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O mercado está à espera da divulgação dos dados do Caged no Brasil e da ata da última reunião do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês) sobre os juros nos Estados Unidos, após viver um dia de otimismo na terça-feira (27).
▶️ No Brasil, o grande destaque da sessão de ontem foi a divulgação do IPCA-15, prévia da inflação oficial do país. O avanço de 0,36% nos preços veio melhor do que o projetado pelo mercado (0,44%), o que pode abrir espaço para que o Banco Central adote uma elevação mais moderada ou pare de subir os juros em sua próxima reunião de política monetária.
Entenda abaixo como cada um desses fatores impacta o mercado.
💲Dólar
- Acumulado da semana: -0,02%;
- Acumulado do mês: -0,56%;
- Acumulado do ano: -8,65%.
📈Ibovespa
- Acumulado da semana: +1,25%;
- Acumulado do mês: +3,31%;
- Acumulado do ano: +16,01%.
Haddad sobre medidas econômicas do governo: ‘Na direção correta’
IPCA-15
Os investidores acompanham de perto indicadores econômicos como o IPCA-15 para tentar antecipar as decisões do Banco Central (BC) sobre os juros no país, que afetam o valor das ações, dos títulos públicos, do dólar e de outros investimentos.
Atualmente, a taxa básica de juros do Brasil, conhecida como Selic, está em 14,75%, o maior patamar em quase 20 anos. A lógica do BC é aumentar os juros para desestimular o consumo e, assim, controlar a inflação.
Por isso, o resultado do IPCA-15 divulgado pelo IBGE, com a prévia da inflação mais baixa do que as expectativas, é um bom sinal para o mercado.
“A gente acha que isso não deve ter grandes implicações para o Banco Central, mas o ajuda no curto prazo, obviamente, com uma inflação mais comportada, e a ter mais conforto para o encerramento do ciclo [da alta de juros]”, explica Rafael Cardoso, economista-chefe do Banco Daycoval.
Outros destaques da agenda econômica desta semana são:
- Quarta-feira (28): dados de emprego formal (Caged);
- Quinta-feira (29): taxa de desemprego (Pnad Contínua);
- Sexta-feira (30): divulgação do Produto Interno Bruto (PIB) do segundo trimestre.
Pressões contra o aumento do IOF
Apesar de, à primeira vista, o aumento do IOF poder ser interpretado como um sinal de que o governo está preocupado em equilibrar as contas públicas, gerou críticas por parecer uma tentativa de arrecadar mais, e não de cortar gastos, segundo analistas.
Além disso, a alta do imposto para aplicações de fundos no exterior levantou temores de controle de capitais, levando o governo a recuar poucas horas depois sobre esse ponto específico da medida — e a abrir mão de parte da arrecadação.
Nesta segunda (26), Haddad afirmou que o governo ainda avalia como compensar a renúncia: “Temos até o fim da semana para decidir se será com mais contingenciamento ou com alguma substituição”, disse.
Alívio nas tarifas de Trump
No ambiente externo, os investidores seguem atentos à possibilidade de acordos entre os Estados Unidos e os países submetidos ao tarifaço de Donald Trump, em especial às negociações com a União Europeia.
- 🔎 O mercado entende que o aumento das tarifas sobre produtos importados pelos EUA pode elevar os preços finais e os custos de produção, pressionando a inflação e reduzindo o consumo — o que pode levar a uma desaceleração da maior economia do mundo ou até mesmo a uma recessão global. Assim, a leitura costuma ser positiva sobre alívios nas tarifas.
Nesta terça-feira, Trump reforçou esse sentimento ao dizer que a UE procurou os EUA para definir rapidamente as datas das reuniões sobre os acordos.
“Este é um evento positivo, e espero que eles, finalmente, assim como eu exijo à China, abram as nações europeias para o comércio com os Estados Unidos da América. Ambos ficarão muito felizes e bem-sucedidos se o fizerem”, escreveu nas redes sociais.
A UE enfrenta tarifas de importação de 25% dos EUA sobre seu aço, alumínio e carros e as chamadas tarifas “recíprocas” de 10% para quase todos os outros produtos. Entre os afetados estão os veículos de marcas alemãs, como BMWs e Porsches, até azeite de oliva italiano e bolsas de luxo francesas.