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Alckmin diz que 238 produtos saíram do tarifaço dos EUA: ‘Estamos otimistas’

por Redação
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Negociadores do Brasil veem data da retirada do tarifaço como sinal político de Trump
O vice-presidente e ministro da Indústria, Geraldo Alckmin, afirmou nesta sexta-feira (22) que 238 produtos brasileiros foram retirados do tarifaço imposto pelos Estados Unidos.
Segundo Alckmin, a decisão anunciada pela Casa Branca representa “um passo importante” na negociação bilateral e melhora a competitividade de setores exportadores brasileiros, especialmente alimentos.
“Nós dissemos anteriormente que estávamos otimistas e queremos reiterar que continuamos otimistas. O trabalho não terminou. Avança e agora com menos barreiras”, afirmou Alckmin.
Para ele, “o trabalho continua”.
“As barreiras estão sendo vencidas. Abrimos um canal muito importante de negociação. O O presidente Lula sempre orientou diálogo e negociação”, disse.
Impacto
Depois de o vice-presidente Geraldo Alckmin anunciar que 238 produtos brasileiros foram retirados do tarifaço imposto pelos Estados Unidos, a secretária de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), Tatiana Prazeres, detalhou o tamanho do impacto real da medida e os desafios que permanecem.
Segundo Prazeres, 22% das exportações brasileiras aos EUA seguem sujeitas às sobretaxas de 40% — ou de 10% somadas aos 40%, dependendo do produto. Outros 15% ainda enfrentam apenas a tarifa extra de 10%.
Na outra ponta, 36% do que o Brasil vende aos EUA está totalmente livre de tarifas adicionais. E 27% está sujeito às chamadas tarifas horizontais da Seção 232, aplicadas a setores como siderurgia, alumínio e autopeças.
Quanto isso representa em valores
Com base nas exportações brasileiras de US$ 40,4 bilhões para os EUA em 2024, o governo fez a seguinte divisão:
US$ 8,9 bilhões seguem sob o tarifaço de 40%;
US$ 6,2 bilhões continuam com tarifa extra de 10%;
US$ 14,3 bilhões estão isentos de sobretaxas;
US$ 10,9 bilhões são afetados pelas tarifas da Seção 232.
O governo destacou que a decisão de Trump desta quinta-feira (21) — que retirou a alíquota adicional de 40% de parte dos produtos — representa uma queda de 37% na parcela do comércio brasileiro que estava sujeita ao tarifaço desde julho.
Por outro lado, a fatia das exportações livres de tarifas adicionais aumentou 42% desde o início da crise.
Indústria preocupa mais que o agro
A avaliação interna do governo é que, apesar do alívio para alimentos como carne e café, o setor industrial segue sendo o ponto mais sensível nas negociações.
As exportações industriais têm maior valor agregado e conteúdo tecnológico, e sofrem mais com perdas de mercado.
Substituir mercados é mais difícil para produtos industriais, especialmente aqueles feitos sob encomenda.
A Embraer, por exemplo, continua enfrentando tarifa de 10% sobre aeronaves.
Sanções contra autoridades
Após o anúncio dos Estados Unidos sobre a retirada da tarifa adicional de 40% aplicada a alguns produtos exportados pelo Brasil, o governo Lula e a diplomacia brasileira seguirão negociando para revogar também as sanções impostas a autoridades brasileiras.
Entre elas estão a suspensão de vistos de ministros e a aplicação da Lei Magnitsky contra o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes.
Segundo Alckmin, o governo segue em negociação sobre esse pleito e na mesa de propostas não há tema proibido. “O presidente Lula, quando conversou com o presidente Trump, fez dois pleitos: redução tarifária e também colocou a questão da Lei Magnitsky, em relação a ministros afetados”, disse.
“Não tem tema proibido. Brasil está sempre aberto (nas negociações). Têm temas tarifários e temas não tarifários. Temas não tarifários tem datacenter, limite da inteligência artificial no mundo é energia e o Brasil tem energia abundante e renovável, terras raras, big techs.”
Em julho, o secretário de Estado Marco Rubio anunciou a revogação dos vistos de ministros do STF. A decisão ocorreu no mesmo dia em que Moraes determinou o uso de tornozeleira eletrônica pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
Poucos dias depois, o governo Trump aplicou sanções da Lei Magnitsky contra Moraes — instrumento usado pelos Estados Unidos para punir estrangeiros por corrupção ou violações de direitos humanos. Em setembro, a esposa do ministro também foi incluída na lista de penalidades.
Segundo o Itamaraty, a revogação dessas punições sempre fez parte das discussões entre Brasil e Estados Unidos nas negociações bilaterais

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