Após morte de Juliana, Itamaraty avalia mudar orientações para turistas de aventura

Após morte de Juliana, Itamaraty avalia mudar orientações para turistas de aventura


Segundo diplomatas a prioridade, no momento, é garantir apoio à família; apurações sobre responsabilidades virão depois. Quem foi Juliana Marins, brasileira morta na Indonésia
O Itamaraty avalia mudar orientações para turistas de aventura após a morte da brasileira Juliana Marins, na Indonésia. Juliana fazia uma trilha em um vulcão no Monte Rinjani, o segundo maior do país, quando ficou para trás e acabou caindo em um terreno íngreme.
O corpo dela foi encontrado cerca de 600 metros abaixo da trilha, quatro dias depois do início do resgate (veja o infográfico que detalha como foi a queda).
Segundo diplomatas ouvidos pelo blog, no entanto, a prioridade no momento é prestar todo o apoio à família, que está na Indonésia. A embaixada do Brasil deslocou três funcionários para acompanhar a operação no local, distante 1,2 mil km de Jacarta, onde fica a unidade. Apurações sobre responsabilidades virão depois.
A avaliação dos diplomatas ouvidos pelo blog é de que o tempo da diplomacia é diferente do tempo das redes sociais, onde circularam rapidamente vídeos sobre o caso e até informações que sugerem que as equipes de resgate indonésias não estavam preparadas para encarar as condições climáticas e do terreno do Monte Rinjani.
A família de Juliana publicou no domingo (22), por exemplo, que a equipe de resgate não havia conseguido sequer levar água e comida para a brasileira porque as cordas à disposição não tinham tamanho suficiente para chegar até ela.
Por causa do “tempo diplomático”, é necessário verificar, por exemplo, se a corda ser insuficiente foi, de fato, uma falha, ou se Juliana se deslocou do local onde estava inicialmente, o que poderia ter alterado o planejamento, disseram os integrantes do Itamaraty.
Eles ressaltam, ainda, que as condições no terreno são muito adversas. Só a operação para o resgate do corpo, após a brasileira ter sido localizada, levou quase um dia inteiro. O deslocamento para o local onde será feita a autópsia deve levar mais duas horas, tendo em vista a distância entre o local e o centro urbano mais próximo.
Por ora, os diplomatas envolvidos na operação trabalham com o que já se tem de concreto: primeiro, que houve uma informação equivocada, de que haviam conseguido levar alimentos à Juliana, repassada pelos administradores do parque; segundo, que todas as autoridades contatadas desde a notícia da queda foram solícitas e sensíveis à gravidade da situação.
As autoridades brasileiras estão mantiveram — e mantém — contato com chanceler da Indonésia e o governador da região onde fica o vulcão .
O Itamaraty, portanto, ainda analisa esse caso e outros para revisar as recomendações aos turistas de aventura, como quais itens levar, ou quais critérios observar para contratar empresas. De toda forma, lembram tratar-se apenas de recomendações. O Itamaraty publicou desde 2023 aviso desaconselhando a ida a países do Oriente Médio, mas, quando eclodiu a guerra no Irã, diversos brasileiros ficaram presos na região.
O corpo de Juliana foi içado do local onde estava na manhã desta quarta-feira, horário de Brasília, e foi reconhecido pela família. A autópsia só será feita amanhã, em uma cidade que fica a duas horas do local onde a tragédia aconteceu.
Já o translado para o Brasil terá de ser arcado por família e amigos. De acordo com o Itamaraty, não há lei no Brasil nem dotação orçamentária que prevejam tal suporte.
Infográfico mostra como foi queda de brasileira morta em vulcão na Indonésia
Arte g1

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