Em meio a tensão entre Maduro e Trump, Lula defende ‘zona de paz’
O presidente Luiz Inácio da Silva (PT) afirmou nesta segunda-feira (20) que manter a América Latina e o Caribe como zona de paz é prioridade do Brasil, e que “intervenções estrangeiras podem causar danos maiores do que o que se pretende evitar” no continente.
Durante o discurso, o petista não citou a tensão entre Venezuela e Estados Unidos, mas ponderou que a região vive um momento de crescente “polarização e instabilidade”.
O petista deu a declaração durante cerimônia no Palácio do Itamaraty, em Brasília. A solenidade marcou a entrega de cartas credenciais para representantes diplomáticos de embaixadas estrangeiras no Brasil.
🔎Cartas credenciais são documentos entregues para diplomatas estrangeiros que assumirão embaixadas no Brasil. Elas simbolizam que o governo brasileiro aceitou a indicação desses embaixadores pelos presidentes dos respectivos países para representá-los em território brasileiro.
“Na América Latina e Caribe também vivemos um momento de crescente polarização e instabilidade. Manter a região como zona de paz é nossa prioridade. Somos um continente livre de armas de destruição e massa, sem conflitos étnicos ou religiosos. Intervenções estrangeiras podem causar danos maiores do que o que se pretende evitar”, afirmou o presidente.
Presidente Luiz Inácio Lula da Silva recebe credenciais de novos embaixadores.
Reprodução/ CanalGov
Nos últimos dias, o governo de Donald Trump tem travado uma ofensiva no mar do Caribe, perto da costa da Venezuela, com o argumento de mirar traficantes de drogas a caminho dos Estados Unidos.
Já o governo do venezuelano Nicolás Maduro acusa os EUA de tentarem invadir o país latino-americano para derrubar seu regime.
O presidente desejou sorte aos diplomatas que iniciarão os trabalhos no Brasil, e afirmou que “serão tratados e terão atenção do Itamaraty como se fossem amigos nossos há muitos anos”.
“O que queremos é mostrar ao mundo é que nós precisamos fortalecer o multilateralismo, e o multilateralismo é baseado na boa relação cordial, comercial, econômica e sobretudo relação pacífica. Sem ódio, sem negacionismo, e sem ferir o princípio básico da democracia e dos direitos humanos”, prosseguiu.
Reunião com Trump
A situação na Venezuela também pode entrar em pauta em um possível encontro pessoal entre Lula e Donald Trump, durante viagem dos dois à Ásia.
O presidente brasileiro e o chefe da Casa Branca foram convidados para a cúpula da Associação de Nações do Sudeste Asiático (Asean), na Malásia. Equipes do governo tentam coordenar agendas para que os dois líderes tenham uma reunião bilateral às margens do evento.
Caso isso ocorra, este será o primeiro encontro pessoal entre ambos desde o rápido cumprimento na Organização das Nações Unidas (ONU). Lula e Trump também conversaram por telefone no início deste mês, e combinaram de se encontrar posteriormente.
Venezuela afirma que vai denunciar EUA na ONU após Trump confirmar operações da CIA
Segundo informações do blog do Valdo Cruz, no g1, durante o encontro com o norte-americano, Lula provavelmente vai tratar da situação dos dois países sul-americanos.
Luiz Inácio Lula da Silva (PT) já deixou claro, e deve seguir dizendo, que sua posição é contrária a qualquer tipo de tentativa de intervenção em países da América do Sul, como tem sinalizado o presidente dos Estados Unidos.
Jornal de Minas © Todos direitos reservados à Tv Betim Ltda®