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Renovado na primeira quinzena de julho de 2025, com um visual mais próximo ao do Equinox na versão topo de linha, o SUV traz mudanças relevantes para tentar reaquecer as vendas, praticamente estagnadas desde 2022, segundo a Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave).
A queda no desempenho fez o Tracker perder a liderança entre os SUVs mais vendidos do país para o Volkswagen T-Cross e ainda acompanhar o crescimento do Creta — enquanto o modelo da GM perdeu participação, os dois concorrentes continuaram avançando.
O g1 avaliou a versão mais completa do Tracker em um percurso de aproximadamente 300 km pelo interior de Minas Gerais, para entender quais são as chances de o modelo recuperar a liderança entre os utilitários.
A análise mostra onde ele acertou e onde ainda comete falhas nesta versão mais recente.
Antes, um resumo
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Chevrolet Tracker 2026 — Foto: divulgação/GM
Para entender melhor o posicionamento do Chevrolet Tracker, é essencial começar pela lista de versões e preços lançadas no Brasil:
Chevrolet Tracker AT Turbo, por R$ 119.900
- Seis airbags;
- Chave presencial;
- Central multimídia de 8″ com espelhamento de Android Auto e Apple Carplay sem fio;
- Wi-Fi nativo;
- Farol automático;
- Piloto automático;
- Lanternas em lente cristal;
- Sensor de estacionamento traseiro;
- Faróis Full LED;
- Roda aro 17″ com calota.
Chevrolet Tracker LT Turbo AT, por R$ 154.090
- Central multimídia de 11″ com espelhamento de Android Auto e Apple Carplay sem fio;
- Painel de instrumentos digital de 8″
- Câmera de ré de alta resolução;
- Painel frontal com acabamento macio ao toque;
- Calotas em dois tons;
- Rack de teto;
- Console com apoio de braço;
- Retrovisores na cor do veículo.
Chevrolet Tracker LTZ Turbo AT, por R$ 169.490
- Ar condicionado digital;
- Monitor de pressão dos pneus;
- Lanternas em LED;
- Interior em preto premium;
- Rodas de liga leve com 17″
- Indicador de distância frontal;
- Alerta de ponto cego;
- Alerta de colisão frontal com frenagem de emergência.
Chevrolet Tracker Premier 1.2 Turbo AT, por R$ 189.590
- Motor 1.2 turbo;
- Faróis de neblina em LED;
- Interior premium em preto e bege;
- Rodas de liga leve com 17″ e acabamento exclusivo;
- Teto solar panorâmico;
- Estacionamento automático;
- Sensores de estacionamento frontal e lateral;
- Retrovisor interno eletrocrômico;
- Carregador para celular sem fio;
- Sensor de chuva;
- Acabamentos cromados.
Chevrolet Tracker RS 1.2 Turbo AT, por R$ 190.590
- Interior premium preto e vermelho;
- Rodas de liga leve com 17″ e acabamento exclusivo;
- Gravatas pretas;
- Logo RS;
- Emblemas em preto;
- Retrovisor preto;
- Rack de teto preto;
- Apliques de para-choque em preto brilhante.
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Chevrolet Tracker 2026 — Foto: divulgação/GM
Veja a seguir os 3 pontos positivos e negativos do Chevrolet Tracker 2026.
Tracker traz novo visual
A atualização do Tracker trouxe novas rodas, para-choques, lanternas, faróis e uma grade frontal redesenhada. A dianteira agora exibe um visual mais agressivo em comparação ao modelo anterior.
Os faróis, incluindo a iluminação diurna (DRL), agora contam com tecnologia LED e estão mais estreitos, conferindo ao veículo um visual semelhante ao da picape Montana. A nova configuração segue a tendência adotada por modelos chineses, com a DRL posicionada na parte superior e os demais elementos ópticos mais abaixo.
Esse foi o mesmo caminho adotado pelo Hyundai Creta, mas ainda não seguido pela Volkswagen com o T-Cross. O líder do segmento permanece mais conservador, com poucas alterações no visual frontal do SUV mais vendido do Brasil.
O interior recebeu um novo painel de instrumentos totalmente digital e uma central multimídia de 11 polegadas, mais intuitiva. Ainda há bastante plástico rígido, mesmo na versão mais completa do Tracker, mas ao menos com texturas variadas, reduzindo a sensação de desconforto ao toque.
No fim das contas, o plástico não é tão simples nem de qualidade tão inferior quanto o do T-Cross.
Dirigibilidade é boa
O segundo ponto positivo está na dirigibilidade. Para quem já conhece o Tracker e está apenas trocando por uma versão mais nova, a sensação é de estar no mesmo carro, sem grandes novidades e sem exigir uma curva de aprendizado maior.
