A Advocacia-Geral da União (AGU) avalia mover uma ação judicial nos Estados Unidos, inclusive junto à Corte Suprema norte-americana, para contestar sanções baseadas na Lei Magnitsky impostas ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).
O Palácio do Planalto entende que é necessária uma resposta institucional firme ao que é visto como interferência externa nos julgamentos em curso. A possibilidade de uma medida por parte do órgão já vinha sendo levantada nesta quarta-feira (30).
Quais as opções do Brasil para rebater sanções a Moraes? Em Ponto entrevista professor da USP?
Uma nota oficial publicada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), inclusive, reafirmou que a soberania nacional não é negociável, destacando que as decisões do STF — incluindo aquelas turmas colegiadas — são fruto de processamentos institucionalizados, e não ataques individuais.
“Os nossos escritórios já estão trabalhando. A avaliação é de que a fundamentação do ato do MGA [Magnitsky Global Act] é ilegítima”, pontou um integrante do governo brasileiro.
“Há um cenário claro de disputa judicial com consequências administrativas. Obviamente isso está sendo estudando com muita cautela. A decisão será tomada quando estiver madura, mas claro que há urgência”, prosseguiu.
Lula e Trump
Adriano Machado/Reuters; Evelyn Hockstein/Reuters
Percepção no Supremo
No Supremo uma ação é muito bem vista, porque a percepção é que não se trata de um ação contra um ministro, mas contra a Corte.
Consultado pelo blog, um ministro do STF explicou que todas as decisões foram colegiadas e não individuais. Isto é, mesmo que partisse de um ministro, elas foram confirmadas por um colegiado, seja da Primeira Turma ou por um colegiado do plenário.
Ainda segundo esse ministro, a orientação é manter o foco no julgamento sobre a tentativa de golpe, considerado o principal tema político em curso no país — o qual pode levar à condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro e de outros integrantes do núcleo crucial.
O ministro ressaltou ainda que a estratégia de certos grupos, inclusive com pressão envolvendo interlocuções com a Casa Branca, visa desviar o debate principal.
No entanto, Moraes já sinalizou para interlocutores que o cronograma do julgamento segue inalterado e que o desfecho deve ocorrer em setembro, independentemente da sanção sofrida por ele.
AGU estuda ação na Justiça americana contra sanções da Lei Magnitsky sobre Alexandre de Moraes
AGU estuda ação na Justiça americana contra sanções da Lei Magnitsky sobre Alexandre de Moraes