Azeites proibidos: Como evitar fraudes e comprar qualidade

O azeite é o segundo produto mais falsificado no mundo, depois dos pescados, conforme o Ministério da Agricultura divulgou no ano passado.

As amostras coletadas apontaram a presença de óleos vegetais de outras espécies na composição, o que caracteriza fraude. Por isso, elas são consideradas impróprias para consumo. As 4 marcas foram desclassificadas e tiveram o recolhimento determinado.

Desde o início de 2024, mais de 38 marcas de azeite no Brasil tiveram lotes proibidos ou foram totalmente banidas para consumo pelo governo federal. Entre as várias irregularidades estão a adulteração ou falsificação do produto e a incerteza sobre a origem do azeite.

Anvisa suspende venda de quatro lotes de azeite. — Foto: Adobe Stock

O que é o azeite verdadeiro

Para ser considerado azeite de oliva, o produto precisa ser obtido exclusivamente da azeitona – o fruto da oliveira. Ele não pode ter qualquer outro óleo na sua composição.

São produtos regulares, encontrados normalmente nos supermercados, mas que não podem ser chamados de azeite, segundo as regras do Ministério da Agricultura.

Como comprar um bom azeite e evitar fraudes

  • Escolha um produto com envase recente
  • ️Desconfie de preços muito baixos
  • ️Não compre azeite a granel
  • Veja se o produto já foi proibido pela Anvisa ou pelo Ministério da Agricultura

Ministério da Agricultura dá algumas pistas para encontrar um azeite de qualidade — Foto: Arte/g1

  • 11 azeites brasileiros entram em guia de melhores do mundo; veja lista

O azeite tem três inimigos que o fazem estragar rapidamente: a luz, o oxigênio e o calor. Por causa da influência da luz, as embalagens costumam ser vidros escuros, isolando, assim, o contato com a claridade. Também existe o produto em lata.

O Ministério da Agricultura recomenda desconfiar de preços muito baixos e não comprar azeite vendido a granel. Outra medida é verificar se a marca já teve a sua venda proibida ou entrou na lista de produtos falsificados.

Caso o consumidor descubra que adquiriu um produto falsificado, a orientação do governo é não consumi-lo.

Não há garantia das condições de higiene dos locais onde o azeite é falsificado. Muitos deles são fábricas clandestinas e sem registro junto ao governo e, portanto, não seguem as regras sanitárias do país.

➡️Como checar se a marca de azeite já teve a venda proibida pelo Ministério da Agricultura

➡️Como saber se a empresa tem registro no Ministério da Agricultura

O Cadastro Geral de Classificação (CGC) permite verificar se distribuidora, importadora ou produtora de azeite está registrada no Ministério da Agricultura. A ferramenta está disponível neste link, onde é possível pesquisar pela empresa no campo “Estabelecimento”.

Segundo o Ministério, o registro no CGC é obrigatório para empresas que processam, industrializam, beneficiam ou embalam azeites e outros produtos vegetais. Ao serem registradas, elas ficam sujeitas à fiscalização.

Imagem do Sipeagro, onde é possível consultar se uma empresa tem registro no Ministério da Agricultura. — Foto: Reprodução

➡️Como saber se o produto está na lista da Anvisa de produtos falsificados

O órgão oferece neste link uma ferramenta em que o consumidor pode verificar se um produto está irregular ou é falsificado. Para usá-la, basta inserir o nome da marca no campo “Produto”.

Ferramenta de pesquisa da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para saber se um produto é falsificado. — Foto: Reprodução

O que os fiscais encontram nos azeites falsificados?

Geralmente, os fiscais encontram óleo de soja puro ou misturado a um azeite verdadeiro. O produto fraudado pode conter ainda corantes e aromatizantes sem autorização para uso.

Passo a passo de como o azeite é fiscalizado — Foto: Arte/g1

Veja a diferença entre os tipos de azeite

  • Extravirgem: é o tipo de azeite de maior qualidade, produzido a partir de azeitonas em ótimo estado, com acidez menor que 0,8%. Nas análises sensoriais, predominam atributos positivos de frutado, amargo e picante. Não apresenta defeitos.
  • Virgem: é um azeite de qualidade intermediária, que também provém de extração de frutos de qualidade, mas com algum grau de oxidação e com acidez menor que 2%. Nas análises sensoriais, aparecem defeitos, mas sem muita intensidade.
  • Lampante: é um azeite de péssima qualidade, com acidez maior que 2% e que não pode ser destinado ao consumo humano. É muito provável que tenha sido feito a partir de azeitonas em péssimo estado de qualidade (colhidas estragadas, do chão ou armazenadas inadequadamente). Nas análises sensoriais, predominam os defeitos.
  • Tipo Único: é um azeite geralmente derivado da mistura com refinado, ou seja, que foi alterado quimicamente para eliminar impurezas e ser destinado ao consumo humano. É misturado com o azeite de oliva virgem. Ele não chega a ser avaliado sensorialmente, mas é bastante neutro, traz aromas e defeitos diluídos, indicado para fritar, por exemplo.

Saiba como azeite é produzido

De onde vem o azeite

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