Governo quer esperar votação de projeto que limita gastos antes de enviar propostas de alta de arrecadação, diz Haddad

Governo quer esperar votação de projeto que limita gastos antes de enviar propostas de alta de arrecadação, diz Haddad

As declarações foram dadas na portaria do Ministério da Fazenda, a jornalistas.

O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), confirmou na última quinta (23) que a Casa deve avançar nas medidas de corte de despesas nesta semana.

“A parte mais em incontroversa, que é colocar um pouco de ordem na questão do gasto primário, isso, possivelmente, possa ser incorporado num projeto que já está em tramitação”, mencionou o ministro.

“O presidente Hugo [Motta] me ligou várias vezes a semana passada e disse que dois ou três parlamentares estariam disponíveis para incorporar a parte incontroversa da MP, que mal ou bem responde por 60% no do problema que nós temos para resolver até o final do ano”, completou Haddad.

Após reunião na Residência Oficial da Câmara nesta terça, ficou acertada a inclusão das propostas de corte de gastos no projeto que autoriza a atualização de valores patrimoniais nas declarações de Imposto de Renda.

O acerto foi feito entre o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), a ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, e o deputado Juscelino Filho (União-MA), relator do projeto.

➡️Segundo Haddad, os projetos de aumento de arrecadação, por meio da elevação de tributos, representam, em sua visão, uma “parte residual para fechar o orçamento do ano que vem”.

“Então vai ficar fácil, depois dessa votação [de projetos que limitam os gastos], encontrar um equacionamento mais simples pra fechar a peça orçamentária”, acrescentou Haddad.

“Eu penso que existe, da parte do Congresso, inclusive da parte do mercado, manifestações. Até as ‘fintechs’ fizeram uma proposta, para equalizar a relação das ‘fintechs’ e dos bancos. Estamos avaliando, para verificar depois dessa votação dessa semana, que diz desrespeito aos gastos públicos, como é que nós vou complementar qual a melhor maneira de a gente complementar [com alta de tributos]”, afirmou o ministro da Fazenda.

Motta confirma que Câmara vai votar corte de gastos na próxima semana

Entenda o problema

➡️Na proposta derrubada pelo Legislativo, o governo tinha elevado imposto sobre bets, fintechs, LCI e LCA, JCP, mudado IR de investimentos, limitado compensações e incluído pé-de-meia no piso de educação, entre outras.

O Ministério da Fazenda não divulgou ainda a estimativa oficial do impacto da derrubada da MP neste ano e no próximo. Esse cálculo é o que vai dimensionar o tamanho do ajuste que terá de ser buscado com as novas propostas.

➡️Mas, estimativas iniciais de analistas apontam para um efeito de mais de R$ 20 bilhões neste ano e de mais de R$ 30 bilhões bilhões em 2026 (com as medidas de aumento de impostos e limitação de gastos derrubadas). Ou seja, impacto, por baixo, de mais R$ 50 bilhões até o fim do governo Lula.

As medidas compensatórias podem ser propostas de novos aumentos de tributos, de redução de benefícios fiscais (isenções ou reduções de impostos concedidos a empresas), ou cortes de gastos.

  • Do lado do corte de gastos, o governo tem indicado que enviará novamente, ao Legislativo, a limitação de compensações tributárias (que estava na Medida Provisória), a inclusão do programa pé-de-meia no piso da Educação (reduzindo verbas ao setor), mudanças no seguro-defeso e no AtestMed.
  • Na parte de aumento de tributos, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva já informou que vai apresentar novas propostas de tributação das fintechs — plataformas de serviços financeiros digitais.
  • A equipe econômica também tem indicado que pretende tentar elevar, novamente, a taxação das bets, empresas de apostas online.

Haddad e Hugo Motta dão entrevista coletiva à imprensa — Foto: Marina Ramos/Câmara dos Deputados

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