinente ao cargo dele.
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Conforme o Portal da Transparência, a remuneração bruta de Oliveira até agosto deste ano foi de R$ 11.705,84.
Ele era servidor público desde julho de 1985 e estava no Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS) desde outubro de 2007.
Em nota, o INSS afirmou que “não consta nenhuma informação de que Oliveira responda a processo administrativo disciplinar em qualquer órgão, inclusive na Controladoria-Geral da União (CGU)”.
“Assim sendo, como até o momento o INSS não recebeu qualquer informação, não havia qualquer óbice à concessão da aposentadoria pretendida”, explicou o órgão.
CPMI do INSS
Apesar de ter sido ouvido pela CPMI do INSS em setembro, Oliveira ainda não é investigado pela comissão. À época, ele foi ouvido na condição de testemunha e se comprometeu a dizer a verdade.
Além disso, o ex-ministro teve um pedido de produção de Relatório de Inteligência Financeira (RIF), pelo Conselho de Controle de Atividades Financeiras (COAF).
Onyx Lorenzoni e José Carlos Oliveira
Alan Santos/PR e Clauber Cleber Caetano/PR
Durante o depoimento, Oliveira se defendeu de ataques feitos por parlamentares da base do governo federal e causou estranheza nos membros quando detalhou como conheceu Cícero Marcelino de Souza Santos, assessor da Confederação Nacional dos Agricultores Familiares e Empreendedores Rurais (CONAFER).
“Ele [Cícero Marcelino] foi ao meu escritório atrás de mim, queria falar comigo e, nesse dia, ele pegou e fez um negócio. Porque o Dinho, como a gente chama carinhosamente, mas, na verdade é José Laudenor da Silva, você passa por lá, ele tem um telefone para te vender, ele tem um álbum de figurinha fechado para te vender, ele sempre tem alguma coisa para vender”, afirmou Oliveira.