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A informação consta no relatório de política monetária do quarto trimestre, divulgado nesta quinta-feira (18).
➡️Para o ano de 2026, marcado por eleições presidenciais, o Banco Central elevou sua projeção de crescimento para o PIB brasileiro de 1,5% para 1,6%.
➡️Mesmo assim, segundo dados oficiais, o crescimento do BC projetado para o próximo ano, se confirmado, será o menor desde 2020 (quando houve retração de 3,3% por conta da Covid-19).
HISTÓRICO DE ALTA DO PIB E PROJEÇÕES DO BC
EM % AO ANO
Fonte: IBGE E BANCO CENTRAL
“Entre os fatores que influenciam esse cenário [para 2026] estão a expectativa de manutenção da política monetária em campo restritivo [juro alto], o baixo nível de ociosidade dos fatores de produção, a perspectiva de desaceleração da economia global e a ausência do impulso agropecuário observado em 2025. A dinâmica projetada também incorpora os efeitos de medidas recentes com impacto potencial sobre a demanda, como a isenção ou desconto no IRPF para as faixas iniciais de renda”, diz o BC.
Juros altos
➡️A projeção de uma desaceleração no ritmo de crescimento do PIB acontece em meio a um processo manutenção dos juros em patamar elevado para conter pressões inflacionárias.
🔎No relatório de política monetária, o BC informou que o chamado “hiato do produto” segue positivo. Isso quer dizer que a economia continua operando acima do seu potencial de crescimento sem pressionar a inflação.
- Pelo sistema de metas, cabe ao Banco Central (BC) ajustar os juros para manter a inflação dentro do intervalo estabelecido.
- Para isso, a instituição olha para frente, pois a Selic demora de seis a 18 meses para ter impacto pleno na economia.
- Neste momento, por exemplo, o BC já considera a expectativa de inflação acumulada em 12 meses até o segundo trimestre de 2027.
Problemas orçamentários
➡️A desaceleração na economia pode criar, também, problemas orçamentários para o governo em 2026 devido ao seu efeito de diminuir a arrecadação de impostos e contribuições federais..
➡️Se confirmada uma expansão menor do PIB (+1,6%), conforme o estimado pelo Banco Central, isso resultará em menos arrecadação e o governo terá mais dificuldade para atingir a meta fiscal do próximo ano, que é de um superávit em suas contas.
➡️Por isso, será obrigado, se e assim que os efeitos da desaceleração se apresentarem, a efetuar bloqueios maiores de despesas – em um ano eleitoral.
Inflação
O Banco Central também reduziu sua estimativa para a inflação oficial em 2025, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), de 4,8%, em março, para 4,4%.
➡️Com a inflação acima do teto do sistema de metas por seis meses consecutivos até junho, o presidente do BC, Gabriel Galípolo, precisou enviar uma carta pública ao ministro Fernando Haddad explicando os motivos do novo descumprimento da meta.
- ➡️Para o ano de 2026, a projeção do Banco Central recuou de 3,6% para 3,5% (ainda acima do objetivo central de 3%).
- ➡️Para o ano de 2027, a projeção do Banco Central caiu de 3,2% para 3,1% (marginalmente acima do objetivo central de 3%).
Veja expectativas do BC para a inflação
- Preços da alimentação no domicílio devem apresentar variações mais elevadas até março, seguindo a sazonalidade menos favorável de alimentos in natura. “Preços de alimentos industrializados, menos voláteis, devem seguir a tendência recente de variações mais moderadas. As projeções de curto prazo incorporam apenas parcialmente o risco de alta mais forte nos preços do boi gordo e da carne bovina”, informou o BC.
- Inflação de bens industriais deve ser mais elevada em dezembro, com reversão dos descontos associados ao período da Black Friday no mês anterior. “Na série livre de efeitos sazonais, no entanto, os preços de bens industriais ao consumidor devem seguir com variações reduzidas, ainda sob influência dos movimentos da taxa de câmbio e dos preços ao produtor”, avaliou.
- No segmento de serviços, os preços devem apresentar altas mais fortes até março, diz o BC, em função dos reajustes anuais de mensalidades escolares e da “sazonalidade menos favorável do período”.
- Tarifas de energia elétrica devem recuar com a transição da bandeira tarifária de energia de vermelha 1 para verde. Por outro lado, acrescentou o BC, a alta do ICMS sobre combustíveis em janeiro, e os reajustes de concessionárias de serviços públicos, “devem pressionar os preços do segmento no período.