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Acordo UE-Mercosul: Itália apoia França contra assinatura | G1

por Redação
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O presidente francês alertou, durante o Conselho de Ministros, que “a França se oporia de maneira muito firme” caso houvesse “uma vontade de adoção à força por parte das instâncias europeias” em relação ao acordo comercial de parceria da União Europeia com os países do Mercosul, informou Maud Bregeon, porta-voz do governo.

Macron considera que ainda “não há visibilidade suficiente sobre as três condições exigidas” pela França: “as medidas-espelho, a cláusula de salvaguarda e os controles”, acrescentou a porta-voz à imprensa.

A primeira-ministra italiana, Giorgia Meloni, afirmou, por sua vez, que seria “ainda prematuro” assinar o tratado. 

Na terça-feira (16), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva declarou esperar que as negociações avancem.

“Espero que meu amigo Macron e a primeira-ministra Meloni assumam suas responsabilidades”, disse Lula, reafirmando que parte das preocupações da França com os agricultores é “infundada”.

Lula também sinalizou disposição para fazer concessões adicionais nas negociações, destacou o jornal francês Le Figaro. 

A posição da Itália sobre esse tema, considerada decisiva, era particularmente aguardada, já que a França tem pressionado Bruxelas para adiar a adoção do acordo comercial para 2026. 

Ainda assim, a França “não considera como certo” um adiamento da assinatura do pacto, esclareceu a porta-voz do governo francês. 

Por outro lado, a Alemanha pediu que o acordo seja assinado ainda esta semana, assim como a Espanha, também favorável ao tratado entre a UE e o Mercosul, composto por Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai. 

Por que a zona de livre comércio é polêmica?

  • 🔎O acordo da UE com o Mercosul, em negociação há 25 anos, criaria a maior zona de livre comércio do mundo e permitiria aos países pertencentes ao bloco europeu exportar mais veículos, máquinas, vinhos e destilados para a América Latina, ao mesmo tempo em que facilitaria a entrada na Europa de carne bovina, açúcar, arroz, mel e soja sul-americanos. 

A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, planeja viajar ao Brasil no sábado (20) para assinar o acordo.

Mas, para isso, precisa do sinal verde de uma maioria qualificada dos Estados-membros da UE, cujos líderes estarão reunidos em cúpula nesta quinta (18) e sexta-feira (19) em Bruxelas. 

A França, preocupada em não ampliar a revolta de seus agricultores – historicamente hostis ao pacto –, pediu no domingo (14) o adiamento da assinatura, alegando que o acordo ainda não é aceitável, principalmente pelos riscos de importação de produtos agrícolas sul-americanos que não seguem as mesmas normas impostas aos produtores europeus. 

O acordo UE-Mercosul pode ser rejeitado?

O acordo UE-Mercosul pode ser bloqueado caso quatro países da UE, representando 35% da população do bloco, se oponham. Além das advertências da França e da Itália, a Polônia rejeita categoricamente o acordo. 

“Isso prova que a França não está sozinha e que países europeus importantes estão alinhados com a posição defendida pelo presidente da República”, comentou a porta-voz do governo francês. “Precisamos de trocas comerciais, e a agricultura também precisa disso, mas não de qualquer jeito”, disse Maud Bregeon.

França, Itália e Polônia estão entre os países mais populosos da UE, e a Hungria também parece contrária ao acordo. 

“Se a Itália não estiver a bordo, acabou”, afirmou na terça-feira Bernd Lange, presidente da Comissão de Comércio Internacional do Parlamento Europeu, em entrevista à Reuters. 

Favoráveis ao acordo com o Mercosul, Alemanha, Espanha e países nórdicos argumentam que ele impulsionaria exportações europeias prejudicadas pelas tarifas dos EUA e reduziria a dependência da China ao garantir acesso a minerais. 

Representantes latino-americanos têm demonstrado impaciência; um responsável brasileiro alertou que o acordo deve ser fechado “agora ou nunca”, já que o Mercosul busca entendimentos com outros países, como Japão, Índia e Canadá. 

A primeira-ministra da Itália, Giorgia Meloni, o presidente da França, Emmanuel Macron, e a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, se reúnem antes do encontro do G7++ durante a cúpula do G20 em Joanesburgo, na África do Sul, em 22 de novembro de 2025. — Foto: HENRY NICHOLLS/Pool via REUTERS

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