O acordo tem validade até 2040 e conta com garantia da União, o que significa que o governo federal dá respaldo à operação e reduz o risco para as instituições financeiras que concederam o crédito.
Com o aval do Tesouro, o governo federal deve honrar as parcelas do pagamento caso os Correios fiquem inadimplentes, ou seja, se a estatal não pagar. Trata-se de uma garantia adicional para os bancos que concederam o crédito.
Após a aprovação do valor de R$ 12 bilhões, o Tesouro Nacional destacou que a operação respeitou o limite de juros previsto para empréstimos com garantia da União e atendeu aos critérios exigidos para a avaliação da capacidade de pagamento de estatais com plano de reequilíbrio aprovado pelas instâncias competentes.
A crise dos Correios
Apenas no primeiro semestre de 2025, o prejuízo chegou a R$ 4,36 bilhões, o maior da história da estatal.
Diante da falta de recursos, a empresa e o governo federal passaram, a partir de janeiro deste ano, a discutir medidas para reequilibrar as contas. Entre os principais fatores da crise, estão:
- forte aumento dos gastos com pessoal;
- mudanças no programa Remessa Conforme — que reduziram receitas com encomendas internacionais;
- queda acentuada no fluxo de caixa (quando entra menos dinheiro do que o necessário para pagar as contas);
- crescimento das despesas com precatórios (crescimento das dívidas que a empresa é obrigada a pagar por decisões da Justiça);
- 85% das agências operam no prejuízo.
Para tentar reverter o cenário, a nova gestão aprovou um plano de reestruturação que inclui corte de custos, Programa de Demissão Voluntária (PDV), venda de imóveis ociosos, renegociação de contratos, redução da jornada de trabalho, mudanças nos planos de saúde, retorno ao trabalho presencial e lançamento de um marketplace próprio.
Nos bastidores, o debate sobre a privatização dos Correios voltou a ganhar força como alternativa ao modelo atual.
O petista avaliou que as dificuldades financeiras podem ser resultado de uma “gestão equivocada”.
“Enquanto eu for presidente não vai ter privatização. Pode ter construção junto com empresas. Enquanto eu estiver na presidência não vai ter privatização dessas empresas, pode ter parceria, economia mista, mas privatização não vai ter”, destacou.
Lula lamentou a crise financeira da empresa, considerando a importância dos Correios para o país.
“Uma empresa pública não pode ser a rainha do prejuízo. Trocamos o presidente dos Correios, chamamos a ministra Esther e Rui, colocamos alguém com muita expertise e responsabilidade e vamos tomar medidas que tivermos que tomar, mudar todos os cargos que tivermos que mudar e colocar pessoa com competência”, disse o petista.
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