Análise internacional revela que mesmo ingestões moderadas de álcool aumentam o risco da doença; cerveja e destilados estão mais associados ao câncer pancreático que o vinho. Estudo mostra que consumo de álcool aumenta risco de câncer de pâncreas
O consumo de álcool pode aumentar o risco de câncer de pâncreas, independentemente do sexo e do tabagismo, segundo uma pesquisa conduzida pela Agência Internacional de Pesquisa sobre o Câncer. Os pesquisadores acompanharam cerca de 2,5 milhões de pessoas com idade média de 57 anos por 16 anos. Dos 2,5 milhões, mais de 10 mil tiveram o câncer de pâncreas.
O consumo de duas até mais de seis doses de cerveja ou destilados por dia pode aumentar o risco entre 12 e 36%. Uma dose padrão de cerveja é de 355 ml (uma latinha). E a de destilado é de 44 ml (o copo pequeno).
As associações foram particularmente evidentes para o consumo inicial de álcool de pelo menos 15 g/dia em mulheres e 30 g/dia em homens.
Além do pâncreas, o consumo de álcool também pode causar câncer em outras partes do corpo:
Mama em mulheres
Colorretal
Esôfago
Laringe
Fígado
Boca e garganta
Além do álcool, outros fatores também contribuem para o aparecimento do câncer, como a genética, a dieta e o histórico familiar.
A pesquisa usou dados coletados de 30 cortes em quatro continentes, incluindo Ásia, Austrália, Europa e América do Norte.
Um total de 2.494.432 participantes sem câncer no início do estudo foram recrutados entre 1980 e 2013 na faixa etária de 57 anos. Ao todo, 10.067 casos incidentes de câncer de pâncreas foram registrados.
A pesquisa investigou a potencial heterogeneidade por sexo, tabagismo, regiões geográficas e tipo de bebida alcoólica.
Os efeitos prejudiciais do consumo de álcool podem ser potencializados com uma ingesta menor de água, que costuma ocorrer no frio
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Um incremento de 10 g/dia na ingestão de álcool foi associado a um aumento de 3% no risco geral de câncer pancreático, sem evidência de heterogeneidade por sexo ou tabagismo.
As associações foram consistentes na Europa-Austrália e América do Norte, enquanto nenhuma associação foi observada em coortes da Ásia. Associações positivas com o risco de câncer de pâncreas foram encontradas para o consumo de álcool proveniente de cerveja e destilados/licores, mas não de vinho.
Segundo o estudo, as associações diferenciais entre regiões geográficas e tipos de bebidas alcoólicas podem refletir diferenças nos hábitos de consumo e merecem mais investigações.
Os resultados da análise conjunta em larga escala corroboram uma modesta associação positiva entre o consumo de álcool e o risco de câncer de pâncreas, independentemente do sexo e do tabagismo.
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