As ações da Tesla caíam 3,2% nas negociações que antecedem a abertura do mercado nesta quinta-feira (23). O movimento ocorre após a empresa, comandada por Elon Musk, divulgar resultados financeiros abaixo das expectativas pelo quarto trimestre consecutivo.
Mesmo com recordes de vendas, o aumento dos custos de produção reduziu os lucros da montadora de carros elétricos.
A Tesla também perdeu parte da receita que vinha obtendo com créditos regulatórios — um tipo de incentivo financeiro que empresas recebem por cumprir metas ambientais, como a redução de emissão de poluentes.
Essa queda afetou diretamente a margem de lucro, isto é, o quanto a empresa ganha de fato após descontar todos os custos.
No terceiro trimestre, as despesas aumentaram de forma significativa, incluindo mais de US$ 400 milhões em tarifas sobre peças automotivas impostas pelas políticas comerciais do presidente americano Donald Trump, segundo o diretor financeiro, Vaibhav Taneja.
“A compressão das margens é a verdadeira preocupação. O aumento das despesas operacionais, o aumento das tarifas e a redução das receitas regulatórias afetaram tudo de uma só vez”, afirmou Farhan Badami, analista de mercado da eToro.
Agora, a valorização da Tesla na bolsa depende em grande parte das apostas de Elon Musk no avanço da robótica e da inteligência artificial (IA) — embora as vendas de veículos ainda representem a maior parte de seu faturamento.
Se a queda nas ações continuar, a Tesla pode perder mais de US$ 45 bilhões de valor de mercado. Ainda assim, a empresa segue avaliada em cerca de US$ 1,47 trilhão, permanecendo como a montadora mais valiosa do mundo.
Modelo do Tesla Cybertruck elétrico — Foto: Divulgação/Tesla