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Dólar cai pelo 5º dia e fecha a R$ 5,29; Ibovespa supera os 144 mil pontos

por Redação

O otimismo dos mercados reflete a expectativa de corte de juros nos Estados Unidos e manutenção da Selic no Brasil nesta Superquarta (17). O contraste torna o país mais competitivo para investidores, gerando entrada de recursos que fortalecem a bolsa e pressionam o dólar para baixo.

▶️ Tanto no Brasil quanto nos EUA, esta terça-feira marcou o início das reuniões dos bancos centrais para decidir os rumos da economia. Por aqui, o mercado espera que a taxa básica de juros continue em 15% ao ano. Já nos EUA, a previsão é de um pequeno corte de 0,25 ponto percentual, o que deve levar a taxa para um intervalo entre 4% e 4,25%. As decisões serão anunciadas amanhã.

▶️ Nos EUA, o dia foi marcado pela divulgação de novos dados econômicos, que vieram acima do esperado: as vendas no varejo cresceram 0,6%, superando a expectativa de 0,2%, e a produção industrial teve alta de 0,2%, contrariando a previsão de retração.

▶️ Enquanto isso, o cenário político também tem influenciado os bastidores da decisão sobre os juros nos EUA. A indicação de Stephen Miran, conselheiro econômico ligado a Donald Trump, foi aprovada pelo Senado a tempo de participar da reunião que começou hoje.

▶️ Já a tentativa do governo de afastar Lisa Cook foi barrada pela Justiça, e ela também continua no comitê. A Casa Branca prometeu recorrer.

Veja a seguir como esses fatores influenciam o mercado.

Entenda o que faz o preço do dólar subir ou cair

Entenda o que faz o preço do dólar subir ou cair

💲Dólar

  • Acumulado da semana: -1,04%;
  • Acumulado do mês: -2,29%;
  • Acumulado do ano: -14,27%.

📈Ibovespa

  • Acumulado da semana: +1,31%;
  • Acumulado do mês: +1,91%;
  • Acumulado do ano: +19,82%.

Desemprego no Brasil

A taxa de desemprego brasileira desacelerou e atingiu 5,6% no trimestre encerrado em julho. Os dados são da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua, divulgada nesta terça-feira (16) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

  • Foi a menor taxa da série histórica deste indicador, que teve início em 2012, e representa uma queda em relação ao trimestre anterior terminado em abril, quando o desemprego atingiu 6,6%.

Ao todo, 6,118 milhões de pessoas estavam sem emprego no país. Segundo o IBGE, essa foi a menor taxa desde o fim de 2013, quando 6,100 milhões estavam desempregados.

Os dados também representam um recuou de 14,2% (ou menos 1,0 milhão de pessoas) no trimestre e caiu 16,0% (menos 1,2 milhão de pessoas) no ano.

Veja os destaques da pesquisa

  • Taxa de desocupação: 5,6%
  • População desocupada: 6,118 milhões de pessoas
  • População ocupada: 102,4 milhões
  • População fora da força de trabalho: 65,6 milhões
  • População desalentada: 2,7 milhões
  • Empregados com carteira assinada: 39,1 milhões
  • Empregados sem carteira assinada: 13,5 milhões
  • Trabalhadores por conta própria: 25,9 milhões
  • Trabalhadores informais: 38,8 milhões

Na visão de Leonardo Costa, economista do ASA, mesmo com o desemprego no menor nível da série histórica, há sinais de que o mercado de trabalho pode estar se estabilizando.

“Já que a população ocupada vem mostrando sinais de acomodação no curto prazo. De todo modo, o mercado de trabalho segue como destaque positivo.”

Já Igor Cadilhac, economista do PicPay, acredita que o ritmo atual do mercado de trabalho deve continuar firme pelo menos até o fim do terceiro trimestre. “Quando deve se iniciar um processo gradual de desaceleração. Para 2025, projetamos taxa média de desemprego de 6%, encerrando o ano em 5,6%.”

