Índice
O principal foco do mercado financeiro hoje são as decisões de política monetária, com os Estados Unidos no centro das atenções, embora o Brasil também esteja no radar. Mesmo que o anúncio oficial só ocorra nesta Superquarta, a expectativa dos investidores já vem influenciando os mercados desde a semana passada, fazendo o dólar cair e impulsionando a bolsa.
▶️ Nos EUA, é esperado uma redução de 0,25 ponto percentual na taxa de juros, o que a colocaria entre 4% e 4,25%.
▶️ Além disso, os investidores estarão atentos ao discurso do presidente do banco central americano, Jerome Powell, e às projeções que ele apresentar — a fim de entender até onde os cortes nas taxas de juros podem ir neste ano e no próximo.
▶️ Por aqui, a expectativa é de que a taxa básica de juros (Selic) seja mantida em 15% ao ano.
▶️ Também por aqui, a FGV divulgou o Índice Geral de Preços-10 (IGP-10) de setembro, que teve alta de 0,21%, após um avanço de 0,16% no mês anterior. O resultado ficou abaixo do esperado pelos economistas, que projetavam um aumento de 0,34%.
- 🔎 O IGP-10 é um indicador que mede a variação dos preços de diferentes produtos e serviços no Brasil. Ele acompanha a inflação desde as matérias-primas agrícolas e industriais usadas na produção até os bens e serviços finais consumidos pela população.
Veja a seguir como esses fatores influenciam o mercado.
Entenda o que faz o preço do dólar subir ou cair
💲Dólar
- Acumulado da semana: -1,04%;
- Acumulado do mês: -2,29%;
- Acumulado do ano: -14,27%.
📈Ibovespa
- Acumulado da semana: +1,31%;
- Acumulado do mês: +1,91%;
- Acumulado do ano: +19,82%.
IGP-10 sobe 0,21% em setembro
O Índice Geral de Preços-10 (IGP-10) subiu 0,21% em setembro, ante elevação de 0,16% no mês anterior, informou a Fundação Getulio Vargas (FGV) nesta quarta-feira, com o indicador registrando uma elevação menor do que a expectativa apurada em pesquisa Reuters, de aumento de 0,34%.
O IGP-10 acumula agora alta de 2,88% em 12 meses e queda de 1,06% no ano de 2025, de acordo com a FGV.
A aceleração do IGP-10 em relação a agosto se deveu ao aumento do Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA-10), ao passo que o Índice de Preços ao Consumidor (IPC-10) registrou queda.
“As principais contribuições positivas vieram de produtos agropecuários, que tendem a antecipar repasses para o Índice de Preços ao Consumidor (IPC)”, disse o economista do FGV Ibre André Braz.
“O IPC, por sua vez, desacelerou, com influência de alimentos, serviços — como ingressos de cinema e passagens aéreas — e de preços administrados, como a gasolina”, acrescentou.
O IPA-10, que mede a variação dos preços no atacado e responde por 60% do índice geral, subiu 0,27%, ante elevação de 0,06% em agosto, com destaque para o café em grão, que teve alta de 22,37%, mais do que revertendo a queda de 10,40% no mês anterior
Já o IPC-10, que responde por 30% do índice geral, teve queda de 0,13%, revertendo a alta de 0,18% registrada em agosto, com cinco das oito classes de despesas que compõem o índice apresentando recuo em suas taxas de variação, com destaque para Saúde e Cuidados Pessoais — alta de 0,02% em setembro ante elevação de 0,78% em agosto — e Despesas Diversas — queda de 0,14% em setembro, ante alta de 1,30% no mês anterior.
O Índice Nacional de Custo da Construção (INCC-10), responsável por 10% do índice geral, por sua vez, subiu 0,42% em setembro, ante elevação de 0,82% em agosto.
O IGP-10 calcula os preços ao produtor, consumidor e na construção civil entre os dias 11 do mês anterior e 10 do mês de referência.
Fed na mira de Trump
Na segunda-feira (15), o Senado norte-americano aprovou o nome de Stephen Miran, aliado de Donald Trump, para a diretoria Federal Reserve (Fed), o banco central americano. O aval dos parlamentares, após votação apertada (48 a 47), amplia a influência de Trump sobre a instituição.
A decisão encerrou um processo rápido, iniciado em agosto, quando Adriana Kugler renunciou ao cargo no Fed.
A senadora republicana Lisa Murkowski, do Alasca, foi a única a votar contra Miran entre os membros de seu partido. Normalmente, a confirmação de um indicado ao Fed pelo Senado leva meses, mas, no caso do conselheiro econômico de Trump, o processo durou menos de seis semanas.
Após a conclusão da papelada e da posse, Miran ficou apto a participar da reunião de dois dias de política monetária do banco central, que começou já nesta terça-feira (16).
Por outro lado, também na segunda-feira, o Tribunal de Apelações dos EUA para o Circuito do Distrito de Columbia negou o pedido de Donald Trump para afastar Lisa Cook, diretora do Fed.
Este é o mais recente capítulo de uma batalha judicial que ameaça independência do Fed: pela primeira vez desde a criação da instituição, em 1913, um presidente tenta remover um diretor do cargo.
Na prática, a decisão do tribunal permitiu que Cook participasse normalmente da reunião de política monetária do Fed, assim como Miran.
Bolsas globais
Os investidores nos EUA estão cautelosos nesta quarta-feira, aguardando o resultado da reunião do banco central do país, o Federal Reserve. A expectativa gira em torno de possíveis mudanças na política de juros, e por isso, o mercado está em compasso de espera, sem grandes movimentações.
Com isso, os principais índices futuros em Wall Street mostram variações mínimas: o S&P 500 sobe apenas 0,02%, o Nasdaq 100 permanece estável, e o Dow Jones tem leve alta de 0,05%.
Na Europa, o clima ainda é de cautela, especialmente após uma queda registrada na sessão anterior, que afetou principalmente os bancos.
Os índices europeus mostram um desempenho misto: o STOXX 600 sobe 0,1%, chegando a 551,58 pontos. Em Londres, o FTSE avança 0,17%; em Frankfurt, o DAX sobe 0,29%; em Paris, o CAC-40 recua 0,07%; em Milão, o FTSE/MIB cai 0,49%; em Madri, o IBEX-35 perde 0,06%; e em Lisboa, o PSI20 tem queda de 0,10%.
Na Ásia, o destaque do dia foi Hong Kong, onde as ações fecharam no maior nível dos últimos quatro anos. O bom desempenho foi puxado por empresas de tecnologia, impulsionadas pela confiança nas inovações em inteligência artificial da China.
Os resultados mostram essa movimentação: em Hong Kong, o índice Hang Seng subiu 1,78%, chegando a 26.908 pontos. Em Xangai, o índice SSEC avançou 0,37%, e o CSI300, que reúne grandes empresas chinesas, teve alta de 0,61%.
Por outro lado, em Tóquio, o Nikkei caiu 0,3%; em Seul, o Kospi recuou 1,05%; em Taiwan, o Taiex perdeu 0,75%; em Cingapura, o Straits Times caiu 0,33%; e em Sydney, o S&P/ASX 200 teve queda de 0,67%.
*Com informações da agência de notícias Reuters
Dólar — Foto: REUTERS/Rick Wilking