Para quem dirige o Tracker pela primeira vez, o SUV oferece um volante bastante leve e, na versão topo de linha com motor 1.2 turbo, um bom desempenho no uso urbano.
Há, sim, um tempo de resposta entre o comando do acelerador e o momento em que o motor entrega força, mas nada exagerado como no Volkswagen T-Cross. A suspensão é bem calibrada, equilibrando conforto e firmeza sem exageros.
Todo esse conjunto, tanto nas versões com motor 1.0 quanto na 1.2 turbo da topo de linha, se mostra bastante silencioso e com baixa vibração. Para comparação, um exemplo de motor com excesso de trepidação é o T200, que equipa o Citroën Aircross.
A mesma correia dentada do Onix
Um dos fatores que contribuem para o motor três cilindros ser menos barulhento e com menos vibração é a correia dentada banhada a óleo. Trata-se do mesmo componente usado no hatch Onix, com exigências rigorosas de manutenção, seguindo à risca o manual do proprietário para garantir sua durabilidade.
Enquanto a versão seca da correia deve ser trocada a cada 60 mil quilômetros, a banhada a óleo só exige substituição a cada 240 mil quilômetros. Em termos de quilometragem, para cada troca da lubrificada, a correia seca já teria sido substituída quatro vezes.
O sistema funciona bem, desde que a manutenção seja feita corretamente e sem cortes de custo. Caso contrário, a correia pode causar problemas sérios e resultar em reparos caros no motor.
Faltam itens de conforto e tecnologia
O Chevrolet Tracker ganhou algumas novidades importantes, como nova câmera de ré com maior resolução, maior central multimídia e finalmente adota painel digital de instrumentos. Porém, existem faltas graves no SUV:
- Não existe freio de mão eletrônico;
- Não existe piloto automático adaptativo;
- Não existe freio automático com auto hold;
- Não existe câmera em 360 graus;
- Não existe ar-condicionado de duas zonas;
- Não existe saída de ar-condicionado para a fileira dos passageiros;
- Não existem ajustes eletrônicos de assentos.
Tudo isso coloca o Chevrolet Tracker em desvantagem com seus principais concorrentes, que custam o mesmo ou menos que a versão topo de linha que testamos.
Hyundai Creta Ultimate 1.6 Turbo, R$ 189.990:
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Hyundai Creta Ultimate 2025 — Foto: divulgação/Hyundai
- Motor mais potente (193 cv, contra 141 cv do Tracker)
- Visual mais moderno por fora
- Painel de instrumentos digital maior e com mais informações
- Câmera 360 graus
- Alerta de ponto cego com câmera
- Piloto automático adaptativo
- Assistente de permanência em faixa
- Ajuste elétrico do assento do motorista
- Saída traseira do ar-condicionado
- Teto solar panorâmico maior
- Freio de mão eletrônico
- Porta malas maior (422 litros, contra 393 litros do Tracker)
Chery Tiggo 7 Pro Hybrid, R$ 174.990:
Chery Tiggo 7 Pro Hybrid — Foto: divulgação/Chery
- Motor mais potente (160 cv contra 141 do Tracker)
- Sistema híbrido leve
- Ajuste elétrico dos dois assentos da frente
- Freio de mão eletrônico
- Ar-condicionado de duas zonas
- Saída traseira do ar-condicionado
- Iluminação ambiente
- Porta malas maior (475 litros, contra 393 litros do Tracker)
Chery Tiggo 8 Pro R$ 189.990:
Chery Tiggo 8 Pro — Foto: divulgação/Chery
- SUV maior, de 7 lugares
- Motor mais potente (187 cv contra 141 do Tracker)
- Ajuste elétrico dos dois assentos da frente
- Freio de mão eletrônico
- Ar-condicionado de duas zonas
- Saída traseira do ar-condicionado
- Iluminação ambiente
- Porta malas maior (889 litros em configuração de 5 lugares, contra 393 litros do Tracker)
- GPS nativo
- Câmera 360 graus
BYD Song Pro, R$ 189.990:
BYD Song Pro — Foto: divulgação/BYD
- Motor mais potente (223 cv contra 141 do Tracker)
- Sistema híbrido plug-in, com autonomia de 39 km no modo 100% elétrico
- Central multimídia maior (12,8 polegadas, contra 11 do Tracker)
- GPS nativo
- Ajuste elétrico dos dois assentos da frente
- Freio de mão eletrônico
- Ar-condicionado de duas zonas
- Saída traseira do ar-condicionado
- Iluminação ambiente
- Porta malas maior (520 litros, contra 393 litros do Tracker)
- Abertura elétrica do porta-malas