O Índice de Gini, utilizado para medir a desigualdade, foi de 0,82 no Brasil em 2024, segundo o estudo, empatando com a Rússia no pior resultado. A Eslováquia, país com menor desigualdade no ranking, registrou um coeficiente de 0,38, segundo o levantamento.
- 🔎O Índice de Gini é uma forma de medir se a distribuição de renda de uma região é justa ou desigual. Nessa medida, quanto mais próximo de 1 for o índice, maior é a desigualdade na região avaliada. Da mesma forma, quanto mais próximo de 0 for o índice, mais justa é a região.
Veja os 10 países mais desiguais, de acordo com o relatório:
- Brasil: 0,82
- Rússia: 0,82
- África do Sul: 0,81
- Emirados Árabes Unidos: 0,81
- Arábia Saudita: 0,78
- Suécia: 0,75
- Estados Unidos: 0,74
- Índia: 0,74
- Turquia: 0,73
- México: 0,72
- 🔎 O índice brasileiro no relatório do UBS é diferente do divulgado pelo IBGE no mês passado. Segundo o instituto, o Gini do rendimento domiciliar per capita caiu para 0,506 em 2024 — o menor da série histórica. No entanto, o relatório do banco suíço considera não apenas a renda, mas todo o patrimônio de uma pessoa.
Ranking de milionários
O estudo analisou 56 países que, juntos, representam mais de 92% da riqueza global. Ao final de 2024, os EUA somavam cerca de 23,8 milhões de milionários — o maior contingente do mundo, superando com folga os números da Europa Ocidental e da Grande China somados.
Na América Latina, o Brasil lidera o ranking, com aproximadamente 433 mil milionários em dólares, seguido pelo México, com 399 mil. Entre todos os países analisados, o Brasil ocupa a 19ª posição.
Veja abaixo o ranking dos 25 países com mais milionários no mundo.
- Estados Unidos: 23,831 milhões
- China continental: 6,327 milhões
- França: 2,897 milhões
- Japão: 2,732 milhões
- Alemanha: 2,675 milhões
- Reino Unido: 2,624 milhões
- Canadá: 2,098 milhões
- Austrália: 1,904 milhões
- Itália: 1,344 milhões
- Coreia do Sul: 1,301 milhões
- Países Baixos: 1,267 milhões
- Espanha: 1,202 milhões
- Suíça: 1,119 milhões
- Índia: 917 mil
- Taiwan: 759 mil
- Hong Kong (RAE): 647 mil
- Bélgica: 549 mil
- Suécia: 490 mil
- Brasil: 433 mil
- Rússia: 426 mil
- México: 399 mil
- Dinamarca: 376 mil
- Noruega: 348 mil
- Arábia Saudita: 339 mil
- Singapura: 331 mil
O Brasil no relatório da riqueza — Foto: Arte/g1
Riqueza global volta a crescer
De acordo com o relatório do UBS, a riqueza global também voltou a crescer, dando continuidade à recuperação iniciada em 2023, após a queda registrada em 2022. Em 2024, a alta foi de 4,6%, levemente acima do crescimento de 4,2% observado no ano anterior.
O avanço, no entanto, foi desigual entre as regiões analisadas. As Américas — especialmente a América do Norte — concentraram a maior parte do crescimento, com uma expansão superior a 11%, impulsionada pela estabilidade do dólar e pelo bom desempenho dos mercados financeiros.
Além disso, ter um grande número de milionários não significa, necessariamente, que a população de um país seja rica. No caso do Brasil, a desigualdade de riqueza é um dos pontos que mais chama atenção no relatório, conforme os dados já observados nesta reportagem.
Para o levantamento, os autores consideraram como “riqueza” o valor de todos os bens financeiros (como dinheiro e investimentos) e bens reais (como imóveis e veículos), descontadas as dívidas. Isso significa que a casa própria, por exemplo, é incluída no cálculo.
Notas de dólar. — Foto: Murad Sezer/ Reuters