Dados dos EUA

Nesta terça-feira, novos dados dos EUA foram divulgados e mostram que a economia norte-americana apresentou um desempenho acima do esperado em agosto — tanto nas vendas do varejo quanto na produção industrial.

Os números indicam que, apesar das incertezas políticas e comerciais, o consumo segue firme e a atividade nas fábricas mostra sinais de recuperação.

As vendas no varejo cresceram 0,6% no mês, repetindo o avanço de julho, que foi revisado para cima. A expectativa era de uma alta mais modesta, de 0,2%.

Parte desse crescimento pode estar ligada ao aumento de preços causado por tarifas, e não necessariamente por maior volume de compras.

Já a produção industrial teve alta de 0,2% em agosto, após uma queda de 0,1% no mês anterior. A expectativa era de nova retração, mas alguns setores mostraram recuperação.

Fed na mira de Trump

Na segunda-feira (15), o Senado norte-americano aprovou o nome de Stephen Miran, aliado de Donald Trump, para a diretoria Federal Reserve (Fed), o banco central americano. O aval dos parlamentares, após votação apertada (48 a 47), amplia a influência de Trump sobre a instituição.

A decisão encerrou um processo rápido, iniciado em agosto, quando Adriana Kugler renunciou ao cargo no Fed.

A senadora republicana Lisa Murkowski, do Alasca, foi a única a votar contra Miran entre os membros de seu partido. Normalmente, a confirmação de um indicado ao Fed pelo Senado leva meses, mas, no caso do conselheiro econômico de Trump, o processo durou menos de seis semanas.

Após a conclusão da papelada e da posse, Miran ficou apto a participar da reunião de dois dias de política monetária do banco central, que começou já nesta terça-feira (16).

Por outro lado, também na segunda-feira, o Tribunal de Apelações dos EUA para o Circuito do Distrito de Columbia negou o pedido de Donald Trump para afastar Lisa Cook, diretora do Fed.

Este é o mais recente capítulo de uma batalha judicial que ameaça independência do Fed: pela primeira vez desde a criação da instituição, em 1913, um presidente tenta remover um diretor do cargo.

Na prática, a decisão do tribunal permitiu que Cook participasse normalmente da reunião de política monetária do Fed, assim como Miran.

Bolsas globais

Em Wall Street, os mercados começaram o dia em alta, com os investidores animados pela expectativa de que o banco central americano possa cortar os juros em breve.

No entanto, esse otimismo perdeu força ao longo da manhã, depois que saíram dados de vendas no varejo mais fortes do que o esperado, o que pode indicar que a economia ainda está aquecida e dificultar uma redução nos juros.

Os principais índices de ações fecharam em leve queda. O Dow Jones recuou 0,27%, o S&P 500 caiu 0,13% e o Nasdaq teve perdas de 0,07%.

Na Europa, os mercados fecharam em grande parte com queda. A expectativa pela decisão sobre os juros nos EUA deixou os investidores mais conservadores, especialmente em setores como bancos e seguradoras, que costumam ser mais sensíveis a mudanças nas taxas de juros.

O índice geral europeu, o STOXX 600, caiu 1,14%. Em Londres, o FTSE recuou 0,88%; em Frankfurt, o DAX retraiu 1,77%; em Paris, o CAC 40 perdeu 1,00%; em Milão, o FTSE/Mib teve baixa de 1,28%; e em Madri, o Ibex-35 perdeu 1,51%.

Na Ásia, os mercados tiveram um dia de negociações instáveis, especialmente na China e em Hong Kong. Apesar disso, o clima geral foi de leve movimentação, sem grandes mudanças.

No fechamento, Xangai subiu 0,04%, enquanto o CSI300 caiu 0,21% e o Hang Seng recuou 0,03%. Em Tóquio, o Nikkei avançou 0,3%; em Seul, o Kospi subiu 1,24%; Taiwan teve alta de 1,07%; Sydney cresceu 0,28%; e Cingapura teve leve queda de 0,09%.

*Com informações da agência de notícias Reuters

Notas de dólar. — Foto: Reuters

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