Em almoço, lideranças do PL se dizem traídas por Motta

Em almoço, lideranças do PL se dizem traídas por Motta

Em almoço nesta terça-feira (16), em Brasília, três dos principais nomes do PL na Câmara criticaram duramente o presidente da Casa, Hugo Motta (Republicanos-PB). O motivo, segundo eles, seria a estratégia de Motta para “enterrar” o projeto que concede anistia ao ex-presidente Jair Bolsonaro e a condenados pelos atos golpistas de 8 de janeiro.

Participaram do encontro o vice-presidente da Câmara, Altineu Cortes (PL-RJ), o líder do partido, Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), e o líder da oposição, Luciano Zucco (PL-RS).

Ameaça à PEC da Blindagem

Na conversa, o trio avaliou que a oposição pode retirar os votos da PEC da Blindagem, se a articulação de Motta significar o abandono da anistia ampla.

A leitura foi de que o Centrão não teria votos suficientes para aprovar a proposta sem o apoio da direita.

Segundo relatos ao blog, Altineu chegou a sugerir que Sóstenes ligasse para Motta durante o almoço. O líder do PL, no entanto, disse que o presidente da Câmara estava “traindo o partido”.

PEC em pauta

A PEC da Blindagem foi incluída por Motta na pauta de votações desta terça-feira (16). A proposta prevê que ações penais contra deputados e senadores só possam ser abertas com aval prévio do Congresso — uma regra que vigorou entre 1988 e 2001 e blindou parlamentares em mais de 250 pedidos de investigação.

O texto em discussão também prevê que:

  • a Câmara ou o Senado terão até 90 dias para decidir sobre a abertura da ação;
  • se não houver decisão no prazo, a autorização será concedida automaticamente;
  • a votação será secreta;
  • presidentes de partidos nacionais terão foro privilegiado no STF.

Motta trocou o relator da PEC nesta manhã e escolheu o deputado Claudio Cajado (PP-BA), aliado do ex-presidente da Casa Arthur Lira (PP-AL).

Articulação da anistia

Além da PEC da Blindagem, a Câmara também discute a proposta que concede anistia a condenados pelos atos de 8 de janeiro.

Hugo Motta marcou para quarta-feira (17) uma nova reunião de líderes para tratar do pedido de urgência que acelera a tramitação do projeto.

O requerimento precisa do apoio de 257 deputados para ser aprovado em plenário. Parlamentares, porém, avaliam que a proposta pode ser derrotada, abrindo espaço para a negociação de um texto alternativo — como a redução das penas.

Postagens relacionadas

CCJ do Senado deve votar hoje projeto que cria comitê da reforma tributária

21 marcas de azeite já foram alvo de proibição total ou parcial do governo em 2025; veja lista

Bolsa Família 2025: pagamentos de setembro começam nesta quarta