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Dólar recua com dados da indústria brasileira; bolsa avança | G1

por Redação

Com poucos eventos no exterior, os investidores voltam as atenções para os números da indústria brasileira. A divulgação do IBGE sobre a produção de outubro promete movimentar a manhã de hoje, enquanto o cenário político e as falas recentes do Banco Central também entram no radar.

▶️ O IBGE divulga às 9h os dados da produção industrial de outubro. A expectativa é de alta de 0,4% frente a setembro e de 0,2% na comparação anual. Em setembro, houve queda de 0,4% ante agosto, mas avanço de 2% sobre o mesmo mês de 2024. No acumulado do ano, o crescimento é de 1,0%, e nos últimos 12 meses, de 1,5%.

▶️ Os números ganham peso após Gabriel Galípolo, presidente do Banco Central, adotar tom mais conservador e afastar cortes de juros em janeiro. Ele afirmou que a autoridade monetária precisa agir com cautela diante de sinais mistos na economia, mesmo após dados recentes indicarem desaceleração do emprego e da inflação.

▶️ No campo político, a Comissão Mista de Orçamento analisa hoje a Lei de Diretrizes Orçamentárias para 2026. Além disso, a Comissão de Assuntos Econômicos deve votar o projeto que eleva tributos sobre fintechs e casas de apostas.

▶️ Ainda pela manhã, está prevista a análise do relatório da MP 1.309/2025, que libera R$ 30 bilhões para setores prejudicados pelas tarifas impostas pelos Estados Unidos.

Veja a seguir como esses fatores influenciam o mercado:

💲Dólar

  • Acumulado da semana: +0,43%;
  • Acumulado do mês: +0,43%;
  • Acumulado do ano: -13,30%.

📈Ibovespa

  • Acumulado da semana: -0,29%;
  • Acumulado do mês: -0,29%;
  • Acumulado do ano: +31,83%.

Boletim Focus

No mês passado, pela primeira vez neste ano, o mercado passou a prever que a inflação ficará abaixo do teto de 4,5% definido pelo sistema de metas.

🔎 Esse sistema é uma política usada pelo governo para manter a inflação sob controle, estabelecendo um limite máximo para o aumento dos preços.

As projeções atuais são as seguintes:

  • ➡️ Para 2025, a previsão caiu de 4,45% para 4,43%;
  • ➡️ Para 2026, passou de 4,18% para 4,17%;
  • ➡️ Para 2027, permaneceu em 3,80%;
  • ➡️ Para 2028, continuou em 3,50%.

Além da inflação, o mercado também estima o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) — métrica importante para saber se a economia está crescendo ou encolhendo. Para 2025, a projeção do PIB ficou estável em 2,16%, e para 2026, em 1,78%.

Outro indicador relevante é a taxa básica de juros (Selic), que influencia os juros cobrados em empréstimos e financiamentos. Para o fim de 2025, a expectativa é que ela permaneça em 15% ao ano, o mesmo nível atual. Para 2026, a previsão continua em 12% ao ano.

Selic restritiva por tempo “bastante prolongado”

Os sinais de que a inflação começa a arrefecer também trouxeram a atenção do mercado para as falas do presidente do BC, Gabriel Galípolo.

Em evento da XP Investimentos, o banqueiro central afirmou que os dados econômicos brasileiros indicam um mercado de trabalho aquecido e um cenário mais complexo do que o esperado. Para ele, esse contexto exige uma atuação mais conservadora nos juros por parte do BC.

“O Brasil vive um contexto em que variáveis que normalmente caminham juntas passaram a se mover em direções inesperadas — como juros altos acompanhados simultaneamente por queda do desemprego e da inflação.”

Ele ponderou, porém, que os indicadores têm enviado mensagens contraditórias, o que dificulta entender de forma clara como a política de juros está afetando a economia.

“Não tem sido simples fazer análise sobre o mercado de trabalho. Essa que é a verdade”, afirmou.

“Esse horizonte não é reiniciado a cada reunião do Copom, mas segue uma trajetória contínua”, disse.

O presidente do BC acrescentou que ainda não há indicação sobre o próximo movimento dos juros básicos, já que a instituição avalia, encontro a encontro, a evolução dos indicadores econômicos.

Bolsas globais

Os mercados americanos fecharam o primeiro dia do mês em queda, influenciados por novos dados econômicos e pela expectativa em torno do discurso de Jerome Powell, presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA).

Enquanto o Dow Jones caiu 0,90%, para 47.289,33 pontos, o S&P 500 recuou 0,53%, a 6.812,63 pontos. Já o Nasdaq fechou em queda de 0,38%, a 23.275,92 pontos.

As bolsas europeias fecharam em queda, acompanhando o movimento global após um novembro positivo.

O setor de defesa foi o mais afetado, com perdas expressivas, em meio ao avanço das negociações para um possível cessar-fogo na Ucrânia — tema que trouxe alívio, mas também pressionou empresas ligadas à área militar.

No fechamento, o STOXX 600 caiu 0,23%, a 575,08 pontos. Em Londres, o FTSE 100 recuou 0,18%, para 9.702,53 pontos; em Frankfurt, o DAX perdeu 1,04%, a 23.589,44 pontos; e em Paris, o CAC 40 cedeu 0,32%, a 8.097,00 pontos. O setor de defesa do Stoxx 600 teve queda de 2,88%.

Já na Ásia, os mercados tiveram resultados mistos. As bolsas da China e de Hong Kong subiram, impulsionadas por ações ligadas a metais e inteligência artificial, enquanto investidores mantêm otimismo com a possibilidade de corte nos juros dos EUA, mesmo diante da fraqueza econômica local.

No fechamento: em Xangai, o índice SSEC avançou 0,65%, a 3.914 pontos, e o CSI300 subiu 1,10%, a 4.576 pontos. Em Hong Kong, o Hang Seng ganhou 0,67%, a 26.033 pontos.

Já o Nikkei, em Tóquio, caiu 1,89%, para 49.303 pontos. Em Seul, o Kospi recuou 0,16%, a 3.920 pontos; em Taiwan, o Taiex perdeu 1,03%, a 27.342 pontos; e em Cingapura, o Straits Times teve leve alta de 0,05%, a 4.526 pontos.

Dólar — Foto: Karolina Grabowska/Pexels

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